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Câmara Municipal de Ipirá (BA), rejeita
o projeto de R$ 10.000.000,00 (Dez Milhões),
pretendido pelo prefeito Marcelo Brandão.
Na sessão parlamentar da última terça-feira
(03/12), os vereadores oposicionistas
foram surpreendidos pela Mesa da Câmara,
que colocou em votação, sem estar previsto
em pauta, o projeto do executivo, que
pretende obter um empréstimo de dez milhões
de reais, com argumento de que é para
calçar ruas, sem descriminar, nem dizer
qual a rua que vai ser calçada e quanto
vai ser preciso para calçar cada rua.
Enfim, por que o projeto que estava ‘esquecido‘
foi colocado em votação sem observar o
Regimento interno, o colocando antes em
pauta?
Vereador
oposicionista Caryl, encontra-se de licença
médica
Acontece que o vereador Caryl Oliveira,
de oposição, no momento, encontra-se de
licença médica. Com um voto a menos da
oposição, a Mesa da Câmara, presidida
pelo vereador Divanilson Mascarenhas,
viu nesta situação a oportunidade para
surpreender a Bancada contraria ao projeto
e manobrou para colocar em votação, na
expectativa que com um voto a menos do
vereador licenciado e a ausência do vereador
Ekel Oliveira, que tem se manifestado
contra o empréstimo, conseguiria êxito,
aprovando em primeira votação, o projeto.
Vereadora
da situação, Paula, vota contra o projeto
Mas o presidente Divanilson não contava
com a coerência da vereadora Itana Paula,
que também havia se manifestado contra
o projeto, e na oportunidade votou contra.
Com isso o projeto foi rejeitado em primeira
votação por 7 votos contra, e 6 votos
a favor.
Vereadores que votaram a favor do projeto:
Divanilson Mascarenhas, Laelson Neves,
Mundinho de Nova Brasília, Edmundo Cerqueira,
Edson Cerqueira e André Luís Silva.
Vereadores que votaram contra o projeto:
Deteval Brandão, Weima Fraga, Benedito
Oliveira, Jaildo Santos, Carlinhos Simas,
Marcos Mascarenhas e Itana Paula.
Vereadora,
Paula, esclarece porque votou contra o
projeto
Nesta quarta-feira
(04/12), Paula emitiu nota esclarecendo
o motivo do voto contra o projeto.
Leia a íntegra da nota abaixo.
“o meu voto foi contra a obscuridade do
projeto, que não discrimina o nome e quantidade
de ruas beneficiadas e os bairros, “como
veiculado na nota da Prefeitura”, bem
como um projeto básico com os custos unitários.
Em se tratando de um gestor que fecha
os postos de saúde da família (PSF), suspende
o atendimento da clínica SERMEDI, deixando
a população desassistida no que é mais
precioso da vida, a saúde; deixa alunos
sem ir à escola por falta de pagamento
dos transportes escolar; fornecedores
da prefeitura reclamando de atrasos frequentes;
estradas intransitáveis e como se não
bastasse tudo isso, deixa a população
morrer à mingua na zona rural por falta
d´água e, diga-se de passagem, as poucas
que colocou ainda não pagou aos donos
de carro pipa.
Portanto, esses são os fatos relevantes
e no cumprimento do meu mandato, vou zelar
sempre pela responsabilidade, fiscalização
e compromisso com o povo de Ipirá.
Esclarecendo ainda que, quando o executivo
apresentar um projeto onde conste,
nome de ruas e bairros a serem beneficiados,
tamanho das ruas e valor exato estimado
para as obras, sem que engesse o orçamento
público e não prejudique os serviços essenciais,
estarei pronta para atender as necessidades
da população”.
Projeto, se aprovado, endivida o município
Os vereadores oposicionistas que votaram
contra o projeto, alegam que o "empréstimo,
se aprovado, endividará o município, já
comprometendo a próxima gestão. O prefeito
não tem credibilidade para tomar o citado
empréstimo e fazer a aplicação de forma
correta e em tempo hábil para atender
a população".
