'É uma manifestação bem propícia.
Precisamos chamar a atenção das autoridades,
pois o dia da parada deve ser de luta por um futuro
melhor', afirma Dion. Com 25 anos de transformismo
e militância, ela encarna bem o espírito
do evento. Assim que terminar o protesto, Dion veste-se
de puro glamour para comandar um dos 11 trios elétricos
que farão a alegria de gays, lésbicas,
travestis e milhares de simpatizantes.
Organizada pelo Grupo Gay da Bahia, a marcha pretende
superar a participação das edições
anteriores. 'Nossa expectativa é superar
as 600 mil pessoas que foram às ruas ano
passado', afirma o sociólogo Luiz Mott, fundador
do GGB. Ele recorda os primeiros anos e diz que
a passeata cresceu em tamanho e em função
social. 'É o momento de dar espaço
a uma população que, na maior parte
do tempo, está invisível' , considera.
Não por acaso, a parada 2008 aproveitou o
clima eleitoral e adotou o tema Homofobia mata -
Seu voto vale sua vida. A campanha em cima dos trios
está proibida, alerta a coordenadora Joelma
Cerqueira, mas o microfone será usado como
arma de politização. 'Temos que colocar
homossexuais no poder, para criar meios que ajudem
a diminuir o preconceito e garantir o direito de
ir e vir', destaca.
AQUECIMENTO
Mesmo marcada para o início da tarde, a festa
se inicia bem antes. A movimentação
começa a partir das 11h no palco montado
no Campo Grande. Por ele passarão vários
artistas e ativistas, alternando falas políticas,
dublagens e shows de transformismo, como da miss
Bahia 2008, Suzzy da Costa, que encarna a musa Beyoncé.
Quem gosta de pagode pode conferir a apresentação
da banda Kortesia.
Um pouquinho antes da passeata começar, o
padrinho Gerônimo recebe a faixa oficial e
a apresentadora Rita Batista as homenagens deste
ano. Depois, a farra começa propriamente
dita, como tradicional percurso do Carnaval ganhando
doses extras de purpurina.
Quem acompanhar a passeata poderá optar por
um dos trios com música eletrônica
- a maioria deles – ou os comandados pela
cantora Nara Costa (Bar Originally's), SaiddyBamba(Piatã
FM) ou Banda Buê de Fixe (UNE). Há
ainda trios comandados por transformistas, como
DioneNicole Cuscus, ou o da Associação
de Travestis de Salvador, que vem cheio de artistas
pra lá de exuberantes.
Dicas!
No seu site oficial (www.ggb.org.br) o Grupo Gay
da Bahia enumera algumas dicas para quem vai curtir
a parada e não quer ter problemas no final
do percurso:
1 Usar roupas leves e confortáveis. O sapato
indicado é o tênis.
2 Levar pouco dinheiro e deixar em casa objetos
de valor, como celulares e máquinas fotográficas.
3 Beber água em abundância e evitar
o consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
(Reportagem publicada na edição de
12/09/2008 do CORREIO).
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