Claudio
Lamachia, presidente da OAB. FOTO: NILTON FUKUDA/ESTADÃO
'A
greve é consequência do desconcerto geral do
País',
diz OAB
Em
nota pública, presidente do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia,
afirma que 'é preciso que o governo encontre meios
de economizar despesas, sem onerar ainda mais
os contribuintes atingidos por uma das mais altas
cargas tributárias do mundo'
26/05/2018
O
presidente do Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil, Claudio Lamachia,
disse nesta sexta-feira, 25, que ‘a greve
dos caminhoneiros é consequência do desconcerto
geral do país, agravado pela política
abusiva de preços dosw combustíveis’.
Em nota pública, a principal e mais influente
entidade da Advocacia sustenta que ‘as
altas constantes têm prejudicado todo
o sistema produtivo e o cotidiano dos
cidadãos’.
“A adoção dessa política, sem levar em
conta seus efeitos sociais, inviabilizou
a atividade dos responsáveis pela quase
totalidade do abastecimento no país”,
afirma a OAB.
Para Lamachia, ‘o direito à livre manifestação
não comporta o sufocamento de outros direitos,
como o de ir e vir e o de ter acesso à
saúde, alimentação e segurança’. “Na mesma
linha, deve o governo lidar com a situação
de forma a não agravar a tensão social
nem as ofensas aos direitos fundamentais.”
A OAB recomenda ao governo que ‘diante
das graves consequências já em curso,
impõe-se, por parte do governo, que vá
além de um simples pedido de trégua aos
grevistas ou que se valha tão somente
de medidas repressivas’.
“Desobstruir as estradas e normalizar
o abastecimento é necessário, mas sem
que a essência do protesto seja levada
em conta, apenas aprofundará a crise.”
LEIA
A ÍNTEGRA DA NOTA DA OAB
“A
greve dos caminhoneiros é consequência
do desconcerto geral do país, agravado
pela política abusiva de preços dos combustíveis.
As altas constantes têm prejudicado todo
o sistema produtivo e o cotidiano dos
cidadãos.”
“A adoção dessa política, sem levar em
conta seus efeitos sociais, inviabilizou
a atividade dos responsáveis pela quase
totalidade do abastecimento no país.”
“Essa situação expõe ainda a precariedade
da infraestrutura do país. Há décadas,
os seguidos governos, de diferentes matrizes
ideológicas, se recusam a investir no
desenvolvimento de outras formas de transporte.”
“Neste momento, cabe às partes bom senso
e temperança para que a sociedade não
seja punida pelo desabastecimento.”
“O direito à livre manifestação não comporta
o sufocamento de outros direitos, como
o de ir e vir e o de ter acesso à saúde,
alimentação e segurança. Na mesma linha,
deve o governo lidar com a situação de
forma a não agravar a tensão social nem
as ofensas aos direitos fundamentais.”
“Diante das graves consequências já em
curso, impõe-se, por parte do governo,
que vá além de um simples pedido de trégua
aos grevistas ou que se valha tão somente
de medidas repressivas. Desobstruir as
estradas e normalizar o abastecimento
é necessário, mas sem que a essência do
protesto seja levada em conta, apenas
aprofundará a crise.”
“É preciso que o governo encontre meios
de economizar despesas, sem onerar ainda
mais os contribuintes, que são atingidos
por uma das mais altas cargas tributárias
do mundo, sem que qualquer tipo de direito
previsto na Constituição Federal seja
devolvido a contento. Mais uma vez, a
OAB se coloca a disposição para colaborar
na busca por soluções.”
“Quem anda atrás dos vidros escurecidos
dos carros oficiais e nos privilegiados
voos da FAB, deve lembrar sempre que o
combustível que o Estado lhe fornece gratuitamente
sai do bolso do contribuinte, que paga
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