O
atraso do helicóptero que transportava
o governador Rui Costa deixou todos os
presentes apreensivos: “O que será que
aconteceu?” Três horas depois o governador
baixou em Ipirá. “Ufa, que alívio!” O
governador Rui ‘Correria’ deu a cara.
O entra e sai nas salas trouxe-me à lembrança
de uma imagem clara, transparente e oportuna:
”Cachorro perdigueiro farejador no encalço
da codorna.” O governador Rui Costa na
correria e o prefeito Marcelo Brandão
correndo atrás. Que foi engraçado, lá
isso foi.
O prefeito Marcelo procurando dá o bote
aproveitava a brecha e encostava no governador,
vinha um macaco e dava-lhe um chega prá
lá e metia a cara na self; o prefeito
Marcelo Brandão conseguiu botar o braço
no ombro do governador Rui, eu pensei:
“Êta, o prefeito Marcelo Brandão vai dar
uma gravata no pescoço de Rui “Correria”!
O governador jogou o corpo para um lado
e saiu pelo outro, parecia que estava
ensaboado. O prefeito perdeu o abraço
de tamanduá ou melhor, deixou de dá o
‘tranco de Antão’ no pescoço do governador.
Mas,
que foi engraçado foi. A marcação do prefeito
Marcelo era homem a homem, perfeita em
todos os detalhes. Para você ter uma idéia
real da situação, imagine um jogador do
meio de campo com a incumbência de marcar
um atacante como um carrapato: “Onde ele
for, você vai atrás dele!”. No meio do
jogo, o atacante foi substituído e o marcador
foi com ele para o vestiário. O treinador
foi incisivo: “Volta desgraça, ele saiu
do jogo!” Se o governador fosse ao sanitário,
o prefeito iria atrás.
E a macacada? Minha nossa! A macacada
ia revezando na trombada para tirar o
prefeito da jogada. Se fosse um jogo de
sinuca, seria uma saraivada de tacadas
para tirar a bola do 25 da boca da caçapa.
Isso é jogo político. O prefeito estava
agindo corretamente, com a regra debaixo
do braço, que lhe dava a vantagem por
ser o prefeito da ocasião e a macacada,
também, agia corretamente na defesa do
seu espaço. Era Lé e Cré.
Vamos
ao momento mais importante na programação:
os discursos. Aqui é que a panela de pressão
esquenta e só vai subir no pau de sebo
quem tiver muita terra nos pés.
O senador Pinheiro vem comendo o requeijão
de Zé Baiano há mais de duas décadas,
deve estar empanzinado e a vitrola já
furou o disco. Êta, discursozinho surrado!
O deputado Afonso Florence encheu o peito
para dizer que é macaco e PT; isso só
enrola besta, porque é mais fácil um cachorro
andar em duas pernas e comer capim, do
que o deputado dizer uma bizarrice dessa
em Salvador ou Brasília. É conversa prá
boi dormir. Tu és macaco e a macacada
não é PT nem aqui nem no inferno.
O deputado Jurandy Oliveira esqueceu o
nome do secretário Pinheiro, deu branco,
é natural e normal, aí ele deu uma de
esperto em terra de gente ingênua: “Eu
não disse o nome de propósito” disse o
deputado. Lembrando o tempo em que o deputado
perguntava ao eleitor: “Como vai seu pai?”
e ouvia, “meu pai já morreu, deputado!”
e retrucava: “Já morreu para você filho
ingrato, para mim ele está vivo aqui em
meu coração!” Até um menino sabe que não
foi intencional.
Intencional mesmo foi o discurso do deputado
Jurandy Oliveira na recepção ao senador
Otto Alencar, quando o deputado discursou:
“Eu não sou PT” aí a macacada aplaudiu
de pé. “Essa turma andou fazendo coisa
errada e de mim ninguém diz nada” arrematou
o deputado. Quando o deputado esquecer
o nome de Ipirá não será novidade nenhuma,
em 36 anos (nove mandatos) o deputado
lembrou muito pouco de Ipirá. Mas, esqueçamos
essas falações e vamos para os discursos
dos dois graúdos: o prefeito e o governador.
