Menino
de 9 anos tira a própria vida após revelar
a colegas que era gay
11/08/2018
Uma
mãe americana está tentando transformar
uma tragédia num alerta contra o bullying
e a homofobia. O filho de Leia Pierce,
Jamel Myles, de 9 anos, se matou na última
quinta-feira (23). Ela acredita que o
suicídio do pequeno foi resultado de abusos
e intimidações de colegas de escola, depois
que Jamel se declarou gay.
Em entrevista ao jornal “Denver Post”,
Leia relatou que, durante as férias de
verão (inverno no hemisfério sul), o menino
contou a ela que era gay.
“Ele disse: ‘mamãe, eu sou gay’. Eu pensei
que ele estava brincando, então olhei
para trás, porque estava dirigindo, e
ele estava tão assustado. E eu disse:
‘e eu continuo amando você”, contou Leia.
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O
menino disse à mãe que queria muito compartilhar
a notícia com seus colegas de escola.
“Ele foi para a escola e disse que iria
contar para as pessoas que era gay porque
estava muito orgulhoso”, relatou Leia.
As aulas começaram na segunda-feira. Quatro
dias depois, Jamel foi encontrado morto
em casa.
“Quatro dias foi tudo o que durou na escola.
Eu nem consigo imaginar o que disseram
para ele. Meu filho contou para a minha
filha mais velha que as crianças da escola
disseram a ele para se matar. É tão triste
que ele não tenha me procurado”, lamentou
a mãe.
O Distrito Escolar do Condado de Denver
instalou uma comissão de conselheiros
para os estudantes da escola de Jamel.
Cartas foram enviadas aos pais, lamentando
a morte do garoto, “uma perda inesperada
para a nossa comunidade escolar”, e aconselhando
as famílias a ficarem atentas a sinais
de estresse nas crianças.
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Em
entrevista à BBC, Will Jones, porta-voz
do distrito, afirmou que os professores
da Escola Fundamental Joe Shoemaker “estão
criando um espaço para os estudantes compartilharem
como estão se sentindo e processarem suas
emoções”.
Apesar da dor, a mãe do menino tenta alertar
as famílias sobre as consequências do
bullying. Ela também cobra responsabilização
dos pais daquelas crianças que praticam
bullying contra outras.
“Nós, pais, devemos ter responsabilidade
pelo bullying. Eu acho que os pais devem
ser punidos porque, obviamente, eles estão
ensinando as crianças a agirem assim ou
estão tratando-as dessa forma”, afirmou
Leia.
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