A
Bahia conquistou o status de terceiro maior produtor
mundial de mamona, perdendo apenas para China e
Índia. O estado, líder nacional no
cultivo da oleaginosa, já produziu, neste
ano, numa área de 145 mil hectares, 125 mil
toneladas de mamona, tendo por meta chegar à
marca de 290 mil hectares e 350 mil toneladas, respectivamente.
Durante
o III Congresso Brasileiro de Mamona, que aconteceu
no Bahia Othon Palace Hotel durante toda a semana
passada, foram lançadas duas novas variedades
da espécie, que deverão garantir a
mecanização da produção
para o agronegócio e a consorciação,
para a produção familiar. As diferentes
cultivares foram produzidas pela Empresa Baiana
de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) para multiplicação
e, posterior, venda e distribuição.
Uma das variedades, intitulada MPB1, tem uma perspectiva
de revolucionar a cultura, a partir da mecanização
da lavoura (o que não era possível
anteriormente), favorecendo também o agronegócio
empresarial. “Dessa maneira, vai ser possível
reduzir o ciclo para 96 dias e aumentar a produtividade
anual para 2,5 mil quilos por hectare”, avaliou
o superintendente de Política do Agronegócio
da Secretaria estadual de Agricultura, Eujácio
Simões.
A outra variedade da mamona, denominada como MPA
11, é destinada à consorciação
de feijão e milho e beneficia agricultores
familiares, através da política estadual
de distribuição de sementes e a garantia
de compra pelas empresas produtoras de biodiesel,
como a Petrobras.
Biodiesel - Recentemente, a Agência Nacional
do Petróleo (ANP) baixou resolução
em que determina que a mamona só poderá
ser usada na produção de biodiesel
quando misturada com outras outras bases de matéria-prima,
como soja, pinhão manso e algodão.
A decisão, porém, não desanimou
os milhares de agricultores. É o caso de
Ananias José da Costa, 61 anos, médio
produtor da região de Irecê.
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