Com
11 membros da família infectados pela
covid-19, um homem de Feira de Santana,
que não quis se identificar, passou por
muitos momentos de dificuldade para conseguir
cuidar de todos os infectados e ter assistência
médica.
Ele relatou ao Acorda Cidade que encontrou
muita dificuldade para ter assistência
da Secretaria Municipal de Saúde, inclusive,
tendo que pagar o exame para detectar
o coronavírus do próprio bolso.
"De duas semanas pra cá estou cuidando
da minha família na casa da minha mãe,
onde 11 pessoas estão infectadas com covid-19
e foi uma luta atrás da secretaria de
saúde pra fazer exame. O primeiro a ser
contaminado foi meu irmão e a UPA (Unidade
de Pronto Atendimento) não atendia, pois
pra atender tem que estar passando muito
mal. Fomos atrás da secretaria de saúde,
mas não conseguimos fazer o exame de covid.
Desesperados, conseguimos o dinheiro e
fizemos particular. Deu positivo e desse
dia em diante cada pessoa foi adoecendo,
foram 11 pessoas, inclusive minha mãe
de 73 anos de idade. Não tivemos apoio
da prefeitura, a gente ligava pra secretaria
de saúde o dia todo e ninguém atendia,
ligava para vários números e não conseguia
falar com ninguém", afirmou.
Segundo ele, após várias tentativas, outros
membros da família conseguiram fazer o
teste rápido através da secretaria de
Saúde, porém o resultado deu negativo.
Ele diz que os próprios familiares pediram
que o teste fosse refeito, já que o teste
rápido não é 100% eficaz, e só depois
de muita insistência, conseguiram o exame
PCR, que tem o diagnóstico mais preciso.
Além da falta de assistência médica, ele
ainda relatou mais uma dificuldade: a
financeira, já que vários membros da família
estavam infectados e precisaram ficar
em isolamento domiciliar. Ele reclama
da falta de apoio da prefeitura, que nem
mesmo remédios, para aliviar os sintomas
da covid-19, disponibilizou. |
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"Foi
muita dor, a gente não teve apoio, foi
muita luta, muita humilhação. Todos os
municípios receberam verbas para cuidar
das pessoas contaminadas, a gente fez
o teste, deu positivo, eles mandaram a
gente ir pra casa se isolar, só que na
casa foram 11 pessoas e eles não deram
nem um medicamento. Procurei uma enfermeira
amiga, que mora na Paraíba, e ela me mandou
um protocolo de saúde de lá, onde todo
mundo positivo já recebe um kit com remédios
que podem evitar fazer com que a pessoa
fique mal e tenha que ser internada com
urgência e chegue a morte. As vezes o
teste dá positivo e a pessoa não tem nem
como se alimentar em casa. Prefeito olhe
para o povo, o senhor é médico, entende
de saúde", apelou.
Em entrevista coletiva online, a secretária
municipal de Saúde, Denise Mascarenhas
afirmou que todas as Unidades Básicas
de Saúde (UBS) estão atendendo todas as
pessoas que chegarem com sintomas leves,
que queiram informações e orientações
sobre o coronavírus. Segundo ela, são
120 equipes de saúde da família e 11 unidades
básicas e todas foram capacitadas para
atender e explicar a população.
"Entendemos que o primeiro caminho
da população é a unidade básica, depois
disso, temos a nossa rede de sete policlínicas,
duas UPAs e também, além de atender as
demais doenças, estão atendendo pessoas
suspeitas ou pessoas com o quadro de coronavírus
até serem transferidos para uma unidade
de internação, então tudo está muito bem
monitorado e acompanhado pelo prefeito,
pelo comitê para que tudo atue exatamente
no tempo que estava projetado da doença
pelos seus dados."
O prefeito Colbert Martins da Silva Filho
também falou sobre o atendimento na rede
municipal de saúde. Segundo ele, existe
atendimento em todos os bairros e distritos
de Feira de Santana com equipes prontas
para atender e orientar as pessoas.
"Temos essa nossa rede que funciona
e não apenas querer colocar tudo em um
lugar só, fazer um centro para ter aquela
fila enorme de pessoas, não é bem assim.
Queremos descentralizar o atendimento
e na triagem, aí sim, iremos encaminhar
para os lugares mais adequados."
Fonte:
Acorda Cidade, por Daniela Cardoso
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