Estudantes universitários residentes da
Associação dos Estudantes de Ipirá (AEIPI),
reuniram-se neste sábado (16), nas dependências
do Restaurante Quitanda Cultural, em Ipirá
(BA), para debaterem a busca de soluções
para o impasse criado com a decisão do
prefeito do município Marcelo Brandão,
em suspender o início das obras de reforma
da casa dos estudantes em Salvador.
A casa, como já foi divulgado diversas
vezes, está desmoronando. A obra quando
vistoriada por engenheiros, foi constatado
a necessidade de reforma total do prédio,
em regime de urgência, onde duas paredes
já desabaram, obrigando os estudantes
a procurarem de imediato outra casa para
morarem, até que seja solucionado o problema
estrutural do prédio.
De acordo com os estudantes, depois de
muita luta e depois do grande apoio dado
pelo povo ipiraense, os universitários
conseguiram mudar para uma nova residência,
embora apertada, que foi alugada pela
prefeitura. Dessa luta não saiu somente
o aluguel, saiu também a promessa (inclusive
com um termo de compromisso assinado pelo
prefeito em conjunto com dois vereadores)
de que a antiga residência seria completamente
reformada e que seria entregue após o
período de 1 ano, inclusive com direito
a festa, segundo o prefeito.
Ainda segundo os estudantes, tudo parecia
certo para que começasse a reforma. O
prefeito já dava até a data: 12 de setembro.
O prefeito, porém, resolveu suspender
o início da reforma, depois da casa dos
estudantes aparecer no 7 de setembro e
fazer o que sempre fez: cobrar do poder
público uma solução para os problemas
da cidade.
Ainda segundo os estudantes, no fundo,
o que o prefeito está fazendo é uma retaliação
contra a AEIPI, um silenciamento contra
as ações que a AEIPI promoveu, promove
e sempre promoverá na cidade.
Os
estudantes estão preocupados. Os
residentes lembram que o termo de compromisso
foi assinado no dia 05/04, que já se passaram
mais de cinco meses, no entanto a obra
está parada e sem previsão de quando será
iniciada, além de que o prefeito tem criado
dificuldades de encontros e diálogos com
os residentes."Quando o prefeito
era radialista e fazia oposição, sempre
nos convidava para o programa de rádio
que criticava o governo. Sinto falta daqueles
tempos onde existia espaço e facilidade
de se expressar nossos problemas nas ondas
do programa oposicionista", disse
um dos estudantes.
No final
da reunião ficou decidido que os estudantes,
embora precisando voltar para Salvador,
irão permanecer na cidade até o dia 19,
dia de sessão da Câmara Municipal. Na
sessão os estudantes irão levar o problema
diretamente aos vereadores do município,
pedindo o apoio dos parlamentares, ao
tempo que solicitam solidariedade e a
presença da comunidade ipiraense no auditório
da Câmara, nesta luta que deve ser de
interesse de todos, em especial, estudantes,
professores, pais de residentes, ex-residentes,
etc.
A residência,
que existe na capital do estado há quase
meio século, de propriedade do município,
está localizada no bairro do Tororó, e
abriga estudantes de Ipirá, em sua maioria
de poucos recursos financeiros, que pleiteiam
morada em Salvador, para dar continuidade
aos estudos. |