ABRIL VERMELHO - ALERTA NA AMÉRICA DO SUL
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
INTERNACIONAL – Como se fosse um jogo de “batalha naval”, aos poucos a América do Sul está se tornando um modelo mais sórdido e depravado do que aquele que os revolucionários ultrapassados planejaram no século passado; aos poucos, cada casa restante está sendo vestida por uma onda “vermelha” e cada donatário destas casas possui um plano “infalível” para ganhar alguns trocados de forma bastarda e impetuosa.

Eu tenho certeza que aqueles velhos líderes de minha época, velhos professores comunistas que já se aposentaram, mudaram radicalmente de idéia, e o que era um sonho, pode se tornar em um pesadelo de proporções catastróficas. Os velhos amigos do “pecebão”, bolcheviques, articulistas do MR8 e todo remanescente “vermelho”, os que sonharam com os paraísos de Cuba, Albânia, União Soviética e Alemanha Oriental, perceberam que o radicalismo era uma “furada” e o povo que sustentou estas bandeiras, hoje repousam em alguma lápide fria com as inscrições imaginárias: “aqui jaz um otário que pensava que tinha um ideal”.

Toda aquela correria pelo ideal socialista do Leste Europeu acabou elevando a nossa querida América Latina em um grande quartel militar, com ditaduras por todos os cantos e gente morrendo aos montes. Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai que o digam, mas parecem que a gente que possui os gentílicos de “latinos americanos” ou esqueceram ou se fazem de asnos modernos, porque insistem na atualidade em eleger líderes radicais que sustentam a bandeira da igualdade social.

A Venezuela elegeu um insano; depois o Brasil elege um radical que Graças a Deus se profissionalizou, mas virou saco de pancadas; Equador continuou elegendo um palhaço ridículo; a Bolívia perdeu a noção do perigo e outorgou o maior poder da nação a um débil mental, em contra partida, Argentina, Uruguai e Chile se livraram da asneira, mas hoje, 21 de abril de 2008, o mundo conheceu o desconhecido Fernando Lugo, um problemático ex-bispo católico, revolucionário e cheio de idéias malucas, que se elegeu Presidente legítimo do Paraguai.

Mas quem é Fernando Lugo? A qual movimento ele pertence? Quais são seus ideais? Porque devemos, nós brasileiros, tanto temer a sua eleição?
Fernando Armindo Lugo Méndez nasceu em 1951 em San Pedro del Paraná; foi ordenado padre em 1977 e logo foi morar no Equador e Itália. Foi ordenado Bispo pelo Papa João Paulo II e logo depois foi aposentado do cargo, passando a ser Bispo Emérito. Ingressou na política por meio de um irmão que é dissidente do Partido Colorado, que se manteve 61 anos no poder. Fundou recentemente o Movimento Tekojoja, que luta pela igualdade entre as classes sociais do Paraguai e a REVISÃO GERAL DO ACORDO ITAIPU, ou seja; a maior base política de Lugo é tomar a parte brasileira da Usina Hidroelétrica de Itaipu (bi-nacional) como forma compensatória do que segundo eles, são os desmandos provocados pelo Brasil nesta empreitada desde a sua assinatura.

O pessoal de Lugo imagina que a fraqueza brasileira em ceder às pressões políticas da Bolívia e Venezuela poderá levá-los a outro saque contra a nossa economia e pelo visto o povo paraguaio acreditou nesta fábula (digo fábula porque imagino que o Presidente Lula não aceitará mais este roubo). Mesmo sem declarar oficialmente, Lugo possui o apoio de Chávez e Evo Morales em suas idéias infames e falo isso por convicção porque tenho amigos deputados do Movimento Tekojoja.

Se por um lado é sensacional ver a dinastia Colorada e o pretencionismo de Lino Oviedo sucumbirem após décadas de porcarias e estupores, mas o lado negro desta história poderá deixar os laços entre o Brasil e o Paraguai ainda mais problemáticos, pois se de um lado eles mandam na maioria das muambas que entram aqui, nos furtando a arrecadação, agora querem nos furtar a energia que já pagamos o justo por isso.

O medo do qual cito se traduz na remota possibilidade de golpes militares, começando pelo próprio Paraguai que é acostumado a isso e se propagando por outras nações latino-americanas; tudo em nome da segurança e soberania de cada país, fazendo retornar o pavor e o terrorismo, sobretudo contra aqueles que estão acostumados a ler, ver e ouvir a verdade dos fatos.

Veremos onde esta história iniciada neste “Abril Vermelho” poderá chegar; se eu tenho razão ou se é apenas um medo ridículo de um analista político internacional que imagina ter alguma experiência; somente o tempo poderá nos dizer!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br

Foto: Agência Brasil

 
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