A cidade que tem dono. Esse é um dos pontos
de concordância e afinidade entre administrações
de jacus e macacos em Ipirá. Dono do dinheiro
da prefeitura, das praças, da coisa pública,
de tudo que convém. A cidade tem que ter
um dono. Isso conforma o autoritarismo
da personalidade na personalidade do autoritarismo.
Não querem nem saber de ouvir a população,
nem ao menos, setores da sociedade com
determinados interesses e demandas coletivas,
nem mesmo os moradores dos logradouros
em vista. A autoridade é quem sabe e quem
pode. O que as autoridades fizeram e fazem
com as praças em Ipirá parece brincadeira
da juventude transviada que não mede conseqüências
de seus atos.
A bola da vez para entrar na caçapa é
a Praça do Mercado e de um jeito que a
marretada vai derrubar até o Mercado de
Arte. A gestão do prefeito Marcelo Brandão
pretende transferir o estacionamento dos
ônibus e vans que fazem as linhas dos
povoados para a sede, do centro da cidade
para o Centro de Abastecimento. A Praça
do Mercado ficará para estacionamento,
não mais de ônibus, mas de automóveis.
Tudo isso, sem ouvir a opinião das pessoas;
sempre do mesmo jeito que as administrações
que passaram por essa terra.
A polêmica é necessária, até mesmo, para
o autoritarismo achar que trilhou por
um viés democrático e que é o dono da
verdade. Só duas perguntas: É correto
ou vale a pena desmobilizar ou esvaziar
a movimentação das pessoas trazidas pelos
ônibus e vans no centro comercial de Ipirá
pela parte da manhã? A outra pergunta:
É interessante adicionar um custo a mais
na entrega de mercadorias a esses transportes?
Vai ficar mais distante e com um tempo
maior.
Faço essas indagações, tendo como fundamento
o olhar do pessoal da China, radicado
na região de Campinas-SP, que aqui esteve
e observou com bastante perspicácia e
acuidade, que o movimento comercial daqui,
da cidade de Ipirá, acontece pela manhã
e à tarde sofre um refluxo, um esvaziamento
considerável, ao contrário de Campinas,
que o comercio começa o movimento a partir
das 10 h e esquenta durante a tarde. Cada
realidade com suas características, mas
a preocupação daqui não é para reacender
o movimento que está adormecido.
Uma coisa é certa, no dia em que os motoristas
dos ônibus, das vans e seus passageiros
acharem que lá no Centro de Abastecimento
é mais conveniente o estacionamento, eles
o farão naquela área, como já acontece
nas quartas-feiras.
A administração atual, do prefeito Marcelo
Brandão, parece querer que a ninhada de
pintos nasça sem precisar chocar os ovos,
aí fica difícil. Observe o caso da biblioteca,
o prefeito fechou a Biblioteca Pública
Municipal Eugênio Gomes do CCEM, que utilizava
uma estrutura própria, concebida para
uma finalidade apropriada, construída
com provisionamento de verbas carimbadas
do Ministério da Educação e Cultura, numa
ação deliberadamente de desvio de finalidade
explícita, desde quando, foi alocado no
lugar da biblioteca a Secretaria de Assistência
Social. Eu fico pensando o seguinte: “se
foi verba carimbada, o advogado Diomário
Sá, filho de dona Maria Sá, detentora
de uma homenagem no prédio da Secretaria
de Educação, poderá dar uma marretada
no prefeito Brandão maior do que a que
o prefeito Marcelo deu na trincheira da
avenida!”
E a biblioteca foi para o tal prédio moderno?
Foi nada! A biblioteca foi para uma salinha
na Praça da Bandeira. O tal prédio moderno
é uma gema do ovo que ninguém sabe se
vinga. Veja que barbaridade! A gestão
fechou a biblioteca porque recebeu um
projeto de uma biblioteca moderníssima
para ser construída no meio da Praça São
José e vai apresentar uma maquete monumental,
como se a vida em maquete adquirisse dimensões
concretas e tivesse o bulício da vida.
Essa administração passou a ser devedora
e para tal cobrança não haverá a mudez,
que muitos gostariam que houvesse.
As decisões públicas deveriam passar pelo
crivo da comunidade, pois trata-se de
interesse social. Ninguém deve postular
o título de ‘Salvador da Pátria Ipirá’
por um motivo muito simples, Ipirá, foi
e será sempre uma construção coletiva,
com ordenamento do poder público, para
atender aos interesses e necessidades
coletivas, mesmo para os que acham que
não é bem assim.
Por Agido Barreto / http://agildobarreto.blogspot.com.br/2017/02/tome-lhe-marretada.html
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