O
prefeito do município de Ipirá Marcelo
Brandão concedeu entrevista ao site Bahia
Notícias explicando a atitude do governo
municipal em fechar a Biblioteca Eugênio
Gomes no Centro Cultural Elofilo Marques.
Muito bem! conseguiu explicar, mas não
consegue justificar.
A biblioteca está fechada, grampeada,
lacrada no CCEM. Acabou! Na informação
do prefeito, a biblioteca será deslocada,
transferida para um espaço na Praça da
Bandeira, no mesmo espaço onde funcionava
anteriormente. Um grande passo atrás.
O local é estupidamente pequeno, apertado,
inconveniente e impraticável. Simplesmente,
será um depósito de livros; um ordinário
depósito de livros.
Inclusive, é bom salientar, que não haverá
espaço suficiente para a quantidade de
livros, desde quando, aproveito este momento
para ratificar minha última postagem,
diante de uma solicitação expressiva de
livros, a Biblioteca Eugênio Gomes recebeu
1.200 livros e não dez mil, que estão
à espera de uma pessoa qualificada em
informática para sanar o problema do vírus
no disquete. Vamos observar quanto tempo
a prefeitura levará para resolver esse
problema.
Está escrito na entrevista ao Bahia Notícias:
“De acordo com o prefeito Marcelo Brandão
(DEM), a ideia é transferir a biblioteca
pública Eugênio Gomes para um local maior
em outra praça da cidade, a São José.
A previsão é que o projeto seja apresentado
em 15 dias, com as obras iniciadas um
mês depois.” Uma pergunta bem simples:
Se o projeto vai a todo vapor por que
não deixou a biblioteca funcionando no
CCEM para transferi-la para a coisa melhor
na época certa? A biblioteca foi para
uma coisa pior. Vamos supor que por pouco
tempo.
A extrema urgência foi para a acomodação
da Secretaria de Assistência Social no
prédio. Quem tem que sair? A coisa mais
inútil. Sobrou para a biblioteca.
Voltando à entrevista do prefeito Marcelo
Brandão ao site: “A prefeitura quer uma
coisa melhor, e a biblioteca estava praticamente
fechada, com livros velhos e obsoletos”,
“argumentou o prefeito ao Bahia Notícias.”
Embananou tudo. A Secretaria de Assistência
Social foi para o prédio da cultura. Agora,
assistência social virou cultura em Ipirá.
Vamos pensar mais um pouco! Como toda
administração jacu e macaco não tem nada
de transparência e o povo fica por fora
de tudo, vamos imaginar que o CCEM tenha
sido feito com recurso da educação ou
da cultura, será que pode uma Secretaria
de Assistência Social funcionar nesse
prédio? Eu imagino isso, porque o prédio
da Secretaria de Educação foi obrigado
a virar Coordenadoria, porque foi dinheiro
do FUNDEB. Se foi com recursos próprios
todo tipo de bandalheira será de boa aceitação.
Entrevista no site BN: “Conforme Brandão,
as atividades culturais prosseguem mesmo
com a instalação há poucos dias da pasta
de assistência social no mesmo espaço.
Continua funcionando normal”, “disse.”
O Centro Cultural Elofilo Marques ganhou
uma nova finalidade, o assistencialismo.
É a fila mais ostensiva de Ipirá. Esse
‘funcionando normal’ é uma evasiva. A
cultura perde espaço e vai definhar nesta
briga por espaço, tempo, autonomia e apresentação,
diante do assistencialismo que é o cordão
umbilical da politicagem jacu/macaco.
O assistencialismo tem como norte a dependência
aos setores dominantes; a cultura estabelece
um vôo mais libertário. A intenção é varrer
a cultura do local.
Ainda na entrevista, o prefeito disse:
“Um projeto, que deve ser apresentado
em 2018, visa transferir o Elofilo Marques
para uma espécie de centro de convenções
da cidade às margens da BA-052, ao lado
da prefeitura. Segundo o gestor, o lugar
será espaço para manifestações culturais
assim como eventos oficiais, como formaturas.”
“Projeto para 2018”, para ser concluído
ninguém sabe quando, nem se terá recursos
para tal e já começa dilapidando o que
se tem. É esse Ipirá complicado. Percebe-se
que a municipalidade não tem terrenos
no entorno da cidade; se precisar de um
palmo de terra tem que comprar, não tem
raça para desapropriar em benefício comunitário,
aí fica esse desvario em construir nas
praças existentes.
Ontem foi a Praça Santana, acabou e virou
quatro ruas. Agora é a vez da Praça São
José, com um prédio bem no centro para
acabar com a praça, enquanto a Praça Barão
do Rio Branco fica com uma quadra de esporte,
totalmente velha, obsoleta, carcomida,
mal aparelhada, servindo de símbolo da
inadequação ao esporte e como troféu das
débeis administrações dos jacus e macacos
que não buscam uma solução criativa para
aquele pardieiro.
Ainda na entrevista: “Em relação às críticas
de uso impróprio do centro cultural que
passou a dividir as dependências com uma
secretaria, o prefeito afirmou que o objetivo
é parar uma suposta “farra de aluguéis”
feita pela administração passada.”
Como? “Uma suposta farra de aluguéis”?
Sem dúvida, a população ipiraense e o
contribuinte gostariam muito de saber
como é que ocorre esse fenômeno com o
dinheiro público em Ipirá.
Prefeito, Marcelo Brandão! Se esse foi
o motivo principal, destrinche esse troço
para a população ficar sabendo, o que
não pode e não deve acontecer é a cultura
pagar o pato e sofrer todas as conseqüências,
porque para o bom entendimento das pessoas
a Biblioteca Eugênio Gomes não pagava
nenhum aluguel, isso era lá, um problema
da Assistência Social.
Por
Agildo Barreto
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