Um
mês e meio após o ato de posse, a prefeita do
município de Ipirá, distante 202 km da capital
baiana, Ana Verena (PR), confirmou nessa quarta-feira
(20/2) o seu pedido de renúncia do cargo, situação
cogitada desde o início de sua administração,
quando a republicana afastou-se temporariamente,
alegando problemas de saúde.
O ato foi ratificado através de um ofício protocolado
pelo procurador do município, Gilvan Mendes, na
Câmara de Vereadores. No comunicado, ela voltou
a justificar a condição de estresse físico e mental
como motivo para abdicar do posto mais alto do
município. Em seu lugar vai assumir o vice-prefeito,
Ademildo Almeida (PT), que
será empossado hoje (21), às 19 horas, em uma
sessão no Parlamento.
Informações chegadas à Tribuna apontam para o
descontentamento da população que a elegeu em
outubro do ano passado com 14.891 votos (46,62%
dos válidos). Ela venceu o segundo colocado, Marcelo
Brandão (DEM), por 49 votos de diferença. Mas,
segundo o presidente da Câmara, Aníbal Ramos (PRP),
a questão deve ser aceita com “tranquilidade”.
Ele informou que iria baixar um decreto legislativo,
tornando vago o cargo de prefeito.
“A cidade entende a prefeita que não se sente
habilitada para o cargo que requer muito trabalho
e traz ansiedade, lembrando que ela tem um histórico
familiar que apresenta problemas de saúde”, afirmou
Ramos.
O presidente da Câmara também defendeu a conduta
do novo prefeito. “É uma pessoa competente, digna
de assumir esse cargo”. Com formação em medicina,
Ana Verena não tem experiência na área política
e só aceitou entrar na corrida para a prefeitura
municipal porque o seu marido, Antonio Colonezzi
(PP), foi enquadrado na lei da Ficha Limpa.
A reportagem procurou a prefeita por telefone
e em sua residência, mas não conseguiu encontrá-la.
Mas o seu marido confirmou que a decisão foi motivada
pelos problemas de saúde, enfrentados desde o
final da campanha eleitoral. “Ela não tinha como
tirar licença, nem férias. Ela quer parar. As
contas da prefeitura estão em dia e o dever foi
cumprido por ela”.
Segundo ele, depois do processo eleitoral, Ana
Verena apresentou pressão alta, o que sinalizou
a necessidade de afastamento imediato da vida
pública.
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