Parada Gay: Protesto e festa sob todas as cores do arco-íris
Ana Cristina Pereira | Redação CORREIO|12/09/2008
 
Muita gente vai estranhar, mas o protesto que a transformista Dion fará na VII Parada Gay da Bahia faz todo sentido. Antes da largada oficial, às 14h30 desse domingo, ela colocará caixões e bandeiras pretas espalhadas no Campo Grande. Será uma maneira de homenagear os 16 homossexuais assassinados este ano no estado, que lidera as tristes estatísticas nacionais.


'É uma manifestação bem propícia. Precisamos chamar a atenção das autoridades, pois o dia da parada deve ser de luta por um futuro melhor', afirma Dion. Com 25 anos de transformismo e militância, ela encarna bem o espírito do evento. Assim que terminar o protesto, Dion veste-se de puro glamour para comandar um dos 11 trios elétricos que farão a alegria de gays, lésbicas, travestis e milhares de simpatizantes.

Organizada pelo Grupo Gay da Bahia, a marcha pretende superar a participação das edições anteriores. 'Nossa expectativa é superar as 600 mil pessoas que foram às ruas ano passado', afirma o sociólogo Luiz Mott, fundador do GGB. Ele recorda os primeiros anos e diz que a passeata cresceu em tamanho e em função social. 'É o momento de dar espaço a uma população que, na maior parte do tempo, está invisível' , considera. Não por acaso, a parada 2008 aproveitou o clima eleitoral e adotou o tema Homofobia mata - Seu voto vale sua vida. A campanha em cima dos trios está proibida, alerta a coordenadora Joelma Cerqueira, mas o microfone será usado como arma de politização. 'Temos que colocar homossexuais no poder, para criar meios que ajudem a diminuir o preconceito e garantir o direito de ir e vir', destaca.

AQUECIMENTO


Mesmo marcada para o início da tarde, a festa se inicia bem antes. A movimentação começa a partir das 11h no palco montado no Campo Grande. Por ele passarão vários artistas e ativistas, alternando falas políticas, dublagens e shows de transformismo, como da miss Bahia 2008, Suzzy da Costa, que encarna a musa Beyoncé. Quem gosta de pagode pode conferir a apresentação da banda Kortesia.

Um pouquinho antes da passeata começar, o padrinho Gerônimo recebe a faixa oficial e a apresentadora Rita Batista as homenagens deste ano. Depois, a farra começa propriamente dita, como tradicional percurso do Carnaval ganhando doses extras de purpurina.

Quem acompanhar a passeata poderá optar por um dos trios com música eletrônica - a maioria deles – ou os comandados pela cantora Nara Costa (Bar Originally's), SaiddyBamba(Piatã FM) ou Banda Buê de Fixe (UNE). Há ainda trios comandados por transformistas, como DioneNicole Cuscus, ou o da Associação de Travestis de Salvador, que vem cheio de artistas pra lá de exuberantes.

Dicas!

No seu site oficial (www.ggb.org.br) o Grupo Gay da Bahia enumera algumas dicas para quem vai curtir a parada e não quer ter problemas no final do percurso:

1 Usar roupas leves e confortáveis. O sapato indicado é o tênis.
2 Levar pouco dinheiro e deixar em casa objetos de valor, como celulares e máquinas fotográficas.
3 Beber água em abundância e evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas.

(Reportagem publicada na edição de 12/09/2008 do CORREIO)
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