Terça-feira,
dia 5 de janeiro de 2016, século 21. Sou
cliente desta agência e fui atendido em
menos de um minuto.
Atendente: O que o senhor deseja? (ouviu
a resposta) Sua identidade e o seu cartão,
por favor, (teclou) (continuou teclando)
coloque sua senha numérica aí, (voltou
a teclar) sua senha já está desbloqueada.
Tenha um bom dia e passe bem!
Atendimento: não sei se chegou a 50 segundos.
Nota para o atendimento: zero (uma verdadeira
desgraça).
- Como? – indaga você que não está entendendo
nada.
Então vou começar pelo começo.
O problema: Depois dos festejos do Ano
Novo, precisamente no dia 4 de janeiro,
entrei na referida agência para retirar
dinheiro (o meu dinheiro, é o que me consta)
na minha conta. Enfiei o cartão no cash,
digitei minha senha alfabética *** (-
Senha incorreta – respondeu o cash), pensei:
“Que vacilo!” e tornei teclar a senha
*** ( - Senha incorreta – afirmou o cash),
indaguei a mim mesmo: “Oxente! O que está
acontecendo se nunca aconteceu isso?”
resolvi ter uma concentração maior, embora
já estivesse contaminado pela dúvida e
tornei a colocar a senha *** ( - Senha
bloqueada – informou o cash). “Agora foi
que deu! E o que eu devo fazer?” (- Você
deve ir enfrentar a fila do inferno lá
dentro para resolver o seu problema –
respondeu o cash), pensei: “que cash mais
brincalhão!”. Como eu tinha algumas coisas
para resolver, esse problema ficou para
o dia seguinte.
O dia seguinte: dia 5 de janeiro de 2016.
O dia mostrava-se promissor, com uma temperatura
amena e com aparência de chuva, o que
deixa o sertanejo mais alegre e de bem
com a vida. Agência do Banco do Brasil
de Ipirá é meu destino. Vamos que vamos.
Entrei na agência e a parte dos caixas
eletrônicos estava com uma movimentação
normal, ou melhor, normalíssima. Coloquei
meu cartão Ouro Card no monitor de senha
e retirei uma senha preferencial I902,
precisamente às 9:51 h. Você que está
lendo fique de olho nesta senha I902 e
no horário.
Passei pela porta-giratória e adentrei
na parte dos caixas, que estava com atendimento
normal e cheguei ao meu destino, que eu
esperava fosse promissor, dentro da normalidade
e da razoabilidade. Era o que eu esperava.
Puro engano, estava eu na fila do inferno.
No local tem doze cadeiras para o pessoal
aguardar a chamada pela senha no monitor.
São seis mesas, com três funcionários
atendendo. Procurei uma cadeira para sentar,
pois estava com as articulações dos pés
e mãos inchadas e doloridas pelo ataque
da chikungunya. Encontrei uma cadeira
nas mesas que estavam sem atendimento.
Fiquei de olho no monitor. Além das pessoas
sentadas, havia mais de trinta pessoas
em pé na parte anterior das cadeiras,
naturalmente para serem atendidas, pois
estavam de olho no monitor, a não ser
que estivessem ali para ver o sofrimento
de quem estava padecendo no local e isso
tivesse se tornado uma atração naquela
agência, mas eu acho que não, quem estava
ali, estava por necessidade e, infelizmente,
tinha que provar o sabor amargo da incompetência
de alguém. Olhando bem, tinha muitas pessoas
velhas, idosas, muitas senhoras, inclusive
mães com menores no colo.
O tempo passando, o atendimento estava
demorado, vamos ser correto, tem caso
que é demorado mesmo. Eu de olho no monitor
naquela expectativa e ansiedade para ser
chamado e nada. Comecei a observar que
só aparecia chamada para as letras D,
J e K. Nada da letra I e minha senha era
I902.
O tempo passa torcida brasileira. Já estava
ficando contrariado. Fiquei com a impressão
de que aquele monitor desgraçado que chamava
senhas era um analfabeto funcional que
estava manipulado e só sabia chamar D,
J ou K. Pensei: “vou lá fora tirar outra
senha!” Saí, coloquei meu cartão no monitor
de senha. Saiu a senha I903 – 10:56 h.
Tentei, sem cartão, saiu a senha I904
– 10:57 h. Novamete, I905 – 11:42 h. Percebi
que aquele cabrunco de monitor estava
contra minha pessoa, pois não queria mim
dá uma senha D, J ou K. Entrei novamente
para a recepção da fila do inferno.
O tempo não para. As pessoas já estavam
impacientes. Reclamei e indaguei se não
chamavam a letra I, como resposta, ouvi
que, o sistema tinha sido abalroado com
um número excessivo de senhas preferenciais
e que estava tentando solucionar o problema,
que eu aguardasse que seria chamado. Um
senhor que puxava de uma perna também
esboçou um pequeno protesto: “Boa tarde,
meu jovem funcionário! eu sou ardente
defensor e gosto muito do Banco do Brasil
e estou aqui já faz 3h para ser atendido
e isso não é correto.” A resposta: “é
que nós fomos surpreendidos com um excesso
muito grande de pessoas para serem atendidas,
mas eu peço desculpas e peço para o senhor
ter um pouquinho mais de paciência que
daqui a pouco o senhor será chamado. Muito
obrigado e vá desculpando”.
Vamos encurtar a conversa. Três funcionários
no atendimento é uma senha da letra D,
desrespeito e descaso para com as pessoas.
Tem casos que o atendimento leva um minuto
como: desbloquear senha; entrega de cartão;
devolução de um cheque e outros, que muito
bem, poderia ser intercalada entre atendimentos
mais demorados. Como saber? Sem a desgraça
do monitor, sem o controle absoluto do
sistema, chamando de boca “quem veio receber
cheque devolvido?” O serviço do Banco
do Brasil, em Ipirá, nesta parte de atendimentos
gerais está merecendo uma senha da letra
I, ineficaz, ineficiente, incompetente,
imoral.
Uma conclusão simples: fui atendido às
14:28:50 h, levar 4:23 h na espera de
um atendimento de 50 segundos é uma vergonha
e um absurdo. Por enquanto, esta é a forma
de manifestar o meu repúdio, se isso ocorrer
com qualquer pessoa, a minha sugestão
é para que as pessoas recorram à justiça,
onde o banco poderá pagar uma indenização
equivalente ao salário de um funcionário
que a instituição não quer dispor para
o bom atendimento ao público. Se ocorrer
comigo novamente, assim agirei, porque
é melhor enfrentar a fila do inferno do
que esta fila do Banco do Brasil, agência
930-x, pelo menos, lá a fila anda ligeiro
porque o diabo tem pressa. Por Agildo Barreto / http://www.agildobarreto.blogspot.com.br/2016/01/banco-do-brasil-agencia-ipira-930-x.html
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