Essa
e outras análises fazem parte do Anuário
do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008, encomendado
pelo Sebrae ao Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O estudo
é uma compilação de várias
bases de dados que trazem informações
do mercado de trabalho no período de 2002
a 2006.
Para
formulação do levantamento, foram
utilizados informações do Dieese,
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), Relação Anual de Informações
Sociais (Rais), Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílio (Pnad), Ministério
do Trabalho e Pesquisa do Emprego e Desemprego
(PED) e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged).
Com
base nos dados da Rais 2006, foram utilizadas
informações de 6.073.056 micro,
pequenas, médias e grandes empresas formais.
Dessas, 2.241.071 declararam ter empregados, sendo
97,5% delas (2.184.934) micro e pequenas empresas
(MPE) e 2,5% (56.137) médias e grandes
empresas. No que se refere à mão-de-obra,
essas MPE pesquisadas empregam 13.248.527 pessoas.
Já as médias e grandes empresas
empregam 12.827.677. Esse dado confirma que as
micro e pequenas empresas são responsáveis
pela maior parte dos empregos formais no País.
O
diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz
Lúcio, explica que nesta segunda edição
houve algumas inovações na metodologia
do anuário. A primeira edição
compilou dados dos anos de 2001 a 2005. “O
atual estudo traz novas informações,
como dados metropolitanos e do Distrito Federal
- baseados na Pesquisa de Emprego e Desemprego
(PED) - a distribuição de empresas
e empregados por setores de atividade e localidade.
Também foi feita a atualização
e aprimoramento das bases de dados da Rais”.
Mulheres
nos negócios
Sob
o aspecto do gênero, o estudo revela que
na microempresa, embora o homem ocupe predominantemente
as vagas de trabalho nos quatro setores da economia
pesquisados, com um total de 3.627.548 em 2006,
é a mulher que a cada ano vem conquistando
novos espaços no mercado. Na microempresa,
entre 2002 e 2006, houve um crescimento de 39,6%,
o que representava 2.074.260 mulheres, para 41,3%,
o que corresponde a 2.552.261 mulheres. Embora,
o crescimento tenha sido apenas de 1,3 percentual,
ele vem ocorrendo todos os anos.
O
crescimento mais significativo na microempresa,
em termos setoriais, assim como nos últimos
sete anos – período da última
pesquisa – ocorreu na indústria,
passando de 31% para 32,9%. Em seguida, veio o
comércio que passou, de 41,5%, para 43,1%.
O setor de serviços teve um crescimento
de 48,1% para 49,3%. Como nos anos anteriores,
a construção é o único
setor em que a mulher apresenta decréscimo
de 0,5%. No entanto, são essas poucas mulheres
(6,6%) presentes nesse setor que recebem os maiores
salários. Em 2006, elas recebiam, em média,
12,5% mais que os homens.
Por
outro lado, o homem vem tendo uma queda contínua
de participação em todos os setores.
No comércio, houve uma queda de 58,5%,
em 2002, para 56,9%, em 2006. Assim como nos setor
de serviços, 51,9% para 50,7%, e na indústria,
de 69% para 67,1%. O setor da construção
foi o único que registrou leve crescimento
de 92% para 92,5%.
Também
na pequena empresa, o emprego feminino cresceu
mais que o masculino, com participação
de 36,1% para 37,4% entre 2002 e 2006. O segmento
do comércio foi o que apresentou maior
ampliação da participação
feminina, 1,9 ponto percentual, tendo passado
de 36,2% para 38,1%.
Nas
Regiões Metropolitanas, as mulheres estão
mais presentes nas micro e pequenas empresas:
Salvador (44,4%); Distrito Federal (42,1%); Belo
Horizonte (42%); São Paulo (39,6%); Porto
Alegre (39,5%); e Recife (38,3%). As médias
e grandes empresas destinam suas vagas de trabalho
para cerca de 33% a 38% das mulheres.
MPE
e mercado de trabalho
De
2002 a 2005, as micro e pequenas empresas foram
responsáveis por aproximadamente 52% dos
empregos formais urbanos do País, gerando
5,3 milhões postos de trabalho no período.
Esse crescimento foi acompanhado pelo aumento
no número de estabelecimentos, sendo: 3,9%
ao ano de MPE, na comparação entre
2002 e 2006, e 5,4% ao ano nas pequenas empresas
no mesmo período. Isso frente a um crescimento
de 4,1% ao ano no total das empresas, independente
do seu porte.
Do
ponto de vista setorial, as micro e pequenas empresas
dos setores de comércio e de serviços
representaram 84% do universo de estabelecimentos
formais brasileiros, totalizando mais de 1,8 milhão
de estabelecimentos em 2006. Em todos os estados
brasileiros, o emprego formal entre as microempresas
é maior no comércio, com exceção
do Distrito Federal e do Rio de Janeiro, onde
o setor de serviços supera o comércio.
Quando
são considerados os empregos formais urbanos
nas pequenas empresas, também seguindo
os setores de atividade econômica, a participação
do setor de serviços é nacionalmente
superior à do comércio, ficando
o primeiro com 37% dos postos e o segundo com
32%.
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