O
prefeito Marcelo Brandão está de boa e
com a cabeça nas nuvens. Ipirá está engavetado,
entrou num gargalo, encontra-se numa encruzilhada
e está com a cabeça na forca.
A situação do Brasil não é nada confortável;
a de Ipirá não é nada consolável. A seca
é uma situação cíclica, costumeira e previsível
para depois de agosto é quase certa e
contundente. Faltam dois meses.
Antes de agosto, Ipirá amarga a crise
com dificuldades e complicações devido
ao fechamento de duas agências bancárias
na cidade pela bandidagem. Não se sabe
quando voltarão a funcionar.
Vítima de um imprevisto; ferida pela imprevisibilidade;
massacrada pela dúvida. Essas agências
voltarão a funcionar? Quais são as providências
à vista? Um oceano de incerteza.
Eu juro que nenhum ipiraense tem certeza
do que virá acontecer. O Banco do Brasil
costuma dar um golpe baixo e sujo na população
nestas horas. Foram várias agências fechadas
e transformadas em Posto Bancário por
esse Brasil afora. Fazendo com que a população
vitimada se torne mais sacrificada ainda;
depois do sacrifício, vem a humilhação
e o desprezo; para depois destes, a mutilação
urgente. Ipirá não aguentará.
Não é justo o povo de Ipirá pagar pela
ação nefasta de bandidos. Ipirá não pode
ser condenada pelo sinistro de que foi
vítima. A vítima está pagando pelo que
sofreu, devido à ação de bandidos. A tragédia
poderá levar à desgraça, jogando nas costas
da população o sacrifício e toda a culpa
do acontecido. O povo de Ipirá não tem
culpa no cartório pelo assalto ocorrido;
não é, não será e nunca foi cúmplice de
assaltantes.
Alguém pode até dizer que Ipirá está acostumada
a perder calada. Você pode até achar que
não tem nada com isso; que não tem nada
a ver com o acontecimento; que “quem pariu
Mateus que balance.” Mas, a omissão não
é boa companhia e, neste momento, o que
está em jogo é o desenvolvimento do município
de Ipirá.
E, pense bem, qualquer cidadão ipiraense
que mantiver intacta, impoluta e impermeável
a sua indiferença, incompreensão e inutilidade
estará tendo uma atitude equivocada.
Por não fazer nada, por não tomar uma
atitude, por não soltar um grito, o cidadão
ipiraense estará tendo um comportamento
que poderá ser tão nocivo para si e para
o município de Ipirá, quanto ao dos autores
do sinistro que destruíram duas agências.
A abertura das agências depende de vozes.
Às vezes, a vida exige o seu grito ou
a sua voz.
Se não retornarmos à normalidade anterior
será um retrocesso sem precedentes. Não
é, simplesmente, defender um sistema financeiro,
mas guarnecer, garantir e preservar um
serviço essencial para a população, que
é o pagamento de salários, proventos e
benefícios.
É necessário a ação do Poder Público,
prefeito, vereadores e da sociedade civil
com suas organizações: o CDL, Rotary,
Sindicatos dos professores, dos funcionários
públicos, dos operários da fábrica, dos
proprietários e trabalhadores rurais;
da Igreja Católica e das Igrejas Evangélicas
e de todas as categorias de trabalhadores,
de todo cidadão ipiraense da cidade e
do campo.
Por Agildo Barreto
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