No final da tarde do último sábado, 18, quando
os policiais civis entraram na carceragem da delegacia
de polícia de Ipirá, para que o carcereiro servisse
o café noturno aos presos, deparam com uma cena
macabra. Na frente da cela 4, pendurado por uma
corda feita de lençóis, estava morto o custodiado
João Roberto da Silva, vulgo João Liso, que residia
em Bonfim de Ipirá.
João Liso se encontrava preso por ter sido flagranteado
por porte ilegal de arma de fogo, mais dias antes
de sua prisão, ele já tinha tentando contra a
vida de um cidadão no interior de um bar no Bonfim,
quando lhe aplicou vários golpes de facão. João
Liso já esteve preso anteriormente por tentativa
de homicídio. Na Cela 4, estavam outros presos:
Valmir Souza Oliveira, vulgo Val, oriundo de Pintadas
e atuado em flagrante por furto na secretaria
de esportes daquele município; Joselito Costa
Oliveira, vulgo Zé autuado em flagrante por agredir
sua mãe, quando se encontrava embriagado; José
Ribeiro dos Santos, vulgo Zé de Piroca, residente
no povoado de Campo de São João, Pintadas, autuado
em flagrante por porte ilegal de arma de fogo,
quando os policiais civis de Ipirá, em cumprimento
a um mandando de busca e apreensão na residência
dele, suspeito de tráfico de drogas, encontrou
uma espingarda; Jonival do Nascimento Santos,
vulgo Nego de Zizi, de Bonfim de Ipirá, autuado
em flagrante por porte ilegal de arma de fogo,
mais sem passagem anterior pela polícia e Adailton
Oliveira Silva, latrocida, que matou Neto do Paladar,
acusado de outros três homicídios em São Paulo
e Mato Grosso.
O delegado Caryl Oliveira requisitou ao DPT de
Feira de Santana o envio de peritos criminalistas
que fizeram o levantamento cadavérico de João
Liso e a polícia já descobriu como tudo aconteceu.
Adailton ordenou aos colegas de cela, Val, Zé,
Zé de Piroca e Nego de Zizi, que na hora em que
a água fosse aberta para o banho da tarde, que
todos eles entrassem para o banheiro e deixassem
apenas ele e João Liso no interior da cela e no
momento que a água foi aberta, se aproveitado
que João Liso estava encostado na grade, olhando
para as outras celas, Adailton usando um lençol,
pelas costa, começou a estrangular sua vítima
que não teve chance de reagir. Depois de estrangulado,
mais ainda com sinais vitais, Adailton amarrou
a corda feito com o lençol na grande da frente
da cela, suspendeu João Liso e amarrou a corda
em seu pescoço e ordenou a todos os outros presos
que estavam na cela para informar que quando todos
estavam no banheiro tomando banho, inclusive ele,
Adailton, ao saírem, depararam com João Liso enforcado
e que teria sido ele que cometeu suicídio.
Diante dos fatos já esclarecidos, o delgado Caryl
Oliveira, autuou Adailton por homicídio qualificado
e os outros presos foram transferidos da cela
4 para uma cela especial, pois todos estavam com
medo de morrer, já que Adailton ameaçava matar
a todos se contassem a verdade.
João Liso foi sepultado no final da tarde do domingo,
19 no cemitério do Distrito de Bonfim de Ipirá
e deixou esposa e filhos. |