Fotos: Ipirá Negócios
Encontro Cultural com a presença do Secretário Estadual de Cultura, Márcio Meireles no dia
22 de fevereiro, no Clube Caboronga.
 
Bacia do Jacuípe quer investir R$ 2,3 milhões em cultura
Fonte: Secult - ascom@cultura.ba.gov.br
 
Os 14 municípios da Bacia do Jacuípe pretendem investir R$ 2,3 milhões para o fortalecimento da cultura nos próximos dois anos. A idéia é que cada município aplique cerca de R$ 83 mil por ano a partir de quatro prioridades: a realização de semanas culturais, projetos de arte-educação, capacitação de gestores culturais e comunicadores. As ações integram o primeiro Plano Territorial de Cultura construído em conjunto pelos 14 municípios da Bacia do Jacuípe. A iniciativa é fruto da organização do território e de debates promovidos pela II Conferência Estadual de Cultura, realizada em outubro do ano passado.

A Bacia do Jacuípe é formada pelos municípios de Baixa Grande, Capela do Alto Alegre, Gavião, Ipirá, Mairi, Nova Fátima, Pé de Serra, Pintadas, Quixabeira, Riachão do Jacuípe, São José do Jacuípe, Serra Preta, Várzea da Roça e Várzea do Poço. A proposta do Plano foi apresentada pelo diretor da Companhia de Artes Cênicas Reluz da cidade de Pintadas, Vandelson Gonçalves, em encontro que reuniu, no município de Ipirá,s artistas, representantes de entidades culturais, gestores municipais e o secretário estadual de Cultura, Márcio Meirelles.

Para o prefeito de Pintadas, Valcyr Rios, o pioneirismo da Bacia de Jacuípe na construção do Plano Territorial de Cultura deve-se, principalmente, à organização da sociedade civil que, desde 2005, conta com um Grupo de Trabalho (GT) na área da cultura, ligado ao Conselho Regional de Desenvolvimento Rural Sustentável da Bacia do Jacuípe. Segundo ele, há seis anos, o município promove a Semana de Cultura de Pintadas, que inclui em sua programação um fórum de debates sobre as políticas públicas para a cultura. “Estamos dando o pontapé que faltava para impulsionar a cultura no nosso território”, disse.

O secretário de Cultura da Bahia, Márcio Meirelles, elogiou o território pela construção do Plano e explicou que parte das ações pode ser tocada com recursos do Fundo Estadual de Cultura. “O Plano foi elaborado com propriedade e essas ações serão importantes para fortalecer a cultura na Bacia do Jacuípe”, ressaltou, lembrando que muitas das propostas do Plano Territorial também estão contempladas no planejamento da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult).

“A possibilidade de acessar o Fundo Estadual de Cultura vai permitir a dinamização das ações que hoje são realizadas com muito esforço, na base da militância cultural”, afirmou o prefeito de Pintadas, que destacou a iniciativa pioneira da Secult no diálogo com os territórios de identidade da Bahia.

A Bacia do Jacuípe foi o primeiro território a aderir em bloco ao Sistema Estadual de Cultura. Isso significa que os municípios assumiram compromissos como a criação de órgãos específicos de cultura, de conselhos, fundos e planos municipais de cultura.

Nova dinâmica

Um bom exemplo da importância que a cultura vem assumindo nos municípios pode ser vista em Ipirá, onde várias obras estão sendo executadas pelo poder municipal com o objetivo de dinamizar a área cultural. Segundo o prefeito do município, Antônio Diomário, por meio de um convênio com o Ministério do Turismo e a Caixa Econômica Federal, a Praça José Leão dos Santos está sendo reformada, num investimento de R$ 875 mil com contrapartida de R$ 200 mil da Prefeitura. A Praça vai abrigar um teatro com 300 cadeiras móveis, biblioteca, arquivo público, espaço para eventos e um mercado de artes.

“A cultura está inserida na maneira de sentir e pensar do nosso povo. Ipirá era muito carente de espaços e equipamentos para alavancar o desenvolvimento da cultura e resgatar sua memória”, afirmou. O antigo cinema da cidade também está sendo reformado depois de ter sido adquirido pela Prefeitura. A reinauguração será no final de março.

A diretora de Cultura de Ipirá e representante da Bacia do Jacuípe no Fórum de Dirigentes Municipais de Cultura, Normelita Oliveira, garante que os prefeitos do território começaram a dar maior importância à cultura e os artistas estão mais mobilizados. “Os departamentos de cultura estão sendo estruturados e há um novo olhar sobre a cultura”, disse.

A secretária de Educação e Cultura de Baixa Grande, Joanita de Sena, concorda que houve uma valorização das manifestações locais após os encontros municipais e territoriais de Cultura, promovidos pela Secult, no ano passado. “Vários talentos que estavam escondidos desabrocharam nas áreas da música, da dança e da capoeira”, destacou. “Há uma expectativa nova e a vontade de fazer mais”, garante.

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