Na semana passada, o PT de Ipirá fez sua
convenção e lascou o xis no prefeito de
Ipirá, Marcelo Brandão. Bateu sem pena
e sem pedir licença. Alguns convencionais
martelaram Sua Excelência no atacado e
pelo varejo. O pecado capital posto diante
das vistas e submetido à apreciação foi
o contrato de um milhão de reais com uma
empresa de publicidade para fazer a propaganda
da administração do prefeito.
Que bom que o PT de Ipirá tenha quebrado
o pacto com o silêncio e deixado para
trás uma longa quarentena de privação
da fala. Inclusive, eu acho, que o PT
de Ipirá ficou amordaçado por conveniência.
Mas, apesar dos pesares, é muito bom ter
mais uma língua afiada cobrando por uma
administração eficiente e transparente
para Ipirá.
Nada melhor do que um dia após o outro.
Aquele silêncio petista em relação a administração
do município de Ipirá era uma tortura
mental, pois tratava-se de uma calada
comprometedora. Até que enfim, o PT de
Ipirá assume uma posição crítica mais
clara e deixa o estado de letargia com
uma vontade de apilar o gestor, de tal
forma que chegou ao ponto de exagerar
na dose.
É verdade! Bateram com tanta veemência,
que exageraram na dose; botaram uma dose
e meia. O contrato publicitário não é
de um milhão, firma-se em 800 mil reais.
É necessário dá-se o desconto devido,
porque o PT de Ipirá ficou mudo por muito
tempo e agora que voltou a falar é natural
que a fala venha acometida de excesso.
O que o PT de Ipirá faz questão de não
compreender é que a dança do jacu e do
macaco é um baião de quatro. Dois prá
lá (povo) e quatro pra cá (oligarquia).
A desgraceira que o macaco fez com Ipirá
é a mesma desgraceira que o jacu está
disposto a realizar. Mas, a mudez e a
fala dançam de acordo ao som do baião,
embora, os convencionais tenham inteira
razão, um contrato de um milhão ou oitocentos
mil reais é muita grana e, ainda mais
tratando-se de um contrato nebuloso e
pouco esclarecido.
Publicidade para quem? Para usufruir da
aclamação pública, com aplausos ou honras
entusiásticas e clamorosas feitas ao gestor
público? A propaganda é a alma do negócio.
Ficaria fora do prumo o gestor contratar
com a rádio da família; bem mais primoroso
há de ser, a rádio da família ater contrato
com uma empresa de publicidade para aprumar
com os desígnios do gestor. É assim a
festança ao som do baião de quatro, com
o poder público pagando a conta.
Chegamos ao São João de uma administração
amarrada, morosa e complicada. O gestor
Marcelo Brandão, que é bom festejador,
está retrocedendo até na festa, deu um
passo à frente quando criou o circuito
Henrique Maciel e deu um pinote para trás
quando faz uma festa de massa, que é o
São João, num local inadequado, sem espaço
aberto e inconveniente para uma multidão
fazer ponto por várias horas. O local
não deixa de ser um obstáculo para uma
grandiosa festa, ou no mínimo, uma grande
desvantagem. Ipirá cresceu e está realizando
festejos de massa no mesmo local da década
de 1980.
A porta está fechada. A gestão de Marcelo
Brandão tem sete obras de peso e um livrinho
(da campanha) de programas para realizar
em Ipirá. Se brincar não faz uma. Com
recurso próprio não vai para lugar algum.
Tem que ter convênio com o Estado e a
União. Se não acontecerem esses convênios
é caixão e vela.
O prefeito vai ter que esperar uma troca
no governo da Bahia. Vai ter que mostrar
serviço e fazer o dever de casa, derrotando
o governador Rui Costa em Ipirá. O governador
por sua vez não vai querer perder aqui
dentro, foi o que disseram os seus prepostos
na convenção. Pense num baião de dois
bem tocado. Dá-lhe Paraíba do Acordeom,
o Rei do Baião em nossa terra.
Autor: Agildo Barreto
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