Ipirá
não tem banco (BB / Bradesco fechados);
não tem Matadouro; não tem SAMU; não tem
presidente da República que olhe por isso
aqui; não tem governo do Estado que faça
alguma coisa pela nossa terra; e agora,
não tem prefeito. Que praga da desgraça
é essa?
Paro por aqui para não parecer brincadeira,
o que não é. Estamos no caminho da pirambeira
descendo a ladeira cabeça abaixo, sem
bússola e muita gente não se toca para
nada disso, por causa da montanha de indiferença
que lhe entope a cabeça.
A campanha eleitoral começou por estas
bandas. Sem essa de dizer que o povo de
Ipirá estava entusiasmado e numa animação
total. Não estava. O que se viu aqui foi
uma enorme indiferença. O catingueiro
está na moita, de olho no padre e na missa,
na sua desconfiança sábia.
O primeiro candidato ao governo do Estado
a 'dar as caras' foi Rui Correria, que
saiu apertando a mão até de defunto na
avenida principal da cidade, faz parte
do contexto.
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A
encenação às vezes é boa companheira e
a foto fechada transmite a idéia de multidão
na era digital, quando no ato verídico
tinha um moinho de gente. Um moinho mesmo.
Uma vergonha. Parecia comício da Frente
Popular ipiraense no final do século passado.
Foi-se o tempo em que governador vinha
à Ipirá e balançava o chão da praça; o
povo botava a domingueira; o coronel colocava
o paletó engomado e a meninada vinha para
a fuzarca atropelar o palavrório embromatório.
Fico imaginando o dia do candidato Zé
Ronaldo, o Zé da Feira, desfilando pelas
ruas de Ipirá procurando voto. Oh, coitado!
Não tem jeito, em Ipirá vai tomar uma
rebordosa de mais de 10 mil votos de diferença,
até mesmo, porque vai aterrissar aqui
no olho do furacão que está destruindo
o grupo da jacuzada.
O governador Rui tem pouco a dizer ao
povo ipiraense; lascou um rosário de coisas
que fez pela Bahia afora e o que pretende
fazer por I... (dessa vez não foi Ipirá,
foi Itaberaba) uma Policlínica, por Ipirá
vai multiplicar nada vezes nada. Toma
jeito, Correria! Que o povo de Ipirá ta
ficando esperto.
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O
governador Rui Costa falou da obra do
saneamento urbano, essa obra federal tem
10 anos, custava 42 milhões, foi para
84 milhões e o governo do Estado, agora,
injetou mais de 20 milhões e a coisa vem
empacada esse tempo todo, espero que tome
uma correria e termine de vez, que não
empaque depois das eleições.
O povo de Ipirá tem razão em querer ver
para crer, afinal 10 anos não são 10 dias.
O governo do Estado fez muito pouco para
suprir as grandes necessidades do nosso
município, dá para perceber muito bem
que Ipirá não é foco de nenhum candidato.
Mas, chegou à vez do candidato Rui Correria
jogar conversa fora e o povo se manifestar.
Quando falou o nome de Lula o povo levantou
o grito; quando falou em Coronel para
o Senado, o silêncio foi a resposta. Prá
Correria ser o ‘bom da boca’ ele vai ter
que levantar esse Coronel. Eu quero é
ver! É madeira de dá em doido, trocar
coroné por Lídice e perder uma vaga no
Senado para o PSDB! Vamos aguardar.
Quem abafou de fato foi o líder da macacada,
Antônio Colonnezi, quando falou da visita
da Polícia Federal à Ipirá no dia anterior.
Aí a platéia presente delirou. Dizendo
ele, que aquilo foi uma grande vergonha
para Ipirá.
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Aqui
começa a encenação e a farsa do jacu e
o macaco. O roto picando o pau no esfarrapado.
É de dá risada! O macaco zombando do defeito
do jacu por defeitos que também lhe são
próprios. É bom o povo de Ipirá tomar
muita garapa para fazer de conta que isso
aqui é o paraíso e que vivemos no céu
sendo abraçado por um rebanho de anjo!
Macaco e Jacu inventaram a roda gigante
da corrupção em Ipirá. As oligarquias
que dominam este município monitoram um
sistema de politicagem viciado que virou
um monstro, que está engolindo todo mundo,
inclusive eles, que não percebem isso,
ou não querem perceber.
A primeira grande vítima PODERÁ ser o
prefeito Marcelo Brandão, poderia ter
sido outros. Muita gente vai dizer que
é um vacilão, mas os espertos, por mais
espertos que pareçam ser, não são diferentes
do vacilão: no mau exemplo, no prejuízo
gigantesco que causam ao município de
Ipirá; na miséria que semeiam na população
por surrupiarem e lesarem o erário público.
O sistema da politicagem de Ipirá apodreceu,
está infeccionado e em crise profunda.
Difícil escapar ileso algum gestor do
município quando se gasta milhões numa
campanha para prefeito em Ipirá. Qualquer
pessoa de bem que se dispuser a navegar
nessas águas imundas da politicagem sairá
manchado. Nenhum gestor ipiraense, de
qualquer época, resistirá a uma auditoria
da Polícia Federal.
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A
primeira vítima, o prefeito Marcelo Brandão,
está na linha de fogo. É bom frisar, que
ele tem direito a defesa como qualquer
outro cidadão brasileiro, mas que o distinto
está num rabo de foguete, lá isso ele
está! Seria bom que fosse um foguete daqueles
que fabricava seu Lúcio Fogueteiro, mas
é um foguete intercontinental da marca
PF com sabor Lava Jato.
Daqui prá frente, a politicagem jacu &
macaco será o enterro de muita gente.
Vamos aguardar os acontecimentos, porque
o mar é pouco profundo e com a existência
de muitos recifes baixos, além de outros
perigos à navegação. A prudência manda-nos
ficarmos no aguardo dos acontecimentos.
Foi tudo muito rápido apesar de esperado.
Por Agildo Barreto
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