A
Semana da Luta Antimanicomial foi comemorada em
Ipirá (BA) com ações voltadas para os usuários
do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS, sendo
o Dia nacional da Luta Antimanicomial, 18 de maio.
Para comemorar a data e propondo a integração
entre pacientes, profissionais da saúde e familiares,
a Secretaria Municipal da Saúde, por meio do departamento
de Saúde Mental (CAPS - Centro de Atenção Psicossocial
Dr. Juracy Oliveira), promoveu para os usuários
e visitantes, uma exposição com trabalhos de pacientes
produzidos durante as oficinas culturais realizada
na instituição de saúde mental de Ipirá
O evento, que contou com o apoio da Prefeitura
Municipal, Núcleo de Apoio à Saúde da Família
(NASF), Programa Saúde da Família (PSF) e Unidades
Básicas de Saúde (UBS), reuniu psicólogos, estudantes
e usuários dos serviços de saúde mental do município.
Segundo a coordenadora e psicóloga da instituição,
Karina Fabris Amaral, ainda há a concepção, em
grande parte da sociedade, de que os manicômios
sejam a solução para portadores de transtornos
mentais. "Para a desconstrução do dispositivo
manicomial há necessidade do enfrentamento de
métodos ultrapassados. Para muitos, lugar de doido
é no hospício", afirmou à psicóloga,
De acordo com o secretário de saúde do município,
José Frederico, o tratamento de transtornos mentais
tem avançado em todo país. "Os métodos de
tratamentos dos transtornos mentais tem tidos
grandes avanços. Atualmente os estudos psiquiátricos
nos levam a compreender que o hospício não é o
lugar adequado para o usuário", disse Frederico.
Histórico da Luta Antimanicomial
O Movimento Antimanicomial tem o dia 18 de maio
como data de comemoração no calendário nacional
brasileiro. Esta data remete ao Encontro dos Trabalhadores
da Saúde Mental, ocorrido em 1987, na cidade de
Bauru, no estado de São Paulo.
Na sua origem, esse movimento está ligado à Reforma
Sanitária Brasileira da qual resultou a criação
do Sistema Único de Saúde - (SUS); está ligado
também à experiência de desinstitucionalização
da Psiquiatria desenvolvidas em Gorizia e em Trieste,
na Itália, por Franco Basaglia nos anos 60.
Como processo decorrente deste movimento, temos
a Reforma Psiquiátrica, definida pela Lei 10216
de 2001 (Lei Paulo Delgado) como diretriz de reformulação
do modelo de Atenção à Saúde Mental, transferindo
o foco do tratamento que se concentrava na instituição
hospitalar, para uma Rede de Atenção Psicossocial,
estruturada em unidades de serviços comunitários
e abertos. A Lei também dispõe sobre a proteção
e os direitos das pessoas com transtornos mentais.
|