Duas
toneladas de carne clandestina foram apreendidas
na feira-livre de Ipirá, a 204 quilômetros
de Salvador, na manhã da última quarta-feira
(22), numa operação que reuniu o Ministério
Público Estadual (MP/BA), Adab e ás
Polícias Militar e Cael. Pedaços de
bois, carneiros, porcos e vísceras eram expostos
sem refrigeração nos locais. Os comerciantes
não tinham notas fiscais que comprovassem
a origem do produto em flagrante descumprimento
das normas do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa). Três
pessoas foram detidas e o produto recolhido foi
levado ao Aterro Sanitário de Feira de Santana,
mas a imprensa foi impedida de acompanhar o destino
dado ao produto do abate ilegal. Os comerciantes
que tiveram o material recolhido receberam um auto
de infração. Coordenada pelo Ministério
Público, a operação Carne Clandestina
foi iniciada, ao amanhecer na feira, que acontece
todas ás quartas, no centro de abastecimento
do município. No inicio do ano, os comerciantes
tinham sido comunicados das normas de venda de carne
pelo Ministério Publico. Não adiantou:
quando a promotora Patrícia Lima, os fiscais
e a policia chegaram ao local e encontraram um quadro
de total desrespeito às regras básicas
de higienização. Os feirantes nem
tiveram tempo de expor as carnes sem refrigeração
– um descumprimento da portaria 304/1996 do
Mapa. Um deles, tentou impedir o recolhimento dos
produtos e desacatou os policias e foi preso. "Eu
tenho dez filhos para criar, entendeu? Então
eu vivo disso aqui". Levado à DP, o
marchante calcula ter tido um prejuízo de
R$1 mil. Além de desacato, ele pode responder
pelo crime de venda de produto impróprio
para consumo. "Nós queremos acabar com
o comércio de abate ilegal no município",
diz a promotora de Justiça, Patrícia
Lima, que comandou a operação. Durante
a operação, grande parte dos boxes
estavam fechados, e as carnes estavam escondidas
em baldes e coberta por lonas. O juiz Roberto José
Lima Costa, assinou 30 alvarás solicitados
pela promotora, para a apreensão de toda
carne que estavam dentro dos boxes. Apenas 23 matadouros
são credenciados no estado, outros dez estão
em construção e o número de
ilegais é infinitamente superior. Em Ipirá,
a promotora Patrícia Lima do MP/BA afirma
que vai continuar com ás operações
de apreensão. "Dados comprovam que metade
da carne consumida no município e de procedência
irregular e é vendida fora das condições
de higienes ". (CR). |