O
brasileiro Bartolomeu de Gusmão foi padre
com grande influência junto a Dom João
V, Rei de Portugal, sobretudo porque aquele moço
sacerdote fez voar diante de centenas de pessoas,
em 1709, um balão movido a gás,
para espanto de todos e preocupação
dos inimigos de Portugal.
299
anos depois, outro padre brasileiro, Adelir de
Carli, pretendeu voar de Paranaguá (Paraná)
até o Mato Grosso, preso a 1000 balões
de festa de aniversário, repetindo uma
experiência anterior onde ele mesmo tivera
executado outra viagem de Santa Catarina até
a Argentina, preso a 500 balões.
O
padre lunático e desocupado se meteu nesta
tremenda loucura apenas para bater um recorde
pessoal e protestar pela situação
das rodovias brasileiras e ao invés de
sair por aí, andando no meio da BR 101
ou da BR 116, o “cara” (de pau), resolveu
voar, voar; subir, subir e acabou caindo (sabe-se
Deus onde...) por que não planejou as mudanças
do clima e, pasme, não sabia operar GPS.
A maluquice do pastor católico não
parou por aí; nas tranqueiras que ele levou
em seu alforje, havia um telefone celular satelital,
do tipo Global Star, mas segundo ele mesmo em
transmissões feitas de algum lugar da galáxia,
o aparelho estava com a bateria quase descarregada,
ou seja, ele sequer deu carga no celular ou levou
baterias sobressalentes.
Meu
avô Ataíde Ferreira Mascarenhas,
coronelíssimo do Sertão da Bahia,
quando vivo me dizia que “cabeça
vazia é oficina do demônio”.
Eu morei na Avenida Padre Bartolomeu de Gusmão,
em Feira de Santana e somente hoje me dei conta
de que esta história do padre pirado tinha
tudo a ver comigo, ou melhor, merecia um comentário.
A
Marinha do Brasil, Corpo de Bombeiros de Santa
Catarina e Paraná, Polícia Civil,
Polícia Militar e a família de Adelir,
gastaram uma fortuna na operação
de resgate; centenas de profissionais que deveriam
estar trabalhando em prol dos miseráveis,
estavam gastando o “nosso” dinheiro
para achar um maluco que pretendeu fazer concorrência
ao mineiro Constantino Júnior, dono da
Gol Linhas Aéreas, instituindo um meio
de transporte ainda mais barato do que os existentes.
Eu
fico preocupado, pois no Brasil o que não
falta é: inventor, maluco e desocupado;
imagine após uma mega festa de alguma criança
abastada, as bexigas, que normalmente são
jogadas no lixo, são encontradas por outro
louco igual ao Padre Adelir, e o cara resolve
tirar a limpo esta história de poder voar
com balões? Imaginem uma família
brasileira assistindo “Tela Quente”
na sala e cai um lunático preso a 1000
balões, estatelado na mesa de estar? Imaginem
também, eu ou você estar voando num
Focker 100 da TAM e do lado de fora um Padre preso
a 1000 balões, balançando o dedinho
na janela, pelo lado de fora, pedindo carona?
Como
se não bastasse o Lula no Planalto, a gasolina
subindo feito louco, 80% dos acadêmicos
de direito reprovados na prova da OAB, o Ministério
Público e a Polícia de São
Paulo se enrolando todos com as provas do crime
da Isabella Nardoni e a Dengue matando dezenas
de pessoas no Rio de Janeiro, ainda temos que
ficar vendo a Marinha do Brasil fazendo buscas
no mar, a procura de um padre que deve ter fumado
um cogumelo do Satanás e incorporou os
espíritos de Ícaro, Santos Dumont,
Bartolomeu de Gusmão e Davincci, pensando
que podia fazer turismo barato pelos céus
do Brasil. Isso é demais para mim!
Desculpem-me
pelo sarcasmo de uma tragédia, mas eu ainda
imagino que deva existir excesso de contingente
nas paróquias do Sul, em especial as do
Paraná, por que se não fosse este
excesso, o Adelir estaria agora rezando a missa
e orientando seu rebanho para jamais fazerem babaquiçes
desta natureza.
O
que eu gosto nestas histórias é
que elas sempre me provam que não só
sou eu o único maluco...
Carlos
Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br