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Em
breve luz e internet correrão pela
mesma fiação. A Agência
Nacional de Telecomunicações
(Anatel) finalizou na segunda-feira 29 a consulta
pública que servirá de base
para a elaboração do padrão
brasileiro de internet por rede elétrica.
Para um país continental, essa tecnologia
significará, sobretudo, a sua democratização.
Afinal, a energia elétrica chega a
95% do País - vale incluir o interior
da Amazônia, os confins da caatinga
ou uma praia praticamente deserta. Como não
é necessária a implantação
de infra-estrutura, o acesso ocorrerá
também em edificações
antigas - basta ter fio e tomada.
A
instalação será feita
com um modem especial que conecta a saída
de cabo de rede à tomada. |
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Há
duas tecnologias disponíveis: o Power Line
Communications (PLC), que permite diversos tipos
de banda, e o Broadband over Power Lines (BPL),
conhecida como banda larga.
Os
sinais da internet possuem uma freqüência
própria, ou seja, não interferirão
na luz de sua casa. O problema é que essa
freqüência é a mesma em que navegam
certas ondas de rádio. Sem isolamento, pode
haver interferência em rádios importantes
- da polícia, por exemplo.
200
Mbps é a velocidade que pode chegar a banda
larga pela rede elétrica. O número
é muito superior aos padrões brasileiros
- hoje as conexões mais rápidas no
País não ultrapassam 30 Mbps
A
questão foi levantada durante a consulta
pública da Anatel, que já listou algumas
soluções que vão desde a adoção
de freqüências diferentes até
a blindagem dos fios elétricos. Procurada
por ISTOÉ, a Anatel limitou-se a dizer que
o relatório será encaminhado para
uma equipe técnica: "Estamos definindo
as condições para utilização
do serviço, os equipamentos homologados e
a faixa de operação." Algumas
empresas já estão fazendo testes por
conta própria, como é o caso da Panasonic,
que trouxe seus modems PLC do Japão para
implantar um projeto-piloto na cidade de Barreirinhas,
em meio aos Lençóis Maranhenses. "Houve
uma aceitação muito boa", disse
à ISTOÉ Eduardo Kitayama, responsável
da Panasonic pela chegada do equipamento ao Brasil.
A AES Eletropaulo, empresa concessionária
do sistema elétrico de São Paulo,
também entrou no jogo. Adiantou à
ISTOÉ que está realizando testes com
a tecnologia BPL paulista: "Assim que tivermos
mais informações, falarems sobre o
assunto."
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