a conexão por rede elétrica tem registrado
boas velocidades tanto
para baixar quanto para transmitir arquivos
(compare no quadro abaixo).
A ideia de usar a rede elétrica para transmitir
informações é surpreendentemente antiga. Nos
anos 1930, algumas
companhias de energiajaponesas
começaram a pesquisar como usar os próprios
fios para levar os dados sobre o consumo de
energia a cada residência, para facilitar o
monitoramento e a cobrança. Pelas dificuldades
técnicas, apenas um volume de dados pequeno
podia ser transmitido. A tecnologia avançou
nos últimos dez anos, graças a pesquisas feitas
principalmente pela companhia estatal de eletricidade
da França e pela empresa de comunicação suíça
Ascom. Hoje, a tecnologia é mais difundida nos
Estados Unidos, na Espanha, na França, na Índia
e na China. Só no ano passado, foram vendidos
5 milhões de adaptadores para internet na tomada
no mundo.
Para
Teresa Vernaglia, diretora-geral da AES Eletropaulo
Telecom, essa pode ser uma opção para alcançar
uma parte da população brasileira que não é
atendida pelos serviços existentes hoje – que
vão desde conexão por satélite para lugares
remotos até o WiMax, distribuído coletivamente
por grandes antenas na rua em alguns centros
urbanos. “Apesar de existirem todas essas tecnologias,
ainda temos no Brasil, em geral, dificuldade
de acesso a banda larga”, afirma Vernaglia.
Segundo dados do Ibope Nielsen Online, apenas
15% da população tem internet de alta velocidade
em casa. Entre os serviços disponíveis hoje,
os principais são a linha telefônica e o cabo,
que somam mais de 90% dos usuários. Ambos dependem
da instalação de redes próprias para comunicação,
o que exige investimento pesado em infraestrutura
para expandir a abrangência dos serviços. É
com essas opções que a internet pela tomada
deverá concorrer.
Por
outro lado, a linha elétrica é compartilhada
entre os usuários. Isso significa que, quanto
mais pessoas estiverem conectadas ao mesmo tempo,
menor será a velocidade da internet. Além disso,
a conexão também pode sofrer interferência de
outros aparelhos ligados na rede elétrica. A
velocidade pode cair se você ligar um secador
de cabelo, por exemplo. Segundo Vernaglia, a
empresa testou filtros que impedem essa interferência.
A eficácia do sistema só poderá ser verificada
quando um número maior de usuários domésticos
comuns optar pela tecnologia. Por enquanto,
são apenas testes. Nem a Eletropaulo nem a Copel,
companhia elétrica do Paraná, que também vai
oferecer o serviço, sabem ainda quais serão
as velocidades e os preços para esse tipo de
conexão. Se as condições forem competitivas,
essa forma de conexão poderá massificar o acesso
à internet de banda larga no Brasil.