Quando
o prefeito Marcelo Brandão assumiu a gestão
municipal em Ipirá parecia movido por
um entusiasmo novo e um propósito elevado,
de fazer uma “Ipirá boa para se viver”.
Embora muitos não acreditassem, não podemos
negar esse impulso inicial.
O candidato Marcelo Brandão na sua arremetida
em busca do voto, visualizou na juventude
o seu alvo preferido e fez, praticamente,
um pacto de sangue com a juventude ipiraense,
de maneira que no seu livrinho de campanha
assumia abertamente que o jovem seria
a preocupação maior do seu governo. Teve
muita gente que não acreditou em nada
disso, embora, ninguém possa negar que
esse era um dos seus mais elevados compromissos.
O ímpeto do administrador municipal Marcelo
Brandão parece que esmaece na primeira
pressão. Aquele arrebatamento súbito dos
primeiros dias mostrou-se efêmero no desenrolar
das semanas. Não custa nada lembrar, que
os canais de oposição sistemática aos
doze anos de governo dos macacos foram,
justamente, este blog e o programa Conexão
Chapada com o comando do locutor Marcelo
Brandão.
Não é que deva prevalecer aquela máxima:
“Quem com ferro fere, com ferro será ferido.”
Vale muito mais a palavra ofertada e compromissada
como um princípio básico e elementar das
pessoas de bom senso e honradas. É justo
que a juventude de Ipirá tem que ser uma
das prioridades de qualquer governo que
se preze nesse município.
Evidente, que o prefeito Marcelo Brandão
não está administrando um paraíso, sem
dúvida, ele tem nas mãos um município
cheio de problemas estruturais de décadas
e mais décadas, mas, sem a menor dúvida,
tem também, problemas de hoje, de agora,
urgentíssimos, que requerem uma solução
imediata e urgente. E esses problemas
caíram no colo de Marcelo Brandão, porque
ele foi eleito prefeito do município e
a ele cabe o esforço para solucioná-los.
Nessa hora, vale muito a maneira e o espírito
de como o problema social deve ser encarado.
O prefeito Marcelo Brandão parece que
aderiu ao avesso do avesso. Não ouve e
não dá voz à grande maioria dos que confiaram
em sua capacidade, em sua pessoa e deram-lhe
um voto de confiança. Está dando as costas
a essas pessoas. Está mostrando um desprezo
monumental pelos seus. Isso é o fio de
navalha que corta qualquer pescoço.
Não se governa sozinho e com a cabeça
de ‘Salvador da Pátria’. Quem assim o
faz tem fôlego curto. Se o governante
escuta e conversa com as pessoas, acata
e contempla as reivindicações sociais
da sociedade, ele estará fazendo o que
o povo quer e, fazendo o que o povo quer,
estará realizando um bom governo. Na ação
democrática de quem administra está a
solução dos problemas. O povo tem que
participar.
O gestor Marcelo Brandão chegou ao poder
municipal com o pensamento alto. O que
poderá um gestor fazer com dez milhões
de reais mensais? Seu pensamento voa muito
alto: ônibus de graça para os moradores
da 20 de abril; sopão para quem passa
fome; mesas na ladeira da Caboronga para
piquenique; requalificar a cabeça do Monte
Alto para turismo; açude na cidade para
ofertar peixe; uma Praça de Turim na Praça
da Bandeira; uma biblioteca no Puxa, etc
e tal.
A realidade concreta pregou uma peça no
prefeito Marcelo Brandão; não eram dez
milhões todo mês e jogou no seu colo a
reforma e manutenção dos ônibus que levam
os estudantes para as Universidades em
Feira; a reforma da Casa dos Estudantes
de Ipirá em Salvador e a reforma do Mercado
de Arte incendiado. O gestor ficou embananado,
sem saber o que fazer. A Micareta e o
São João deixaram a prefeitura sem lenço,
sem documento e sem dinheiro. Já era.
Já foi.
O ponto que eu quero chegar é o da Casa
do Estudante em Salvador. É o maior patrimônio
que a juventude popular de Ipirá possui.
É um porto seguro e a certeza de um amanhã.
O prefeito Marcelo Brandão tomou a atitude
correta e alugou uma casa nos Barris para
providenciar a reforma da casa no Tororó.
Atitude necessária e inquestionável. Repentinamente,
o prefeito voltou atrás; deu uma rabichola
e preferiu fugir ao compromisso assumido
e faltar ao prometido, a reforma. Abstraiu-se
de conversar com os estudantes.Isso é
antidemocrático. As três reformas são
prioridades para o município de Ipirá,
porque são necessárias a setores da sociedade
ipiraense e isso independe de quem esteja
ocupando a cadeira de prefeito.
O gestor Marcelo Brandão tem que ter a
capacidade de reabrir e manter o canal
de conversação com os estudantes residentes
na casa em Salvador. Tem que ter a sabedoria
e a grandeza de um gesto democrático,
o que demonstrará respeito ao povo de
Ipirá e um compromisso amplo e verdadeiro
com este município.
Eu vou ser muito sincero, prefeito Marcelo
Brandão! Não podemos fechar os olhos para
atitudes de arrogância, de desprezo, de
capricho e superioridade de qualquer governante,
seja ele quem for, macaco ou jacu, seja
por infantilidade ou porque carregue no
sangue o DNA de coronel ou de oligarca.
A conversa é salutar e bem-vinda. Janelas
e portas fechadas esconderão o cadáver
de quem no desespero dá preferência ao
suicídio político-administrativo, que
deixará marcas de sombra de um prognóstico
de desgraça e desventura. Um ato doloso
de uma administração poderá trazer tristeza,
angústia e amargura para uma juventude.
O prefeito não pode ultrajar o lado democrático
e esperançoso do radialista.
Por Agildo Barreto
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