O sistema de poder oligárquico em Ipirá
é bilingue (jacu e macaco); tem a configuração
de uma moeda (cara de macaco e coroa de
jacu); tem o acirramento do Ba-Vi, a rixa
do Fla-Flu, a rivalidade do Inter-Grêmio,
a briga do Cruzeiro-Atlético, tem tudo
isso aí junto e misturado. Tem ABCD: altercação,
bandalheira, competição e discussão.Tem
de E a Z. Tudo isso prá quê?
Primeiro, para ludibriar a população e
jogar o povo na frigideira da Rádio Sociedade.
Segundo para decidir quem toma conta de
dez milhões de reais mensais que é depositado
na conta da prefeitura. Tem gente que
pensa que esse garangau é peteca para
ser jogado prá lá e prá cá, até cair no
bolso do brim. A Polícia Federal não pensa
assim.
Essa dupla (jacu e macaco) reveza-se no
poder. Agora come eu, depois come tu;
assim vão conjugando o verbo mamar. São
poucos os felizardos, contado nos dedos,
meia-dúzia na macacada e uma mesa de dominó
na jacuzada (duas duplas de dois) ou quantos
tiverem na família. Esse disco é de vinil
tocando bolero da década de 1940.
Ipirá é um curral eleitoral. Tem o fazendeiro,
o dono da boiada, todo imperioso, soberbo
e altivo, que tem credencial para ser
coronel, cacique, líder político, prefeito.
É o dominador dessa casa de Noca, chamada
prefeitura. Faz das tripas coração para
chegar ao poder. Toma pó de café misturado
com água e sem açúcar; engole uma talagada
de Abaíra sem pestanejar; aperta as mãos
querendo soltar. Não é do ramo. Não conhece
o gado. Tá metido numa embrulhada; tem
no calo o financiador, o agiota, o eleitor,
o cabo-eleitoral e o vereador. Ah! O vereador.
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No
curral eleitoral chamado Ipirá, tem uma
figura chave, essencial e mais importante:
é o vaqueiro. É ele quem corre atrás do
gado dentro da caatinga, reúne a boiada
e leva para o matadouro eleitoral, que
funciona de quatro em quatro anos.
O vereador é o assistente social mais
próximo; a capa de chuva e o guarda-sol
mais requisitado; é o pára-brisa da sociedade;
o doador de sangue A, B, e O universal.
Toma lá, o que tu queres; dá cá o teu
voto. Isso custa, custa muito, dinheiro
e sacrifício. O vereador pegou esse vício
e o vício pegou o vereador. É um louco
varrido.
O vereador é a peça chave e imprescindível
do sistema oligárquico. É a pilastra de
sustentação do edifício das oligarquias
do jacu e macaco. É o maior mantenedor
do esquema dos chefes políticos locais.
Sustenta, garante e mantém a votação necessária
e imprescindível das lideranças políticas
da macacada e jacuzada.
O vereador é quem conhece o eleitor, sabe
onde ele mora, está no seu dia-a-dia,
amparando-o e buscando resolver e solucionar
suas dificuldades, principalmente, no
campo da saúde e do financeiro. Aí está
o grande problema. Quanto custa manter
esse eleitorado? Os olhos da cara. Bancar
esse esquema é barril.
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O
que seria do grande líder (jacu ou macaco)
sem o vereador? Seria a mesma coisa do
fazendeiro sem o vaqueiro. Um perdido.
O vereador é quem conhece o eleitor como
a palma da sua mão. Sabe da sua dor, da
sua conta, da sua falta. O vereador é
aquele que tem credencial para ser cabo-eleitoral,
mas, nunca, jamais, nem pensar, em ser
prefeito. É a maior força, mas não sabe
a força que tem.
Ah,
se o vereador soubesse a força que tem!
Seria o manda-chuva, o intendente, o superintendente,
o prefeito de Ipirá. Seria muito mais;
seria o líder Luís Carlos e o líder Antônio
juntos; seria mais dos que os dois colados
e encangados. A união desses 15 vereadores,
somados com mais meia dúzia de candidatos
à vereança, controlam, hoje, em Ipirá,
mais de 30 mil votos; deixando fora da
balança de controle, apenas 5 mil votos.
Seria madeira de dar em doido.
Sendo o vereador o dono do voto, porque
eles não partem para o vamos ver? Por
dois motivos: porque existe uma contradição
clara entre eles, brigam e disputam o
mesmo filão de ouro, a mesma matéria-prima:
o voto, o eleitor.
Segundo, porque o voto é garantido pelo
tal do ‘serviço prestado’, apelido do
clientelismo, e isso custa dinheiro, muito
dinheiro. O clientelismo é um dilapidador
de recursos, não tem dinheiro que dê,
nem a Casa da Moeda suporta esse tranco.
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O
custo desse gasto aperta o vereador, que
aperta o poder público para bancar o custo
operacional, se o vereador é da situação.
A sentença de morte que afasta o vereador
de qualquer pretensão ao cargo executivo
é a frase: “só ganha eleição quem tem
dinheiro.” O vereador gasta dinheiro para
manter o voto. Já foi.
O vereador sofre a pressão, marcação e
calor do eleitor; ele pressiona o candidato
a prefeito; ele pressiona o gestor municipal
para manter a sustentação do clientelismo.
O vereador não consegue escapar desse
sistema de puxa-puxa e repuxa, de pressão
prá lá e prá cá, sendo que, todos estão
dentro da mesma armadilha. O preço é caro,
oneroso, impraticável e complicado, mas
tudo é pago, para o bem e para o mal,
pelo município de Ipirá. Não tem prefeito
que fique em pé. Adeus, Marcelo Brandão!
Que
tal colocar seu evento na internet
(no Ipirá Negócios, facebook, etc.)?
Mostre sua festa, seu
casamento ou aniversário para o mundo,
para quem está longe e não pode estar
presente.
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Telefone:
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