O
brasileiro “é um eleitor que vê
o voto como um instrumento de mudança, que
condena de forma majoritária quem troca o
voto por alguma vantagem”, afirmou Machado.
De
acordo com os dados da pesquisa, 68% dos eleitores
acreditam que o voto pode trazer alguma mudança
em sua vida. Além disso, a AMB também
considerou positivo que 94% dos entrevistados consideraram
importantes as propostas dos candidatos e os benefícios
que eles podem trazer para a sua comunidade.
Esse
dado contrasta com o fato de que 82% das pessoas
disseram concordar que a maioria dos políticos
não cumpre as suas promessas de campanha
e 85% afirmaram acreditar que a política
é uma atividade que beneficia principalmente
os políticos, e não o povo.
“É
a fé, a esperança do brasileiro de
que ele pode melhorar através do voto e que
o político possa cumprir as suas propostas;
a cada eleição ele volta à
urna nessa esperança”, disse o presidente
da AMB, juiz Mozart Pires.
Mozart
Pires e Paulo Henrique Machado também ressaltam
os dados que mostram que 60% das pessoas ouvidas
estariam dispostas a denunciar casos de corrupção,
como compra de votos, e 62% da população
iria votar mesmo que o voto não fosse obrigatório
no Brasil. “Quando ele [eleitor] diz que vota
independentemente da obrigatoriedade, está
apostando na melhoria da atividade política
no país”, afirma Pires.
Outro
ponto considerado positivo pela AMB é ainda
o alto percentual de entrevistados que apontaram
como atribuições dos vereadores discutir
e aprovar projetos de lei (94%) e fiscalizar as
contas da prefeitura (93%), e construir escolas
e hospitais (96%), desenvolver programas de geração
de emprego (94%) e prestar contas publicamente do
dinheiro da prefeitura como obrigações
do prefeito (94%).
No
entanto, os magistrados ainda consideraram alto
o índice de pessoas que vêem como possível
atribuição de autoridades municipais
o desenvolvimento de atividades assistencialistas
e que beneficiem diretamente a uma única
pessoa, como pagar despesas de hospital e enterro
(82% no caso de vereadores e 84% no caso dos prefeitos),
dar proteção a pessoas ameaçadas
(65% e 67%), ajudar os eleitores e conseguir emprego
(72% e 74%) e mesmo patrocinar festas de formatura
(30% e 29%).
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