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O prefeito de Ipirá, através da Câmara, tenta aprovação de empréstimo de dez milhões, para o próximo prefeito pagar
 
Por conta do empréstimo, o município corre o risco de graves desvios em pleno ano eleitoral
Por Orlando Santiago Mascarenhas
www.IPIRANEGOCIOS.com.br
05/12/2019 
 
A Câmara Municipal de Ipirá (BA), rejeita o projeto de R$ 10.000.000,00 (Dez Milhões), pretendido pelo prefeito Marcelo Brandão.

Na sessão parlamentar da última terça-feira (03/12), os vereadores oposicionistas foram surpreendidos pela Mesa da Câmara, que colocou em votação, sem estar previsto em pauta, o projeto do executivo, que pretende obter um empréstimo de dez milhões de reais, com argumento de que é para calçar ruas, sem descriminar, nem dizer qual a rua que vai ser calçada e quanto vai ser preciso para calçar cada rua.

Enfim, por que o projeto que estava ‘esquecido‘ foi colocado em votação sem observar o Regimento interno, o colocando antes em pauta?

Vereador oposicionista Caryl, encontra-se de licença médica

Acontece que o vereador Caryl Oliveira, de oposição, no momento, encontra-se de licença médica. Com um voto a menos da oposição, a Mesa da Câmara, presidida pelo vereador Divanilson Mascarenhas, viu nesta situação a oportunidade para surpreender a Bancada contraria ao projeto e manobrou para colocar em votação, na expectativa que com um voto a menos do vereador licenciado e a ausência do vereador Ekel Oliveira, que tem se manifestado contra o empréstimo, conseguiria êxito, aprovando em primeira votação, o projeto.

Vereadora da situação, Paula, vota contra o projeto

Mas o presidente Divanilson não contava com a coerência da vereadora Itana Paula, que também havia se manifestado contra o projeto, e na oportunidade votou contra. Com isso o projeto foi rejeitado em primeira votação por 7 votos contra, e 6 votos a favor.

Vereadores que votaram a favor do projeto: Divanilson Mascarenhas, Laelson Neves, Mundinho de Nova Brasília, Edmundo Cerqueira, Edson Cerqueira e André Luís Silva.

Vereadores que votaram contra o projeto: Deteval Brandão, Weima Fraga, Benedito Oliveira, Jaildo Santos, Carlinhos Simas, Marcos Mascarenhas e Itana Paula.

Vereadora, Paula, esclarece porque votou contra o projeto

Nesta quarta-feira (04/12), Paula emitiu nota esclarecendo o motivo do voto contra o projeto.

Leia a íntegra da nota abaixo.

“o meu voto foi contra a obscuridade do projeto, que não discrimina o nome e quantidade de ruas beneficiadas e os bairros, “como veiculado na nota da Prefeitura”, bem como um projeto básico com os custos unitários.


Em se tratando de um gestor que fecha os postos de saúde da família (PSF), suspende o atendimento da clínica SERMEDI, deixando a população desassistida no que é mais precioso da vida, a saúde; deixa alunos sem ir à escola por falta de pagamento dos transportes escolar; fornecedores da prefeitura reclamando de atrasos frequentes; estradas intransitáveis e como se não bastasse tudo isso, deixa a população morrer à mingua na zona rural por falta d´água e, diga-se de passagem, as poucas que colocou ainda não pagou aos donos de carro pipa.

Portanto, esses são os fatos relevantes e no cumprimento do meu mandato, vou zelar sempre pela responsabilidade, fiscalização e compromisso com o povo de Ipirá.

Esclarecendo ainda que, quando o executivo apresentar um projeto onde conste, nome de ruas e bairros a serem beneficiados, tamanho das ruas e valor exato estimado para as obras, sem que engesse o orçamento público e não prejudique os serviços essenciais, estarei pronta para atender as necessidades da população”.


