MANIFESTO
EM DEFESA DO POVO DE IPIRÁ E A FAVOR DE
UMA POLÍTICA AGRESSIVA E EXTERMINADORA
CONTRA O MOSQUITO TERRORISTA.
AO
POVO DE IPIRÁ.
Embora a maioria da população ipiraense
seja indiferente, conformista e individualista,
eu tomo a iniciativa de fazer uma denúncia
séria. Não farei esta denúncia protocolada,
registrada e burocratizada porque a solução
não depende dessa papelada, mas de ação
concreta. Não farei denúncia de foco de
mosquito na casa do vizinho. Eu denuncio
aqui, que existe um foco do mosquito terrorista
em minha residência, na Praça da Bandeira,
em frente à Igreja.
Tomei algumas providências. O Agente de
Endemias disse o seguinte: “Eu faço a
cobertura de 248 casas (se não me engano),
eu faço a sua casa hoje e só retornarei
aqui quando cobrir 247 casas. Esse trajeto
leva dois meses.” Em minha casa, o mosquito
não respeita esse prazo, vem bem antes.
Existe alguma coisa errada.
O Agente de Saúde disse que: “Estamos
usando um pó que não mata a larva, mas
a enfraquece, ela definha e não prospera.”
O pó é jogado no meu reservatório, não
mata a larva e o pior, ela prospera, pois
lá em casa tem o mosquito saído do tanque
onde o pó foi jogado. Eu não quero nem
pensar o que eu estou pensando: “Num país,
onde até Satanás recebe e paga propina,
será que tem alguém pagando ‘um por fora’
para empurrar um pó do Paraguai?” Não
posso acreditar numa coisa dessa. Isso
seria um crime contra a humanidade. IMPENSÁVEL.
Neste momento, eu sou um corpo portador
de uma carga virótica exponencial, (não
sei se é Zika, Chikungunya ou Guilian
Barré). Todo mosquito de minha casa que
sentar no meu corpo é transformado num
transmissor implacável. Assistindo um
infectologista da FioCruz ele dizia que:
“Quem já teve Chikungunya uma vez o organismo
cria anticorpos que evitaria uma nova
contaminação.” Eu estou na minha segunda
contaminação (a primeira, na Semana Santa
e agora, no Natal). Existe pouco conhecimento
sobre esses vírus. Os médicos estão num
patamar equivalente a um farmacêutico,
há pouco na literatura e muito por pesquisar.
Tem propaganda na TV contra a doença,
um tal de Tylenol. Imagine a que ponto
chegamos. Não se sabe nem qual é a dosagem
exata para eliminar-se o vírus. Um verdadeiro
caos.
O comentário mais consistente e preocupante
que ouvi, dizia o seguinte: “dizem que
essa doença deixa sequelas, doença que
deixa sequelas é doença mal curada e doença
mal curada vira doença crônica.” Observe
o caos. Imagine a quantidade de pessoas
em idade ativa sendo obrigada a não trabalhar
devido a uma doença crônica que tira as
forças dos braços e não permite que vista
uma camisa sozinho. É o verdadeiro caos.
Telefonei para um amigo em Feira de Santana
e disse-lhe: “Me consiga um remédio contra
o Chikungunya, até garapa de óleo de carro
importado queimado eu bebo” e ele disse-me:
”Há! Eu tenho um suplemento bom, já curou
até malária no Amazonas.” Não pensei duas
vezes: “É esse que serve prá mim!” Vamos
que vamos.
Retorno às aulas. Fico imaginando: “Pegar
um poço de vírus com um potencial extremo
como o meu, colocá-lo numa sala dos professores,
onde a mosquitaria gosta de pegar picula
e depois colocar esses mosquitos em contato
com quatrocentos adolescentes é um ato
impensado.” Vamos que vamos.
Ao prefeito Aníbal Aragão.
O que eu quero dizer a V. Exa., é uma
coisa que eu não diria a qualquer outro
prefeito desta terra (desde 1976, sob
controle de médicos e advogados, a serviço
das oligarquias e com a marca registrada
da concentração do poder, do autoritarismo
e do favorecimento ao grupismo -do jacu
& macaco-), mas a V. Exa., eu sinto-me
no dever de pronunciar-me: Ipirá é uma
cidade de alto risco, devido ao seu sistema
de reservatório de água obrigatório em
cada residência.
O vírus Zika está se espalhando pelo mundo.
A microcefalia está avançando de forma
acelerada pelo Brasil. Ou se faz alguma
coisa, ou dificilmente Ipirá escapará
de ter casos de microcefalia. Seria a
finalização melancólica de qualquer governo,
porque não terá a coragem e a transparência
para assumir as consequências drásticas
de uma situação deste tipo. O mais grave
seria a negação dos fatos com a prática
criminosa do infanticídio (tem gente capaz
para esse trabalho sujo). Nada registrado
nos arquivos. Irracionalidade, caos e
infanticídio, seria o retorno da sociedade
à barbárie.
O reinado de V.Exa., terminará no adeus
da última Colombina que deixar as praças
dos festejos carnavalescos. V.Exa., é
um homem simples e humilde, mas isso não
significa falta de coragem e ação. V.Exa.,
é um administrador determinado e compreende
que este momento é imensamente delicado
e que Ipirá não pode perder essa guerra
para o mosquito terrorista. Seja um combatente
do bom combate até o último instante.
Não esmoreça nesse combate ao mosquito
terrorista nas trincheiras da Câmara de
Vereadores.
Não digam que falta recursos, pois isso
é caso de vida ou morte. Ipirá não pode
ficar refém da politicagem do grupismo,
que favorece ao acúmulo de riqueza por
parte de três dúzias de elementos em desprezo
a uma população que necessita vencer uma
guerra contra a mosquitaria.
De minha parte, eu não encontro uma explicação
humana, justa, decente, racional para
justificar ‘deixar a vida’ ou ‘não ter
o direito de viver’ por causa de um mosquito.
Só mesmo a irracionalidade, o caos e o
crime.
Podem até dizer que denúncia tem que ser
formal e que por rede virtual não tem
nenhum valor e fechem os olhos. Espero
contar com o apoio do programa Conexão
Chapada para verberar esta denúncia e
eles podem até dizer que se trata de oposição
política e fechem os ouvidos. Mas, por
mais que eles tentem, eles não poderão
negar que o problema existe, que poderá
ser pior, pois trata-se de uma guerra.
Eu estou no meio dessa batalha, vitimado,
mas sem dobrar-me e com muita esperança
na força do ser humano, por mais obscurantismo,
irracionalidade e caos possa existir.
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