Abate clandestino de carne é feito em péssimas
condições de higiene em várias
regiões do estado.Pouca gente se preocupa,
mas estar atento à qualidade da carne e do
leite consumidos no dia-a-dia é essencial para
não cair na chamada "roubada" e acabar
comendo coisa até pior que o popular churrasquinho
de gato.Para alertar a população nesse
sentido, o Ministério Público, promove,
desde o dia 22 de agosto, uma exposição
de fotos e vídeos nas agências do Banco
do Brasil e Caixa sobre um projeto de fiscalização
da qualidade da carne e do leite produzidos na região.
Segundo a Promotora Patrícia Lima, a intenção
é demonstrar como são prejudiciais à
saúde pública e ao meio ambiente os
produtos provenientes de abatedouros e outros estabelecimentos
clandestinos não inspecionados pela Vigilância
Sanitária. A promotora explica que o evento,
de Olho na Qualidade, é "exatamente para
mostrar ao povo a forma como é abatida essa
carne e conscientizá-lo do perigo que está
correndo ao consumir esses produtos não inspecionados".
O perigo é mesmo grande. O consumidor poderá
contrair males extremamente prejudiciais, como tuberculose
(a doença contagiosa que mais mata no mundo),
brucelose, cístiscercose, neurocístis
cercose (que pode cegar, causar convulsões
e levar à morte), lepitospirose e toxi-infecções
alimentares variadas.Segundo dados da Vigilância
Sanitária, mais de 40% da carne consumida na
Bahia é proveniente de abatedouros clandestinos.
"No interior", segundo drª. Patrícia,
"o gado doente é o primeiro na fila do
abate para que seja comercializado antes de morrer
pela doença". E é essa carne contaminada
que vai parar na mesa do consumidor. Um recado importante
da promotora vai para aquelas pessoas que escolhem
sempre as carnes mais vermelhas expostas no açougue,
o chamada "carne fresca", geralmente pingando
sangue: ".Para evitar doenças provenientes
desses produtos impróprios, o consumidor deve
ficar atento para os estabelecimentos que comercializam
carnes sem o carimbo roxo da Vigilância Sanitária:
"O Ministério Público aconselha
que não se compre carne em locais não
inspecionados. E, se possível, que se denuncie
esses estabelecimentos, ou ao próprio Ministério
Público, ou à Secretaria da Saúde,
ou à Vigilância Sanitária",
aconselha a promotora.Quanto a comercialização
de produtos não inspecionados pela Vigilância
Sanitária são crimes previstos no Código
Penal, passíveis de penas que vão de
dois a cinco anos de detenção.Meio ambiente
- Além de mal à saúde pública,
matadouros clandestinos também provocam danos
ao meio ambiente,: Nos clandestinos, eles geralmente
captam a água para tratar o animal em riachos,
e claro, não tem qualquer preocupação
em limpar a água cheia de detritos animais
para devolvê-la à fonte, poluindo rios
que geralmente passam por dentro de cidades do interior".Choque.
Horror. Asco. Também, com tantas imagens de
sangue, vísceras e mutilação
expostas nas agencias bancarias no centro de Ipirá,
não há quem não sinta essas sensações,
por mais sangue-frio que se tenha. O gerente da Caixa
Santhiago, conta que "geralmente as pessoas param
e olham, principalmente na parte das fotos que mostra
o abate clandestino, porque é realmente chocante
a frieza e a brutalidade com que eles matam o animal".Apesar
das imagens chocantes para estômagos frágeis,
a Promotora está á disposição
do público para tirar dúvidas, ela afirma
que "as pessoas ainda têm uma certa timidez
em perguntar, o que é uma bobagem, pois isto
aqui é uma oportunidade para se saber mais
sobre um assunto que é importante para o nosso
dia-a-dia", afirma.A exposição
Carne e Derivados: De Olho na Qualidade no Banco do
Brasil e na Caixa prossegue durante todo o mês
de setembro chamando a atenção de todos
os ipiraenses..
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