Brasília - Os juros do cheque especial aumentaram
de 159,1% ao ano, em junho, para 162,7% ao ano,
no encerramento de julho. Com o aumento de 3,6 pontos
percentuais, o cliente bancário, que não
pôde fugir do cheque especial, pagou o juro
mais alto da modalidade desde agosto de 2003, quando
fechou em 163,9%. Os dados são do relatório
de Política Monetária e Operações
de Crédito do Sistema Financeiro, elaborado
pelo Departamento Econômico do Banco Central
(Depec/BC).
Dados
preliminares referentes às duas primeiras
semanas deste mês indicam juros ainda mais
altos, em todas as modalidades de crédito,
segundo o chefe do Depec, Altamir Lopes. O aumento
de juros, no mês passado, se deu em todas
as modalidades de crédito para pessoas físicas.
No crédito pessoal, o juro passou de 51,4%
ao ano, registrado em junho, para 53,6%. Na aquisição
de veículos, subiu de 31,1% para 33,5%.
Nos financiamentos de outros bens, os juros passaram
de 56,7% para 57,9% ao ano. Até as operações
de crédito consignado em folha de pagamento,
consideradas de risco zero, foram corrigidas de
27,7% para 28,4% ao ano.
Os juros para pessoa jurídica (empresas)
também cresceram para desconto de duplicatas
(de 38,5% para 39,4%), capital de giro (de 30,4%
para 32,1%), conta garantida (de 68,8% para 70,7%)
e aquisição de bens (de 17% para 17,8%).
A única modalidade cujo juro caiu na comparação
mensal foi o desconto de promissórias: de
49,3% para 48%.O motivo para o crescimento das taxas
de juros, de acordo com Lopes, foi o aumento do
spread bancário, a diferença entre
o custo de captação e a concessão
do empréstimo. O spread subiu de 34,7 para
36,6 pontos percentuais para pessoas físicas,
na comparação mensal, e passou de
13,9% para 14,5 pontos percentuais nas operações
com empresas. (ABR)
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