A
expectativa era grande: o prefeito vai
comparecer ou não? O prefeito teria direito
a discurso, é institucional. Chegou o
momento do prefeito falar. Pense num gol
impedido do Flamengo contra o Corinthians
com o juiz validando. Uma sonora e direcionada
vaia. Coisa premeditada e articulada pela
macacada, porque o nome mais aplaudido
foi o do candidato derrotado Aníbal. Aí
eu pensei: “Isso aqui é angu com caroço!”
Estava mais do que evidente que o prefeito
Marcelo Brandão estava metido numa saia
justa, justíssima.
Temos a obrigação de ser justo e coerente.
O prefeito Marcelo Brandão foi corajoso,
destemido e intrépido. Comparecer ao ninho
da macacada, como um intruso mal visto
e repudiado, que a macacada teve que engolir
inteiro, sem passar manteiga, graxa ou
cuspe, foi simplesmente uma aventura de
filme cowboy italiano.
O prefeito Marcelo Brandão encostou no
microfone e o pau cantou. Nas cadeiras
do palanque, os macacos sentados soltaram
risos pelos cantos da boca. O prefeito
Marcelo Brandão sentiu o impacto inicial,
mas manteve-se frio, firme e relutante
diante da situação adversa; não ficou
nervoso, foi coordenando as idéias, controlando
as emoções, sem se exasperar, manteve
a tranqüilidade e ganhou terreno ao propor
a união por Ipirá, para o bem e o progresso
de Ipirá. O prefeito tirou de letra e
saiu da embrulhada.
Mas,
também, ficou claro, só não percebeu quem
não quis perceber, que a desgraça da administração
do prefeito Marcelo Brandão foi decretada
nesta tarde de quarta. O governador não
enfatizou o poder reivindicatório do prefeito,
só dos deputados.
O prefeito só foi recebido na governadoria
porque o deputado Bacelar intercedeu.
O governador ressaltou a prepotência e
o orgulho do prefeito, em conversa com
a macacada, por ser do outro lado. Tá
carimbado e ferrado, prefeito! Suas reivindicações
foram para a lata de lixo. A sua foto
no trator e na ambulância tem o sabor
daquele boneco ‘Mané Gostoso‘ ou a mesma
importância que o bode de Luís Cazumba
tinha na foto do Independente F. C.
Prefeito,
Marcelo Brandão! V. Exa., foi corajoso
e mostrou raça quando se apresentou na
arapuca do macaco, para participar de
um jogo de cartas marcadas. Aquilo era
um palanque da macacada. Agora, todos
os ipiraenses esperam que V. Exa. mostre
que é uma pessoa com maturidade para exercer
o cargo máximo dessa terra: Prefeito de
Ipirá. Que V. Exa., não seja corroído
pelo rancor e pelo ódio, perseguindo a
juventude ipiraense que mora na residência.
O exercício do protesto foi coerente,
justo, democrático e V. Exa., tem que
demonstrar grandeza e sabedoria administrativa
para dialogar e buscar solucionar o problema
da residência, porque se sua gestão resolver
esse problema concreto e urgente estará
contemplando a juventude de Ipirá com
uma realização de grande envergadura,
que fará com que sua gestão assuma um
propósito bem maior do que o irremediável
e horroroso desastre que se anuncia se
seu governo fechar os olhos para as reivindicações
da juventude ipiraense. Sua gestão está
no mais rigoroso isolamento com este governo
do Estado, só lhe resta atender às reivindicações
do povo de Ipirá. O resto é devaneio.
Eu percebi que todos os oradores, sem
escapar uma única alma, foram indiferentes
às reivindicações da juventude de Ipirá.
A questão da residência foi negligenciada
por todos eles. Ninguém fez a menor alusão
às vozes e aos dizeres dos cartazes. Ninguém.
Os de fora não conhecem os problemas de
Ipirá, apesar do Secretário da Educação
do Estado dizer que conhece Ipirá como
a palma da mão. É tudo conversa mole.
O governador Rui ‘Corredeira’ mostrou
uma grande preocupação para que o jovem
de Ipirá faça o curso técnico da Escola
do Couro para servir de mão-de-obra à
provável, porque não é certo, nem garantido,
desenvolvimento deste pólo coureiro. Quantas
fábricas de sapato virão para Ipirá?
