A
greve dos caminhoneiros brocou o País.
Mostrou a força que representa a supremacia
da rodagem e deixou claro que o asfalto
potencializado tem uma força devastadora,
solapadora e arrumadora, como o poder
de uma broca.
Tempos do lombo de cavalos, jegues, mulas,
ao mesmo tempo que, lombo de gente carregando
sacas de açúcar, café e fumo por caminhos
enlameados, ladeiras e descidas ficaram
para trás.
A estrada de ferro não se importava de
levar em si cavalos, jegues e mulas; não
se incomodava de trazer consigo sacas
de açúcar, café e fumo. Relegaram-na,
depreciaram-na, jogaram-na ao léu; tudo
para o esquecimento. Esqueça.
O asfalto avançou impetuosamente, foi
acometido de investimento e tornou o traço
mais espesso. Pôs em carga trens, breguessos,
bens comerciáveis, bugigangas e tudo em
frete. A fila ficou gigantesca, o engarrafamento
sem fim, tornou-se mais intenso e mais
forte, virou prioridade. O asfalto é o
amante fiel da indústria automobilística.
O ponto sem contraponto.
O asfalto leva para longe, para lugar
afastado, bem distante nas proximidades
bem próxima. Encaminhar-se e sobrecarregar-se.
O asfalto bebe álcool, gasolina e diesel,
o ar bebe querosene. São milhões de veículos.
A estrada betumada transportando de tudo
um pouco faz fileiras enfileiradas.
Descortinamos a Petrobrás, pérola negra
que suga hidrocarbonetos em poros de rochas
sedimentares. Depósitos extensos. Olhares
da rapinagem. Roubaram-na pela corrupção
voluptuosa. “Perdeu, passe a dina!” Subtrair
ardilosamente para interesses de bilionários
investidores. São mega interesses internacionais
em jogo jogado por larápios contumazes.
A alma da estrada é o caminhoneiro, subindo
e descendo, prá lá e prá cá, remoendo
a noite e o dia num caminho carraspiento.
O tapete preto tem preço. O pedágio é
uma faca enfiada no pescoço. O custo da
manutenção subindo a ladeira. A política
de preço do combustível do Parente tá
carregada no dólar, com o diesel correndo
solto. O frete amarrado no peso-pesado
da boca do buraco. Esparro puro. Boca
de zero nove. O buraco já deu o que tinha
que dá.
Os caminhoneiros pararam na boca do buraco
e com a cabeça na bigorna, num movimento
justo, justíssimo, legítimo e bem fundado.
Com apoio social e vitorioso na engrenagem
da marcha. Engrena a primeira ou engata
a marcha-ré?
O contraditório: INTERVENÇÃO JÁ! Significa
uma súplica à ditadura militar por quem
não sabe o tamanho do precipício na beira
da estrada e não acredita na própria força.
Essa bandeira não está nos conformes da
justiça, da equidade e da razão democrática.
Em Ipirá, a tropa de choque, armada até
os dentes, fez a intervenção solicitada
na faixa intervencionista. “Acaba com
isso agora ou o pau vai comer!” Não quis
nem saber da justeza e precisão do movimento.
Não teve conversa. A bandeira levantada
na faixa está obsoleta e equivocada.
A força dos caminhoneiros é maior do que
se pensa. A situação econômica ficou dramática
com a paralisação. Estivemos no buraco
do desabastecimento no País.
O governo joga a parada do diesel para
sessenta dias. Tempo para os caminhoneiros
se organizarem, buscarem a unidade e tomarem
consciência do que representam. Se acontecer
com organização pensada, a bagaceira virará
uma dor de cabeça para o governo.
O governo Temer foi agradecer, numa Igreja
Evangélica, ao Ser Supremo. Pedro Parente
saiu de baixo, outro Seu Parente assumiu
a Petrobrás. A Política de Preços dolarizada
para os combustíveis continua na baliza
do governo, que não produz ração para
frangos e porcos, nem vende ovos. Esse
governo golpista do Temer representa uma
tragédia completa. Por
Agildo Barreto
"IPIRÁ
NEGÓCIOS dá Existência Pública aos Eventos
e as Notícias Acontecem"
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