O prefeito Marcelo Brandão teve uma passagem
pela Câmara de Vereadores e devemos considerar
isso como um encontro positivo, porque
é um papo reto, cara a cara com os vereadores.
Afirmo que fiquei indignado com o fato
de ter ficado explícito que um município
como Ipirá, que recebe mais de dez milhões
por mês, confirmado pelo prefeito, não
tem condições de manter uma SAMU mais
complexa, uma SAMU de verdade e a prefeitura
vai devolvê-la ao Ministério da Saúde.
Pasmem! Acredite numa desgraça dessa e
diga que mora numa ‘Ipirá melhor para
se viver!’
Ipirá não tem condições de colocar uma
SAMU para funcionar devido ao custo exagerado
e está aguardando a autorização formal
do Ministério da Saúde para devolvê-la.
É simplesmente inacreditável e não deixa
de ser um caso vergonhoso. Vergonha explícita.
Foi dito que teremos ambulância com ar
condicionado, como se isso fosse a solução
ou coisa do outro mundo. Coloquem até
banheiro nessas ambulâncias e isso não
representará muita coisa ou nada. O que
o povo de Ipirá precisa é de uma SAMU
complexa para que Ipirá deixe de ser um
município onde qualquer cidadão(ã) em
situação de saúde crítica precise de mais
uma hora, tempo suficiente para chegar
à Feira de Santana, para continuar vivendo.
Se esse Ministério da Saúde não tem verbas
específicas para a manutenção de SAMUs
nos municípios é um ministério de merda.
Se o município de Ipirá não tem como manter
uma SAMU é lastimável, mas esperamos que
melhore nesses quatro anos.
Nesse início da administração de mais
saúde na propaganda, chegou a faltar soro
fisiológico e álcool iodado para o tratamento
de um ferimento. Não venham dizer que
não faltou! A população tem que ficar
vigilante e no aguardo de mais saúde,
porque teremos a medicação necessária
sendo adquirida em 17 empresas de vendas
de medicamentos, que passaram pelo crivo
de licitação como manda a lei. Anteriormente
era só uma empresa. As faltas da medicação
necessária serão reguladas e a Secretaria
estará repondo a cada 20 dias. Promessa
feita tem que ser cumprida e o povo tem
que ficar na cobrança. É um direito da
população.
Engraçado é como o prefeito Marcelo Brandão
resolve os problemas: fica parecendo aquele
caçador que atira num sapo para atingir
uma codorna. Ele tem no colo o problema
do Mercado de Arte e não tem recursos
para a reconstrução, aí, ele resolve solucionar
o problema do mercado mexendo em toda
a praça. Simplesmente, ele dá uma dimensão
maior ao problema e vai correr atrás de
verba para a requalificação da praça,
no Ministério da Cidade. Essa rifa não
vai correr.
O prefeito vai bater na porta do Ministério
das Cidades num momento de contingenciamento
do orçamento nos órgãos federais é bem
provável que volte com a cuia na mão,
Deus queira que não, e sem o projeto no
bolso. O Mercado de Arte, com as marcas
do sinistro, será a herança maldita da
administração Marcelo Brandão para o próximo
prefeito. Será igual ao Matadouro de Ipirá.
Queimem minha língua!
Mais engraçado ainda é a solução apresentada
para o transporte universitário. “Nesses
dias, o problema do estofamento dos ônibus
amarelinhos será resolvido”. É isso que
os universitários reivindicam. Mas o prefeito
vai mais adiante e cria uma solução de
apartheid por condição econômica, quando
ele imagina a 1ª. Turma (classe A), que
vai viajar em ônibus top de linha, com
ar condicionado e sanitário à bordo, para
os que podem pagar uma taxa de manutenção.
Os universitários da 2ª. Turma ( classe
B) a turma rebaixada, aqueles que não
podem pagar a taxa de manutenção irão
nos ônibus amarelinhos, com poltronas
estofadas.
O prefeito argumenta que recebeu a frota
de ônibus depreciada e que está reestruturando-a
e fazendo o estofamento. Tem sentido.
Afirmou que já foi feita uma licitação,
não disse o valor, mas é mais de um milhão,
segundo a fonte informativa, e que vai
haver alteração na lei para que possa
legalizar e ter o direito de fazer a cobrança.
Observe a arapuca em que a administração
estará entrando: o direito de um é o direito
de todos. Esta frota de ônibus para atingir
o ponto de equilíbrio ficará em torno
de sete ônibus e ocorrerá ainda nessa
gestão. Se vai ter ônibus top de linha
é um direito de todos os universitários
que utilizam o transporte, não só daqueles
que podem pagar.
Se a taxa de manutenção for elevada haverá
um ônibus top para os ricos. Se a taxa
de manutenção for uma bagatela simbólica
haverá necessidade de quatro ônibus top
de linha. A prefeitura de Ipirá vai ter
condições de pagar?
Observe onde eu quero chegar: se vai haver
uma diferenciação e vai ter um só ônibus
classe A, evidente que os estudantes irão
pleitear o transporte mais confortável
e seguro, então, vão fazer um esforço
para encaixar o seu orçamento no valor.
E quando ele não pagar ou atrasar o pagamento
será rebaixado para a classe B do amarelinho?
Entendestes a bagaceira e complexidade
que virão com essa tal de cobrança? Isso
está cheirando a privatização.
A prefeitura vai pagar conforto e comodidade
para quem tem poder econômico e vai pagar
desconforto para quem não pode pagar.
É correto isso? A prefeitura, usando o
dinheiro público, vai dar boas condições
de transporte para quem tem condições
de ser da primeira turma e vai sonegar
essa condição para os universitários que
não possuem poder econômico. É certo isso?
É essa a solução do poder público, beneficiar
alguns em detrimento de outros? Com essa
iniciativa, a prefeitura vai gastar mais
com quem pode e menos com quem não pode.
O prefeito vai pagar pra vê e vai ver
o tipo de encrenca que ele vai enfrentar.
E o cara a cara entre o prefeito Marcelo
e o vereador Caril? Engraçado é que a
postura do prefeito foi a de um coronel
arrogante e prepotente: “seu tempo de
delegado em Ipirá acabou, acabou.” Se
o delegado tivesse atendido ao seu pleito,
ele não teria dito isso e o delegado seria
o melhor do mundo. O prefeito deve estar
pensando que Ipirá é sua propriedade e
que se tornou o juiz supremo, que aponta
quem deve servir a Ipirá ou não, mesmo
que a comunidade não concorde com o que
ele afirma. É bem provável que o prefeito
queira reviver os tempos do delegado calça-curta,
que era um serviçal do coronel e não um
agente da segurança pública.
Infelizmente, as ações dessa administração
Marcelo Brandão são voluntariosas e impulsivas,
age com rompante, bota na cabeça e vamos
que vamos. Fechou uma biblioteca porque
tem a intenção de fazer uma biblioteca
nova, que ninguém sabe quando ficará pronta
e diz que livros velhos estão obsoletos
e que a coisa será modernizada. Faz com
que algumas pessoas fiquem com as orelhas
em pé, porque a gestão não teve condições
de transferir uma biblioteca para a antiga
escolinha e colocá-la em funcionamento.
Nem isso, está fechada, virou um depósito.
Espero não vê fogueira de livros e que
a tal nova biblioteca não passe de uma
Lan House.
Por Agildo Barreto
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