O Brasília - O Ministério
do Planejamento anunciou hoje (19) um corte no
Orçamento Geral da União de R$ 21,6
bilhões para este ano e decidiu adiar a
realização de concursos públicos
já autorizados. De acordo com o ministro
do Planejamento, Paulo Bernardo, ainda não
há data precisa de quando os concursos
serão realizados.
O governo pretende também renegociar com
os ministérios o número de vagas
para os concursos. O objetivo é economizar
mais de R$ 1 bilhão nas despesas com pessoal
e encargos sociais. Paulo Bernardo disse ainda
que o corte nos concursos não significa
o fim das contratações em 2009.
"O que faremos é adiar as contratações
e também adiar a posse das pessoas já
aprovadas."
O cenário para 2009 será de um apreto
maior nas contas públicas. “Podemos
ter que apertar mais o cinto durante o ano, mas
não acredito que será grande coisa”,
disse Bernardo. Segundo ele, até o próximo
dia 30, o governo definirá a distribuição
dos cortes no Orçamento por ministérios.
Por enquanto, só ficou acertado o valor
global do contingenciamento.
O corte anunciado hoje foi feito com base em uma
expectativa otimista de crescimento de 2% do Produto
Interno Bruto (PIB) em 2009, abaixo dos 3,5% previstos
anteriormente. A redução na previsão
de despesas do Orçamento veio no mesmo
dia em que a Receita Federal anunciou a queda
de arrecadação de impostos pelo
quarto mês consecutivo.
Bernardo assegurou que os investimentos do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC)
não serão afetados pelo corte de
R$ 21,6 bilhões no Orçamento da
União deste ano. Segundo ele, o governo
cortará investimentos, mas procurará
manter os gastos previstos no PAC.
O ministro também disse que o governo ainda
não tomou nenhuma decisão sobre
a possibilidade de usar os R$ 14,2 bilhões
do Fundo Soberano para manter o nível dos
investimentos públicos. “A definição
dos cortes passou ao largo dessa questão
[do fundo]”, afirmou.
Ele informou que não estão incluídos
no corte os subsídios ao programa habitacional
do governo, cujo lançamento está
previsto para o próximo dia 25. Bernardo
afirmou que ele será preservado pelo governo,
até porque como o programa ainda está
em elaboração, as desonerações
e os subsídios não constam da nova
programação orçamentária.
O Ministério do Planejamento reduziu em
R$ 22, 9 bilhões a previsão de superávit
primário (a economia do governo para pagar
os juros da dívida pública). Mas
manteve a meta de 3,8% do PIB para o resultado
primário do setor público.