Projeto, se aprovado, endivida o município


Os vereadores oposicionistas que votaram contra o projeto, alegam que o "empréstimo, se aprovado, endividará o município, já comprometendo a próxima gestão. O prefeito não tem credibilidade para tomar o citado empréstimo e fazer a aplicação de forma correta e em tempo hábil para atender a população".

Nesta gestão, as obras arrastam-se por anos

Os vereadores da situação dizem que com a não aprovação do empréstimo, o município será prejudicado, mas os vereadores oposicionistas não concordam e dizem que estamos em um ano pré-eleitoral, que o atraso, se existir, será por poucos meses, somente durante a gestão do atual prefeito, pois nada impede que o projeto seja reapresentado e aprovado na próxima gestão.

Ainda, segundo os oposicionistas, o gestor atual não tem credibilidade, e quando vai executar uma obra a mesma requer uma eternidade para terminar, a exemplo da praça São José, que levou mais de dois anos para ser concluída e ainda sendo entregue sem a conclusão da biblioteca, que até hoje não possui um único livro ou computador; o Mercado de Artes; a requalificação da praça José Leão dos Santos, que foi colocada placa dando conta do início das obras no dia 7 de janeiro do corrente ano e até agora, um ano depois, nada foi feito.

Dentro deste raciocínio, nenhum prejuízo terá a população em ter este projeto adiado. O prefeito que vá concluir as suas obras, que estão paradas, além de outras que estão sendo ‘empurradas com a barriga’, a exemplo da Casa dos Estudantes (obra prometida pelo atual prefeito), etc.

Por conta do empréstimo, o município corre o risco de graves desvios em pleno ano eleitoral.

Segundo os vereadores oposicionistas, se o projeto for aprovado, o prefeito pode começar, fazer algumas ruas, e a obra, a exemplo de tantas outras, pode ficar parada, comprometendo o município com débitos.

Ainda, segundo os vereadores oposicionistas, por conta do empréstimo, o município corre o risco de graves desvios em pleno ano eleitoral.

O fato é que a população tem demonstrado votos de aplausos para os vereadores oposicionistas e a vereadora Itana Paula.

Projeto não específica as ruas que serão calçadas


O projeto pleiteado pela prefeitura não acompanha uma planilha de valores, especificando onde, em quais ruas serão feitas as obras e valor das obras que por acaso venham a ser feitas. Também não acompanha o valor dos juros bancários, nem o valor das parcelas.


Empréstimo endividará o município e será pago pelo próximo prefeito


O empréstimo que o prefeito de Ipirá (BA), Marcelo Brandão, deseja tomar junto à Caixa Econômica Federal será de R$ 10.000.000,00 (Dez Milhões), e poderá ter prazo de carência de 2 anos. Ou seja, o empréstimo só começará a ser pago em uma próxima gestão.

Weima, diz que aprovar o empréstimo municipal, da forma como o pedido está sendo encaminhado à Câmara, com um projeto falho e sem informações, será como entregar uma mala de dinheiro ao prefeito.

O vereador Deteval Brandão, critica a tomada do empréstimo. “É fácil, o prefeito mandar um projeto para tomar dinheiro, que não será pago um centavo por ele. Se no empréstimo solicitado o gestor está pedindo 24 meses de carência, então quer dizer que na gestão dele, não será pago um centavo. Tomar dinheiro para os outro pagar é fácil e bom”, protestou Deteval.

Ironia? Dez milhões para outro prefeito pagar?

O hoje prefeito, Marcelo Brandão, quando radialista, dizia alto e em bom som, que a prefeitura de Ipirá recebia dez milhões mensais, e que ele não sabia o que os prefeitos faziam com tanto dinheiro, que ele, caso prefeito, com está verba mensal faria em Ipirá, uma grande administração.

Hoje, na atualidade, o prefeito quer tomar um empréstimo de dez milhões, para outro prefeito pagar.
 
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