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Eulogia
 
Texto e Foto: Danilo Martins - 04/02/2011
Morreu na manhã do dia 4 de Fevereiro de 2011, em sua casa aos 92 anos de idade, Dr. Delorme Martins da Silva. Todos morrem. Todos nós morremos. Mas poucos vivem como o viveu Dr. Delorme.

Nascido em 21 de junho de 1918 na cidade de Baixa Grande, Dr. Delorme, meu avô, foi o mais Ipiraense dos homens a jamais andar por estas ruas que ele mesmo ajudou a calçar.

Filho de Dr. Francisco Martins da Silva e de Dona Dagmar Martins, Delorme não veio ao mundo  para  viver
por viver e nem medir palavras. Sabia desde cedo que ia deixar sua marca e não tardou a fazê-lo.

Graduou-se medico, assim como seu pai, pela Universidade Federal da Bahia em 1943. Aos 27 anos de idade casou-se com a professora Catarina Lima Santos, sua companheira em 65 anos de matrimônio e fortaleza em todas as tempestades de sua vida, uma constante.

Ainda no mesmo ano mudou-se para Ipirá e na medicina dedicou-se a população com tal plenitude e abnegação, qual só os iniciados nessa arte podem compreender. Medicina não era a sua profissão, era a sua essência. Não trabalhava como medico. ERA medico. Sempre foi ao encontro dos desafios com cabeça erguida e os passos largos do homem grande que foi. Quantas famílias o receberam em suas horas mais negras e se apoiaram na rocha do seu olhar seguro e seu ombro forte? Foi Obstetra, Clínico, Cirurgião, Psicólogo. Amigo. Foi sempre calmo. Sempre presente.

Em 1946 deu a Ipirá a Casa de Saúde Santa Helena aonde praticou sem interesses maiores por mais de 60 anos o seu sacerdócio, sempre vestido do branco que tão bem representou seu caráter. Foi médico com um amor de pai e gozou na sua profissão a recompensa justa dos que respondem sem reservas ao chamado da sua vocação. Nesta casa de saúde, na qual tantos grandes nomes estiveram ao seu lado: seu genro, e porque não chamá-lo de filho, Roberto Cintra, sua irmã Maria Angélica, que para sua grata surpresa se juntou a ele na sua paixão de servir sempre e, onde hoje tantas angustias encontram amparo e onde tantas dores encontram alívio vive através de seu filho Luis Carlos, e viverá eternamente o espírito de sua medicina.

Não limitou-se a servir a população como médico. Foi conselheiro e companheiro daqueles que o procuraram por seu julgamento honesto e sua aliança sólida, foi amigo dos que se viram sozinhos em suas horas de catástrofe, foi defensor dos que necessitavam proteção, foi advogado dos que pleiteavam causas justas e quantas delas quão remotas. Foi constante. Foi servente. Foi a luta. Foi líder.

Para os seus filhos foi um herói. Lícia, Luiz Carlos, Suzete, Delmo choram hoje a dor de sua partida pro descanso tão justo. Choram também Almir Miranda e Roberto Cintra. Estes tão filhos quanto os outros, choram também tantos nesta igreja e fora dela quem o tinham como um pai. Aqui também gozou Delorme Martins a justa recompensa dos homens de bem: Criou seus filhos a seu exemplo, como ele homens e mulheres de bem que amam e servem a Ipirá cada um deles com a mesma dedicação.

Viveu sem medo. Enfrentou vitórias e desgostos com a mesma convicção. Sempre levantou-se depois dos tombos que tomou. Mas importante, sempre estendeu o braço aos que tombaram com ele. Foi prefeito e transformou o pacato lugarejo em uma cidade. Mais do que obras, Delorme deu a Ipirá a sua vida e transformou o tal lugarejo em uma cidade tão orgulhosa de seus méritos e de seus filhos quanto ele o era. Méritos os quais nos permitem, graças a ele, andar de cabeça erguida e responder a quem quiser saber, em qualquer parte do planeta, em qualquer língua que se pergunte: “Eu sou Ipiraense, Eu amo Ipirá”.

Foi preso quando estourou a revolução. Foi candidato a deputado pela oposição durante a ditadura sem a menor chance de vitória. Aliás, foi eleito e derrotado em diferentes vezes, mas sempre constante: sempre foi a luta por Ipirá e pelos seus com a certeza e o sono tranqüilo dos que o fazem por amor a uma causa. Foi Delorme.

Amou a vida e todas as suas belezas. Aliás, pode-se dizer dele sem ofender a biologia que viveu 92 anos de juventude. Nunca usou bengala. Mal usava óculos. Só agora, teimosamente deixou grisalhear os cabelos. Velhice, se é que teve, a teve em casa, em boa saúde, rodeado da esposa, filhos, netos e bisnetos que o adoravam pelo homem que foi e pela vida que levou.

Velhice se teve, a teve na certeza de que a família que ele inevitavelmente deixaria para trás perseveraria no sorriso de Marcelinha e na algazarra de Pedro. Nos cachinhos de Beatriz. Nos olhos profundos de João Roberto e o jeito Moleque de Vitorinha. Na inteligência de Renato e nas promessas de vida de Catarina, Marcelinho e Robertinho. No milagre de Maria. Velhice, se teve, a teve sempre com um sorriso nom rosto. E este sorriso meus amigos, vocês bem sabem do sorriso maroto do qual estou falando, não graceia os lábios de quem viveu a vida pela metade.

Então não estamos aqui para lamentar a morte de Dr. Delorme Martins da Silva. Todos morrem. Estamos aqui para celebrar a sua vida. Viveu bem Dr. Delorme, um grande homem. Foi Feliz.

Homenagem da sua Esposa, Filhos, Netos, Bisnetos e Genros.

Escrito por Danilo Martins.
 
 
“IPIRÁ NEGÓCIOS dá Existência Pública aos Eventos e as Notícias Acontecem”
 
 

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