de
6.400 pessoas na cidade desde 2008.
"Expliquem o que vocês querem de nós, o que
vocês querem que publiquemos ou paremos de publicar",
dizia o editorial.
Entidades especializadas dizem que o México é
um dos países mais perigosos do mundo para o exercício
do jornalismo. Mais de 30 profissionais da imprensa
já desapareceram ou foram mortos desde que o presidente
Felipe Calderón iniciou sua "guerra às drogas",
no final de 2006, segundo um relatório lançado
neste mês pelo Comitê para a Proteção de Jornalistas,
com sede nos EUA.
Os jornais mexicanos cada vez mais praticam a
autocensura na cobertura da "guerra às drogas"
e o El Diario não citou nenhum dos traficantes
que disputam o controle das rotas das drogas na
cidade.
Alguns veículos de comunicação pararam de citar
o nome dos cartéis e de noticiar tiroteios. Jornalistas
em Ciudad Juárez especulam que colegas seus foram
mortos apenas por terem escrito reportagens citando
os nomes de certos traficantes ou de seus rivais.
O El Diario, cuja redação funciona em El Paso,
no Texas, disse que um fotógrafo seu foi assassinado
por pistoleiros do tráfico, na semana passada,
e um outro profissional havia sido morto havia
menos de dois anos. "Não queremos mais mortes",
disse o jornal. "Digam o que vocês querem
de nós."
O governo mexicano mobiliza milhares de policiais
e soldados para o combate aos traficantes, mas
as autoridades não conseguem conter a brutal ofensiva
promovida em Ciudad Juárez por Joaquin "El
Chapo" Guzman, o traficante mais procurado
do país.
"El Chapo" (ou "Baixinho")
tenta tomar o controle da cidade das mãos de Vicente
Carrillo Fuentes, líder histórico do Cartel de
Juárez, que segundo especialistas domina cerca
de um quinto do narcotráfico, atividade que, conforme
estimativas, rende 40 bilhões de dólares por ano
aos cartéis.
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