Ciro
Gomes diz que não vai 'tomar lado' no 2º turno
por 'razão prática'
Candidato
não declarou apoio a presidenciável Fernando Haddad
(PT), como militância esperava
28/10/2018
Em
um vídeo nas redes sociais, o candidato
derrotado à Presidência Ciro Gomes (PDT),
de volta ao Brasil após viagem à Europa,
não declarou apoio a Fernando Haddad (PT),
como parte da militância de esquerda esperava,
e disse que vai "preservar um caminho"
para que os brasileiros possam ter uma
"alternativa". O pedetista reconheceu
que "todo mundo preferia" que
ele "tomasse um lado e participasse
da campanha", mas ressaltou que não
o faria.
"Claro que todo mundo preferia que
eu, com meu estilo, tomasse um lado e
participasse da campanha, mas eu não quero
fazer isso por uma razão muito prática
que eu não quero dizer agora. Porque,
se eu não posso ajudar, atrapalhar é que
eu não quero", destacou.
Logo depois de ter confirmada a derrota
no primeiro turno, Ciro Gomes foi questionado
sobre a disputa final entre Fernando Haddad
e Jair Bolsonaro (PSL). Na ocasião, ele
sinalizou oposição do militar: "
Ele não, sem dúvida ". Enquanto ainda
concorria, o próprio Ciro chegou a dizer
que votaria no ex-prefeito de São Paulo
caso o petista fosse para o segundo turno
em vez dele. O pedetista viajou para a
Europa e frustrou a intenção do PT de
tê-lo ao seu lado na campanha.
No vídeo deste sábado, o candidato recomendou
o voto pela democracia e contra a intolerância.
Segundo ele, o Brasil precisa, a partir
de segunda-feira, construir "um grande
movimento" para proteger o regime
democrático e a sociedade mais pobre "dos
avanços contra os direitos" e os
interesses nacionais "contra a cobiça
estrangeira".
"Quero que Deus abençoe essa grande
nação para que todo mundo possa caminhar
amanhã a votar compreendendo a necessidade
de votar com a democracia, votar contra
a intolerância, votar pelo pluralismo,
mas ninguém está obrigado a votar contra
convicções e ideologias", disse.
De volta ao Brasil nesta sexta-feira após
viagem à Europa durante todo o segundo
turno das eleições, Ciro foi recebido
por uma multidão no Aeroporto Internacional
Pinto Martins, em Fortaleza. Ele passou
pelos militantes sem dar declarações a
imprensa, e ao ser indagado se iria gravar
ou não um vídeo em apoio a Fernando Haddad
(PT), o pedetista ficou calado.
Enquanto isso, o presidente nacional do
PDT, Carlos Lupi, que já havia declarado
apoio crítico do partido ao PT, disse
que a cúpula do partido iria se reunir
neste sábado para discutir como seria
esse apoio à sigla na reta final de campanha.
Questionado sobre se existia tempo para
uma articulação e virada petista, Lupi
afirmou: "Na vida existe tempo para
tudo, só não tem tempo para morrer".
Ele não informou quem estará nessa reunião
e disse que tem falado todos os dias com
Ciro Gomes.
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