"Tem
homem que chega e não quer tomar uma ducha. Imagina
você ter que dizer pra um homem barbado que ele precisa
de um banho?!",
comenta Yasmin Bergamin (Foto: Reprodução/Twitter)
O
que as garotas de programa não contam
22/12/2018
Nada
de Kama Sutra ou filmes pornô. O que elas
sabem e fazem na cama, aprenderam instintivamente,
na prática. Esqueça as perguntas clichês
como "já ter se apaixonado por um
cliente" ou "realmente curtir
fazer sexo anal". Yasmin, Gabi e
Belle são três acompanhantes experientes
que abrem o jogo sobre o que as garotas
de programa geralmente não contam.
"Eu comecei com 18, hoje tenho 21
e não tenho nenhum problema em mostrar
o rosto. Sempre recebia propostas pra
sair por dinheiro. Um dia aceitei e vi
que ganharia muito mais do que como atendente
em cinema, que é o que eu fazia na época",
revela Yasmin Bergamin, que no Twitter,
onde tem mais de 46 mil seguidores, se
apresenta como “acompanhante ninfeta,
namoradinha perfeita".
Entre ofertas tentadoras – e outras malucas
– ela lembra que um dos fetiches mais
incomuns que atendeu foi o de um cliente
que comprava vídeos dela escovando os
dentes "ele fez isso várias vezes
e pagava bem". Para ter fotos e vídeos
exclusivos e caseiros, como os que uma
namorada mandaria, os homens desembolsam
entre R$ 15 e R$35. "Já recebi declaração
dizendo que mesmo ele estando longe, só
vendo vídeos e fotos, eu era seu maior
estímulo sexual."
"Uma
vez um cara bêbado e muito louco de tudo
o que você imaginar começou a me morder.
Eu mandando parar, e nada.
Resumo: chutei e expulsei porque não sou
obrigada!" (Foto: Reprodução/Twitter)
Embaraço
e medo
"Situação embaraçosa é quando o cliente
vem me ver e não está cheiroso. Tem homem
que chega e não quer tomar uma ducha.
Imagina você ter que dizer pra um homem
barbado que precisa de um banho?! Geralmente
eu sugiro um banho junto, mas se ele se
nega eu falo que não consigo atender nessa
situação. Medo temos o tempo todo. Abrir
a porta da sua casa a desconhecidos não
é fácil. E aparece de tudo, não tenho
preconceitos. Uma vez um cara bêbado e
muito louco de tudo o que você imaginar
começou a me morder. Eu mandando parar,
e nada. Resumo: chutei e expulsei porque
não sou obrigada!"
Yasmin revelou sua profissão à família
"no susto". "Antes eu não
mostrava o rosto, mas tive as fotos divulgadas
para familiares e então resolvi assumir,
mas não foi e não é fácil. Sou respeitada,
mas aceitar, acho que nunca vão.".
O que os homens querem na cama
Com o tempo, ela passou a entender o que
os homens gostam na cama. "No meu
caso, que tenho bundão, tenho duas posições
que são infalíveis: de quatro e cavalgando
de costas." Mas não é só sexo que
eles procuram: "Muitos querem falar
sobre o dia a dia, a vida, os problemas.
Ser ouvinte e paciente ajuda muito".
Paciência também é um dos segredos de
Gabi, que mora em Maringá, no Paraná,
tem 25 anos e é garota de programa há
quase dois. "Às vezes a gente tá
meio estressada, mas procura não passar
isso pro cliente. Tem gente que vem só
pra conversar. Paga pra conversar, não
é nem pra transar. Tenho cliente fixo
que só vem fazer uma massagem e conversar."
"Eu estava com algumas contas atrasadas
e entrei nessa vida. Acabei ficando e
tô aqui com um objetivo, que é construir
a minha casa. Em alguns meses cheguei
a faturar R$ 15 mil. Não bebo e não gasto
mais com roupas e acessórios, pra mim
isso é tudo ilusão", conta ela, que
já passou apuros. "A situação foi
no motel, com um homem que estava usando
drogas, mas eu soube contornar a situação.
Entrei na onda e, graças a Deus, não aconteceu
nada. Entrar na onda não é usar droga
junto, é conversar com calma, porque a
pessoa às vezes pira. A gente não sabe
com quem tá lidando."
Belle
Reily estuda Direito em São Paulo, tem
25 anos e é acompanhante há quase quatro.
Durante esse tempo, estima ter atendido
mais de mil clientes. Com fotos e frases
provocativas como "adoro sexo pela
manhã com um oral bem babado", ela
desperta o interesse de milhares de fãs
em seu blog pessoal e no Twitter, onde
é seguida por mais de dez mil pessoas.
"Estou
disponível e com muita vontade de trepar…
vamos?", provoca Belle em seu microblog
(Foto: Reprodução/Twitter)
"Sou
garota de programa há muitas vidas. Aparentemente
eu escolhi ser pelo dinheiro, mas, na
verdade, todas as vezes eu estava em busca
de achar uma metade que perdi há muito
tempo. Meu objetivo real como GP foi acessar
o máximo possível de homens para achar
essa parte perdida. No instante em que
eu achei, sabia que era ele, minha alma
reconheceu. Não estamos juntos, fazemos
aparte da vida um do outro. Talvez o objetivo
seja apenas a mudança interna de cada
um após o encontro, e não necessariamente
viver um amor pra vida toda. O ideal é
sermos completos sozinhos. Não existe
um amor fora se antes não existir um amor
dentro."
"O
que as garotas de programa geralmente
não contam é quem são por detrás de tudo
aquilo que demonstram ser" (Foto:
Arquivo Pessoal)
Apesar
da reflexão contrastar com a exposição
que ela faz nas redes, Belle explica que
"o que as garotas de programa geralmente
não contam é quem são por detrás de tudo
aquilo que demonstram ser. Mas não são
só as acompanhantes, a sociedade no geral
vive personagens", filosofa. "Vou
parar quando minha missão acabar, quando
eu tiver aprendido tudo aquilo que precisava
aprender, quando todos os encontros proporcionados
por essa profissão acontecerem. Me abstenho
de seguir uma religião, pego de cada uma
aquilo que me faz sentido. Auto-observação
é cura."
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