O
filme inédito "Tropa de Elite", de
José Padilha, sobre o Bope (Batalhão
de Operações Especiais da Polícia
Militar), cuja estréia nos cinemas está
prevista para outubro, foi alvo de pirataria e está
sendo vendido em cópias ilegais por camelôs,
em Ipirá. A versão pirata, está
sendo oferecida a R$ 5 reais comércio informal.
Quem pratica pirataria comete crime. A pena: até
4 anos de prisão ou pagamento de multa variada.
"Tropa
de Elite" é candidato a abrir o Festival
do Rio, nesta quita-feira (20) de setembro, e será
submetido também às seleções
dos festivais Sundance (janeiro de 2008) e de Berlim
(fevereiro de 2008). Este filme retrata o dia-a-dia
do grupo de policiais e de um capitão do
BOPE no ano de 1997 que quer sair da corporação
e tentará encontrar um substituto para seu
posto. Paralelamente a isso, há a história
de dois amigos de infância que se tornam policiais
e que se destacam por sua honestidade e honra. Eles
ficam indignados com a corrupção no
batalhão em que atuam e decidem entrar para
o BOPE para lutar contra isto.
A
pirataria não vai tirar o brilho de "Tropa
de Elite" no cinema.
O
filme de José Padilha, que estréia
em outubro, é imperdível. O roteiro
surpreende ao narrar com tanta veracidade a criminalidade
e a profissão policial sob o ponto de vista
dos policiais do BOPE (Batalhão de Operações
Especiais da Polícia Militar).
"Tropa de Elite", protagonizado pelo ator
Wagner Moura, no papel de um capitão do Bope
inspirado numa fusão de personagens reais,
enfoca práticas de corrupção
e atos de violência desmedida cometidos por
membros da corporação.Wagner Moura
tem uma interpretação primorosa como
o capitão Nascimento (do BOPE). É
impressionante como o ator parece ser um membro
da corporação nas cenas de ação
na favela, onde tortura e mata traficantes; ou quando
o seu personagem agride os policiais no curso de
operações especiais do BOPE. É
um belíssimo trabalho de composição
do ator. Outros dois destaques são Caio Junqueira
e André Ramiro, que fazem o papel de Neto
e Matias, respectivamente. Em nenhum momento há
um desequilíbro na atuação
dos dois ao lado de Wagner Moura. Caio e André
incorporam de tal maneira os personagens que de
fato parecem policiais honestos que buscam o BOPE
para lutar contra a corrupção. "Tropa
de Elite" é um retrato da inversão
de valores na sociedade, em que para se tornar um
policial ou se corrompe, ou se omite ou ainda acaba
na guerra do tráfico, como fizeram os personagens
Nascimento, Neto e Matias. A história se
passa, quando o Papa João Paulo II vem ao
Brasil. Sua segurança fica a cargo do BOPE.
Porém, nesta época, o capitão
deseja se afastar da polícia por causa da
família. Para isso, ele precisa encontrar
um substituto à sua altura.
Outro ponto levantado no filme é a questão
do usuário de drogas. Nos diálogos,
é colocado abertamente que os consumidores
também são responsáveis pela
cadeia do tráfico. Para ilustrar essa denúncia,
a atriz Fernanda Machado, que vive a estudante Maria,
desenvolve um trabalho comunitário na favela,
mas usa drogas.
Um fato curioso no roteiro: o BOPE não é
colocado como 'salvador dos fracos e oprimidos'.
São exibidas cenas que mostram uma corporação
que combate a violência com atitudes igualmente
violentas. Em uma das passagens do longa, estes
policiais dizem: "A gente não entra
para morrer, a gente entra para matar."