Com o apoio da prefeitura municipal, a Liga Desportiva
Ipirá, estará promovendo de 18 a 20,
próximo final de semana, um curso para formação
de novos árbitros e reciclagem dos que já
atua no futebol de Ipirá. As inscrições
já estão abertas e deverão ser
feitas até a próxima quinta-feira e
só são cinqüentas vagas. As inscrições
são totalmente grátis, já que
o presidente da Liga, Luis Poró espera contar
com a parceria do prefeito Diomário Sá,
em assumir todas as despesas com hospedagem e viagem
do árbitro que estará sendo enviado
pela Federação Baiana de Futebol, além
de todo material necessário para o curso.
Para o campeonato
municipal de futebol de Ipirá, com início
previsto para o dia 16 de fevereiro, só estarão
aptos a atuar, os árbitros que participarem
deste curso e forem aprovados nos testes de conhecimentos
das regras e físico.
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O
futebol é o esporte mais praticado e admirado
em todo o mundo e, com isso, se torna o mais visado,
dando maior responsabilidade a quem o utiliza como
profissão. Uma das peças mais importantes
e com maior responsabilidade é o árbitro
de futebol. Diferentemente dos jogadores, o árbitro
não é um profissional reconhecido pelo
Ministério do Trabalho, e muitos dizem que
apitar uma partida é apenas um hobby. Vários
árbitros possuem outro emprego quando estão
fora das “quatro linhas”. Muitas vezes
a profissão escolhida por eles é a de
professor de Educação Física.
Os torcedores apenas criticam, e já virou até
mania, principalmente entre os brasileiros, questionar
a marcação feita pelo árbitro
durante uma partida. Mas poucos conhecem a vida, as
dificuldades, e as etapas pelas quais precisa passar
um árbitro para chegar ao auge da carreira.
Tudo começa aos 16 anos, quando o adolescente
interessado tem a oportunidade de fazer um curso para,
quem sabe um dia, ter o poder máximo num jogo
de futebol, como conta o atual árbitro da Federação
Paulista de Futebol (FPF) e ex-árbitro da Confederação
Brasileira de Futebol (CBF), Otávio Corrêa
da Silva. “A idade mínima para fazer
o curso, que tem duração de nove meses,
é 16 anos. Após a conclusão,
você passa por um estágio, apitando campeonatos
promovidos pela Federação com garotos
que tem as idades mínimas de 15 e dezessete
anos. Feito um ano de estágio, o árbitro
recebe um diploma, e se tiver aptidão, vai
se consagrando e apitando campeonatos com níveis
mais elevados, como a quarta divisão, a terceira,
e assim sucessivamente”. O teste físico
também é realizado. Um deles é
um tiro curto de velocidade, quando o árbitro
deve correr 50 metros em 7,5 segundos; ou 200 metros
em 32 segundos.
E não são apenas os torcedores que ficam
“com os olhos bem abertos” nas marcações
desses juízes. Existe em todas as Federações
e Confederações uma comissão
de arbitragem que julga o comportamento desse profissional,
e isso pode tirá-lo da atividade caso o trabalho
realizado não agrade esta comissão.
“Já passei por todas as divisões
de campeonatos que existem em São Paulo. Tive
um bom momento no ano de 2001, quando fui chamado
para ser um árbitro da CBF, ficando até
o ano de 2003. Já passei também por
maus momentos, mesmo assim não desisti, e vou
continuar apitando futebol”, relata Otávio.
Se a profissão não é reconhecida
junto ao Ministério do Trabalho, o salário
compensa. Dependendo do campeonato, um profissional
do apito pode ganhar até R$ 3 mil em menos
de sete dias, como comenta Otávio. “O
campeonato estadual mais bem pago é o paulista.
Os preços, além de serem tabelados,
são os mesmos de um Campeonato Brasileiro.
Caso trabalhe em um jogo de primeira divisão,
o salário, apenas para aquele jogo, é
de R$ 1,5 mil”.
As mulheres também estão conquistando
seu espaço. As juízas começaram
a aparecer no futebol masculino e, no ano passado,
um trio fez sucesso. Sílvia Regina de Oliveira,
Ana Paula de Oliveira e Aline Lambert, se tornaram
o primeiro trio feminino a arbitrar um jogo de Campeonato
Brasileiro, na vitória do São Paulo
sobre o Guarani por 1 a 0, no dia 30 de junho de 2003.
De lá pra cá, aumentou o número
de mulheres interessadas nesta profissão. Neste
ano, 30 mulheres foram pré-selecionadas para
um curso na FPF.
Muitos usam esta profissão para realizar shows
com a imagem do árbitro. Quem não se
lembra do polêmico Margarida, o árbitro
carioca Jorge Emiliano, que dava o que falar dentro
e fora dos campos? Pois o Margarida fez escola, e
hoje, Clésio Moreira dos Santos, representante
comercial de uma confecção em Santa
Catarina, se veste com seu uniforme e chuteiras cor-de-rosa
e entra no campo para comandar a partida. Clésio
é árbitro pela Federação
Catarinense de Futebol e pela CBF. Mas não
se trata de um juiz comum. Aos 44 anos e com 15 de
apito, Margarida utiliza vários trejeitos quando
está em campo. Dois deles são famosos:
o “passo da gazela” e os cartões.
Na hora de punir um atleta, ele arqueia as costas
para trás e tira com vigor um dos cartões
do bolso.
A figura do Margarida não é bem vista
pelos outros árbitros, mas Clésio dá
o seu show, apitando amistosos, futebol de areia,
entre outros. Já em campeonatos oficiais, Margarida
foi proibido pela diretoria da Federação
de exagerar na caricatura.
Devido a tanta repercussão, Clésio Moreira
criou seu site particular (www.clesiomoreira.com),
e nele, além de várias fotos com personalidades,
Margarida divulga seu trabalho, e aproveita para deixar
o seu contato para shows.
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