Os
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) analisam
na tarde desta quarta-feira (06) em sessão
plenária, a partir da 14h, ação
proposta pela Associação dos Magistrados
Brasileiros (AMB) para permitir que juízes
eleitorais neguem registros de candidatura a políticos
que respondam a processo criminal.
O
relator é o ministro Celso de Mello e a decisão
que for tomada deverá ter repercussão
imediata nas eleições municipais deste
ano, pois os juízes ainda podem impugnar
candidaturas até 16 de agosto, cabendo aos
candidatos recorrer aos Tribunais Regionais Eleitorais
e ao Tribunal Superior Eleitoral.
A
tese defendida na ação da AMB é
uma das bandeiras do Movimento de Combate Corrupção
Eleitoral, integrado por entidades como a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Associação
dos Juízes Federais (Ajufe), a Associação
Nacional dos Membros do Ministério Público
(Conamp) e a Associação Nacional dos
Procuradores da República (ANPR).
No
início da semana representantes das entidades
concederam entrevista coletiva e divulgaram uma
carta aberta aos ministros do STF. Não se
trata de antecipar culpas, mas de fazer valer o
chamado princípio da precaução,
que rege o direito eleitoral, enfatizaram os signatários
do documento em apoio ação da AMB.
A associação de magistrados também
provocou polêmica recentemente ao divulgar
na Internet uma lista dos candidatos s prefeituras
de capitais com pendências na Justiça.
No
STF , os magistrados contestam dispositivos da Lei
Complementar 64/90, conhecida como Lei da Inelegibilidade,
e a interpretação dada pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) em 10 de junho deste ano,
de que somente uma condenação definitiva
da Justiça, quando não há mais
possibilidade de recurso, pode impedir um político
de disputar as eleições.
Naquela
data, a análise da matéria pelos ministros
do TSE foi controversa. Em deliberação
apertada, por quatro votos a três, eles determinaram
que os candidatos réus em processos criminais,
ações de improbidade administrativa
ou ação civil pública poderiam
se candidatar normalmente nas eleições
municipais deste ano. Um dos votos vencidos na questão
foi do presidente do TSE, ministro Ayres Britto.
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