O governador Rui Costa assinou um ‘Termo
de Responsabilidade’ e agora será cobrado
pelo povo de Ipirá no referente à qualidade
de ensino nessa escola. Não pode ser um
‘faz de conta’.
Uma parcela significativa da juventude
de Ipirá tem interesse em fazer um curso
superior e isso só pode ser feito ultrapassando
os limites do município. Curso Superior
público e de qualidade está cada vez mais
distante em Ipirá, porque a bola da vez
é um curso técnico e não é o IF Bahiano.
Ipirá não mudou nada de ontem para hoje,
também, as coisas não acontecem da noite
para o dia. O município de Ipirá continua
o mesmo e com as mesmas necessidades e
demandas.
Uma ambulância é bom, mas se as duas ambulâncias
da SAMU não estivessem lacradas numa garagem
seria bem melhor. Se Ipirá tivesse recebido
uma Policlínica seria bem melhor do que
a reforma meia-sola no Hospital de Ipirá
(o governador cobrou a conta, ou seja,
a prestação de contas na vista de todo
mundo e o prefeito respondeu todo sem
graça “já prestei conta”).
Seria bom que a saúde de Ipirá tomasse
vergonha na cara e atendesse às necessidades
e as demandas dos ipiraenses. Isso sim,
porque senão, a população vai ficar o
tempo todo batendo palma quando chega
uma simples ambulância, mas que a vergonhosa
‘Regulação’ do governo do Estado não deixa
essa ambulância comer asfalto.
Tem doze anos que começaram um projeto
de saneamento básico na cidade de Ipirá;
a conta foi de 42 milhões para 82 milhões
de reais. Agora, o governador Rui Costa
injeta mais 22 milhões de reais. Esse
é um dos gargalos de Ipirá, pois a cidade
encontra-se na ‘Era do Esgoto a Céu aberto’
em pleno séc. XXI.
Obrigado
governador Rui ‘Correria’. Obrigado pela
aula de princípios educacionais e cidadania.
Pelas suas obras e rubricas nas Ordens
de Serviço são desnecessários os agradecimentos,
porque Ipirá necessita de muito e muito
mais do que isso.
Uma coisa muito simples, prefeito Marcelo
Brandão! Não coloque a forca no pescoço
do morador da rua da Quadra, que disse
que aquela ‘rua está malamanhada’ é esse
o jeito dele falar, muitas vezes, ele
aprende as coisas e fica repetindo como
papagaio, mas no fundo ele está cheio
de razão, mesmo sendo um indivíduo mais
invisível do que a camisa do Vasco. Prefeito,
não faça retaliação com a população de
Ipirá, seria o maior equívoco de sua vida.
Seria imperdoável.
A juventude de Ipirá e o jeito simples
do cidadão da rua da Quadra estão em busca
dos direitos de cidadania. Prefeito! Sua
gestão até agora não disse para que veio
e ninguém vive de promessas, atenda as
reivindicações do povo de Ipirá, passe
a marreta do 25 naquele muro da vergonha
na rua da Quadra e coloque uma cobertura,
com os lados abertos, igual a uma quadra
que tem em Serra Preta. É isso que o povo
de Ipirá procura entender e não compreende,
se Serra Preta pode ter por que Ipirá
não pode? A Casa do Estudante pede socorro.
Ipirá pede socorro.
Por
Agildo Barreto
"IPIRÁ
NEGÓCIOS dá Existência Pública aos Eventos
e as Notícias Acontecem"
Que
tal colocar seu evento na internet
(no Ipirá Negócios, facebook, etc.)?
Mostre sua festa, seu
casamento ou aniversário para o mundo,
para quem está longe e não pode estar
presente.
Aniversários, Casamentos, 15 anos,
Bodas, Eventos Empresariais e Esportivos,
Congressos e Feiras
Telefone:
(75) 9119-9017 / Email: osm2112@gmail.com
Termos
e condições para publicação
de comentários de internautas:
Ipirá
Notícias não publicará
comentários ofensivos, obscenos,
racistas, que estimulem a violência,
sejam contra a lei ou não correspondam
ao assunto da reportagem (leia
aqui as normas de publicação).
Todos os comentários enviados serão
previamente avaliados.