A administração do prefeito Marcelo Brandão
está batendo a cabeça no prego, e o pior,
dentro do próprio governo. Pela manhã
deu entrada num ofício solicitando uma
licença; à tarde, deu entrada em outro
ofício revogando o primeiro. O governo
solta nota: “As notícias veiculadas levianamente
de que o prefeito de Ipirá havia pedido
afastamento do cargo, é simplesmente mentirosa…”Mas,
o líder do governo na Câmara deu entrevista
e confirmou a existência da solicitação
da licença. Observe que lambança!
Não é bem um pedido de afastamento do
cargo, isso pode ser mentiroso, mas um
afastamento por licença pode ser bem verdadeiro;
isso faz parte da lambança. Nove meses
de gestão e o governo já está cansado
e precisando de uma licença. Férias com
nove meses, vê se merece? Até agora, a
administração não disse para que veio,
apesar de mostrar que veio para muita
conversa mole. Nisso tudo, nem uma obra
para destacar.
A administração do prefeito Marcelo Brandão
parece que corre perigo, mas perigo maior
corre Ipirá. Os macacos fizeram de Ipirá
uma casa de farinha; a jacuzada fez de
Ipirá uma casa de fazenda. Isso apareceu
como alegorias dos últimos festejos juninos,
ficou até bonito, mas eles amarraram a
cidade nesse mourão e parece que o município
tem um jegue na boca de um sapo e estão
enterrados nesse chão. Mas que macaco
& jacu representam a desgraça de Ipirá,
lá isso, eu não tenho dúvida e explico.
Observe o esparro que jacu & macaco
estão preparando para Ipirá. O macaco
acionou a administração do jacu Marcelo
Brandão no TRE, até aí tudo normal. O
macaco canta vitória com placar de 7 a
0. Aí começa o aperto do gestor Marcelo
Brandão e a desgraça de Ipirá. Vou colocar
o carro na dianteira dos bois. Que não
seja uma ilação e tenha fundamentação
jurídica, o prefeito Marcelo Brandão terá
direito a recurso numa instância superior,
o TSE.
No Supremo, uma questão como essa não
poderá correr à revelia, senão a casa
cai, então, tem que ter um causídico de
excelência. Quanto cobra um advogado para
atuar no Supremo? Tenho a impressão de
que é algo em torno de um milhão de reais.
Quem vai bancar isso para salvar o mandato
do prefeito Marcelo Brandão? Se Geddel
estivesse na ativa seria uma boa opção,
mas no momento, ele está preso e liso,
motivo pelo qual é carta fora do baralho.
Será que a ‘Sagrada Famíla’ tem cabedal
disponível para bancar essa causa? Um
milhão e cinqüenta e seis mil reais é
o que ganha um prefeito em seu mandato
de quatro anos em Ipirá. No frigir dos
ovos, significa que o prefeito vai trabalhar
mais de três anos de graça.
Mas, o problema é que significará muita
humilhação perder a cadeira de prefeito
de graça e sem reação. Quem vai pagar
esse almoço de pato? A ilegalidade empurra
para o dinheiro público bancar a conta.
Como é que a prefeitura municipal vai
patrocinar um mandato que parece que não
vale dois tostões? Na ótica e prática
de jacu & macaco tudo isso é normal,
natural e legal, mesmo sendo uma escrachada
sem-vergonhice. Os recursos públicos são
verbas para a saúde, educação e melhorias
da cidade.
Observe, leitor, que o prefeito Marcelo
Brandão foi eleito pelo voto do povo.
Chama mais atenção, que os chefes da macacada
estão silenciosos; o deputado Jurandy
Oliveira não move um dedo; Antônio Colonnezi
não faz questão; Diomário Sá não se abala.
Por que? Porque a trama para dominar Ipirá
e tirar todas as vantagens possíveis passa
pela aceitação da regra do jogo dos dois
grupos, o jacu & macaco: a campanha
tem por base a compra de voto e a administração
é um meio de tirar proveito próprio, em
detrimento da população.
Sabe quando Marcelo Brandão vai denunciar,
na Justiça, toda falcatrua que houve nos
doze anos da macacada? Nunca. Sabe quando
a macacada vai agir e denunciar, na Justiça,
contra as irregularidades da gestão Marcelo
Brandão? Nunca. O que consegue vir à tona
servirá de teatro mundano e chinfrim no
período de campanha. Esse pacto silencioso,
restrito a um domínio reservado para alguns
poucos, impenetrável e incompreensível
para o povão em virtude do jogo de interesse
financeiro que o cerca. Esse esquema jacu
& macaco é o câncer que atrofia o
município de Ipirá.
E quem tomou a iniciativa? O PT-macaco.
Está quebrando o pacto e jogando lama
no esquema jacu & macaco. Se essa
ação tiver resultado prático positivo,
sujará e romperá o contrato subentendido,
que está no interesse, na prática e na
mente das elites que conduzem o esquema
jacu & macaco, embora não esteja expresso,
nem legalizado cartorialmente. A quem
favorece essa causa? O PT-macaco o fez
no sentido de agradar aos graúdos, às
oligarquias dos macacos. Agiria contra
candidato macaco nas mesmas condições?
Não. Quanto custará a causa, se vencedora?
Quem pagará o pato? Mais uma vez a prefeitura
está no alvo.
Mas, a gestão de Marcelo Brandão bate
com a marreta na própria cabeça quando,
na prática administrativa, dá a palavra
e assina o documento que vai reformar
a Casa do Estudante Ipiraense em Salvador;
de repente, voltou a palavra e jogou sua
assinatura na lata de lixo, como se faz
com uma assinatura falsificada, ‘do Paraguai’.
Age de forma reprovável e irresponsável
administrativamente. Uma lambança sem
tamanho.
Certo, que a ‘Sagrada Família’ nunca precisou,
nem precisa da Casa dos Estudantes. Quem
precisa da Casa dos Estudantes são os
filhos das camadas populares de Ipirá.
O filho e filha de dona Maria, de seu
João, de seu José, de dona Joana; os filhos
do povo.
A Câmara de Vereadores de Ipirá teve um
posicionamento correto, responsável, louvável
e grandioso ao ficar solidária aos estudantes
carentes de Ipirá; significa que estão
do lado das famílias humildes que elegem
os vereadores, pois essas pessoas, em
potencial, são as que precisarão da residência,
não os ricos das famílias abastadas. O
prefeito não vê assim, não reconhece assim,
porque não pensa assim.
Os vereadores ficaram do lado do povo
e são intermediários e mediadores legítimos
nessa retomada de conversação democrática
entre o prefeito e os estudantes. O prefeito
Marcelo Brandão não mostra um posicionamento
democrático, está preso ao retrovisor
do atraso, quando fica num rem, rem, rem
sem fim: “por que vocês não reivindicaram
a reforma da casa nesses doze anos?” Reivindicaram,
inclusive, no programa do locutor Marcelo
Brandão. Agora, a casa está caindo. V.Exa.,
Marcelo Brandão é o prefeito, não pode
esquecer disso.
O município de Ipirá tem problemas; a
sociedade carente de Ipirá tem reivindicações;
o prefeito tem que começar a administrar
o município de forma democrática e com
participação popular. Esse é o seu grande
problema e não as férias.
Por Agildo Barreto
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