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Onda
de pedidos de falência e recuperação judicial
dispara neste ano |
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Foram
registrados 255 pedidos de falência no primeiro
trimestre ante 177 no mesmo período de 2022,
um aumento de 44%. |
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17/04/2023 |
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(R7)
- O número de empresas que pediram falência
ou solicitaram à Justiça proteção para renegociar
dívidas disparou nos primeiros três meses deste
ano.
Foram registrados 255 pedidos de falência ante
177 no mesmo período de 2022, um aumento de
44%. Já o número de recuperações judiciais saltou
de 210 para 289, uma alta de 37,6%.
Os dados são do Indicador de Falências e Recuperação
Judicial da Serasa Experian. A onda afeta empresas
de todos os portes, mas as microempresas e as
pequenas respondem pela maior parte desses pedidos,
com 181 solicitações no primeiro trimestre.
Em seguida, aparecem as médias empresas, com
73 solicitações, e as grandes, com 35.
“Com o agravamento da inadimplência das empresas,
que cresce desde setembro de 2021, era inevitável
que elas chegassem a este patamar de pedidos
de recuperação judicial. Ainda que a curva de
crescimento do atraso nos compromissos financeiros
das companhias desacelere, é possível que a
insolvência das empresas continue crescendo”,
avalia Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.
Entre os setores, os negócios de serviço foram
os que mais puxaram as recuperações judiciais,
seguidos pela indústria, comércio e primário.
Os juros altos (Selic de 13,75%, a maior desde
2017), o crédito mais caro, além da inflação
pressionada e consumo fraco, estão entre os
principais motivos. O endurecimento dos bancos
com prazos e taxas pode ainda aumentar esse
número. |
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Dificuldade
financeira
Os pedidos de falência costumam acompanhar os
de recuperação judicial e refletem dificuldades
financeiras. Normalmente, explica o economista
da Serasa Experian, a falência é usada como
instrumento de pressão. Uma empresa pede a falência
de outra, da qual é credora, para receber o
que lhe é devido.
Mas também há casos nos quais esse instrumento
jurídico é usado como medida extrema. O primeiro
estágio é a companhia ficar inadimplente, diz
o economista.
O segundo se dá quando a companhia pede recuperação
judicial. Isto é, quando consegue a proteção
da Justiça para negociar as dívidas e os prazos
de pagamentos.
O terceiro estágio acontece quando não há mais
alternativas, e a falência é decretada.
Empresas tradicionais
Empresas tradicionais têm enfretado o esgotamento
financeiro. A Americanas, em um caso particular
de problemas nos balanços, entrou com pedido
de recuperação judicial em janeiro deste ano,
após revelar rombo contábil de cerca de R$ 20
bilhões.
A Marisa, do setor de vestuário, optou por reescalonar
a dívida de R$ 600 milhões fora do âmbito judicial.
A DOK Calçados, dona da Ortopé, entrou com o
pedido de proteção judicial contra seus credores.
Em fevereiro, a Pan Produtos Alimentícios, em
recuperação judicial desde 2021, com dívidas
de R$ 260 milhões, por exemplo, pediu a autofalência.
Outro exemplo foi a Livraria Cultura, que não
conseguiu honrar as dívidas previstas no plano
de recuperação judicial e teve a falência decretada
pela Justiça no começo de fevereiro. Mas uma
liminar reverteu a falência da companhia.
Na última quinta-feira (13), a Justiça do Rio
de Janeiro aceitou o pedido de recuperação judicial
do Grupo Petrópolis, dono das marcas de cerveja
Itaipava, Crystal e Petra. A empresa tem dívidas
que estavam estimadas em R$ 4,2 bilhões e havia
feito o pedido em 27 de março.
Fonte:
R7 |
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