Nesta
gestão, as obras arrastam-se por anos
Os vereadores da situação dizem que com
a não aprovação do empréstimo, o município
será prejudicado, mas os vereadores oposicionistas
não concordam e dizem que estamos em um
ano pré-eleitoral, que o atraso, se existir,
será por poucos meses, somente durante
a gestão do atual prefeito, pois nada
impede que o projeto seja reapresentado
e aprovado na próxima gestão.
Ainda, segundo os oposicionistas, o gestor
atual não tem credibilidade, e quando
vai executar uma obra a mesma requer uma
eternidade para terminar, a exemplo da
praça São José, que levou mais de dois
anos para ser concluída e ainda sendo
entregue sem a conclusão da biblioteca,
que até hoje não possui um único livro
ou computador; o Mercado de Artes; a requalificação
da praça José Leão dos Santos, que foi
colocada placa dando conta do início das
obras no dia 7 de janeiro do corrente
ano e até agora, um ano depois, nada foi
feito.
Dentro deste raciocínio, nenhum prejuízo
terá a população em ter este projeto adiado.
O prefeito que vá concluir as suas obras,
que estão paradas, além de outras que
estão sendo ‘empurradas com a barriga’,
a exemplo da Casa dos Estudantes (obra
prometida pelo atual prefeito), etc.
Por conta
do empréstimo, o município corre o risco
de graves desvios em pleno ano eleitoral.
Segundo os vereadores oposicionistas,
se o projeto for aprovado, o prefeito
pode começar, fazer algumas ruas, e a
obra, a exemplo de tantas outras, pode
ficar parada, comprometendo o município
com débitos.
Ainda, segundo os vereadores oposicionistas,
por conta do empréstimo, o município corre
o risco de graves desvios em pleno ano
eleitoral.
O fato é que a população tem demonstrado
votos de aplausos para os vereadores oposicionistas
e a vereadora Itana Paula.
Projeto não específica as ruas que serão
calçadas
O projeto pleiteado pela prefeitura não
acompanha uma planilha de valores, especificando
onde, em quais ruas serão feitas as obras
e valor das obras que por acaso venham
a ser feitas. Também não acompanha o valor
dos juros bancários, nem o valor das parcelas.
Empréstimo endividará
o município e será pago pelo próximo prefeito
O empréstimo que o prefeito de Ipirá (BA),
Marcelo Brandão, deseja tomar junto à
Caixa Econômica Federal será de R$ 10.000.000,00
(Dez Milhões), e poderá ter prazo de carência
de 2 anos. Ou seja, o empréstimo só começará
a ser pago em uma próxima gestão.
Weima, diz que aprovar o empréstimo municipal,
da forma como o pedido está sendo encaminhado
à Câmara, com um projeto falho e sem informações,
será como entregar uma mala de dinheiro
ao prefeito.
O vereador Deteval Brandão, critica a
tomada do empréstimo. “É fácil, o prefeito
mandar um projeto para tomar dinheiro,
que não será pago um centavo por ele.
Se no empréstimo solicitado o gestor está
pedindo 24 meses de carência, então quer
dizer que na gestão dele, não será pago
um centavo. Tomar dinheiro para os outro
pagar é fácil e bom”, protestou Deteval.
Ironia?
Dez milhões para outro prefeito pagar?
O hoje prefeito, Marcelo Brandão, quando
radialista, dizia alto e em bom som, que
a prefeitura de Ipirá recebia dez milhões
mensais, e que ele não sabia o que os
prefeitos faziam com tanto dinheiro, que
ele, caso prefeito, com está verba mensal
faria em Ipirá, uma grande administração.
Hoje, na atualidade, o prefeito quer tomar
um empréstimo de dez milhões, para outro
prefeito pagar.
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