A
ex- advogada e prostituta Cláudia de MarchiImagem: Divulgação/Arte
UOL
Professora
de Direito vira prostituta e só aceita 'cavalheiros'
Cláudia
de Marchi atende em Brasília há dois anos
10/07/2018
A
vontade de fazer muito sexo, ganhar dinheiro
e parar de ser assediada por colegas de
trabalho fizeram com que a advogada e
professora de direito Cláudia de Marchi,
de 36 anos, decidisse se tornar “acompanhante
de luxo feminista”, como ela se define.
Atendendo em Brasília há dois anos, ela
só aceita cavalheiros “com português correto,
intelecto de dar inveja” e que lhes deem
muitos beijos. Informa que “ama sexo anal”,
que detesta ser chamada “de meu amor”
e que quem quiser “jantar em restaurante,
aquela balela toda”, tem que pagar a mais''.
Cláudia está lançando o livro “De encontros
sexuais a crônicas – O diário de uma advogada
e acompanhante de luxo feminista”. À Universa,
ela diz que prostituição é opção e que
é feminista, sim, porque é uma “mulher
livre, realizando a própria sexualidade”.
Por que
decidiu deixar de ser advogada para se
tornar prostituta?
Fui muito assediada quando tinha escritório
e tive sócios mega machistas, que ganhavam
mais do que eu e que não me deixavam ficar
responsável por alguns casos, só só porque
eu era mulher. Aquilo me irritava. Abandonei
a advocacia, fui fazer mestrado e me tornei
professora da Universidade de Cuiabá.
Só que, na faculdade, aconteceu a mesma
coisa, assédio por todos os cantos. Nessa
época, me separei do meu marido e decidi
que o que eu queria mais era fazer sexo.
"Sempre
foi a coisa que mais gostei de fazer na
vida. Então, uni o útil ao agradável:
transar e ganhar dinheiro".
Há quem
defenda a tese de que prostituição é falta
de opção por outros trabalhos. Concorda?
Não. As mulheres topam trabalhar com prostituição
porque querem ganhar dinheiro, porque
gostam muito de sexo, ou ambos. Essa ideia
de ausência de opção é vitimismo e não
cola. As mulheres, com raríssimas exceções,
se prostituem pra comprar celular de última
geração e se vestirem bonitinhas. E tudo
bem, sabe? Estamos em 2018 e acho uma
besteira as feministas radicais dizerem
que, na prostituição, os homens compram
nosso consentimento. Não compram. Elas
podem dizer sim, não, obrigada. A partir
do momento em que ela é obrigada a fazer,
é estupro. E estupro é crime. O mesmo
vale para meninas que são exploradas sexualmente.
Crime, também.
Quanto
você cobra?
A hora são R$ 650, o pernoite, R$ 4.500,
e se ele quiser me levar para jantar,
aquela balela além de trepar, mais R$
1.000. Eu janto sozinha, não preciso de
companhia de cara desconhecido querendo
fazer o bom moço''.
"Não quer
ir direto pro sexo, que é meu objetivo?
Então vai pagar mais caro"
O preço
sobe quando atende político que rouba
muito?
Não. Já saí com vários políticos, mas
nunca candidatos a presidente ou governador,
porque é muita exposição para mim. E se
o cara for de extrema-direita, da bancada
evangélica, ruralista ou da bala, caio
fora. As mulheres precisam parar de fetichizar
políticos. Os caras têm grana e são os
únicos que choram pra que eu abaixe o
preço da minha hora. A maioria oferece
R$ 200, achando que só porque é político,
já tem meio pau dentro.
Imagem:
Divulgação.
Quais
são suas regras na cama?
Gosto do básico: sexo vaginal, oral –
dar e receber - e anal. Não faço inversões,
masoquismo, sufocamento e nem dominação
porque me broxa. Agora, se o cara não
quiser me beijar, pode esquecer. Acha
que eu coloquei minha boca onde?
Muitos
clientes carentes?
Sim. Um deles perguntou se durante a transa
poderia me chamar pelo nome da ex. Eu
disse que não e que era melhor ele ir
embora e só voltar quando estivesse mais
estável emocionalmente. Ele me pediu desculpas,
pagou e, depois de dois meses, voltou
outro cara. Aí nos demos bem.
O que você
odeia que um cliente faça?
Odeio que me chamem de amor; nem conheço
o cara, como ele pode dizer que me ama?
Também detesto homem egoísta na cama.
Um dia desses, um cara me chamou para
tomar um vinho num restaurante. O programa
acabou ali mesmo porque ele tentou me
convencer que o Bolsonaro era legal. Falei:
“Amigo, depois disso, nem viagra feminino
resolve”.
Você se
autointitula “acompanhante de luxo feminista”.
O que isso significa?
Que sou uma mulher livre, exercendo a
própria sexualidade. Significa que não
vou aceitar qualquer coisa só porque estão
me pagando.
"Sou bem
resolvida e, apesar de muitas radicais
me criticarem, sei que sou feminista e
me orgulho disso"
No seu
site, você anuncia: “muitos beijos, anal
à vontade e convencional com camisinha,
oral sem preservativo (goza na boca: amo
engolir!), beijo grego eu faço”. Alguma
retificação?
Gosto mesmo de tudo isso. Sobre gozar
na minha boca, só não deixo quando estou
com afta ou se escovo os dentes com força
e a gengiva sangra. Nesses casos, o risco
de transmissão de DST é grande.
O que você faz imediatamente depois que
um cliente vai embora?
Como bacon. Adoro. Minha mãe, que mora
comigo, coloca bacon pra mim numa panela
sempre que tem um cliente em casa. É uma
panela que frita sem óleo. Fica bem crocante.
Imagem:
Divulgação.
Fonte:
Universa Uol / por Talyta Vespa
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