(FOLHAPRESS)
- Quem vai por cima e o quanto da pele do parceiro
toca o clitóris podem fazer toda a diferença no
orgasmo das mulheres. A conclusão é de estudo
feito em Nova York (EUA) que avaliou como a posição
dos parceiros interfere no clímax feminino.
Por meio de ultrassons, os pesquisadores testaram
cinco posições descritas na literatura médica
e observaram a mudança do fluxo sanguíneo no clitóris
antes e depois do ato sexual. A mulher por cima
do homem, cara a cara com o parceiro, e o casal
sentado, também de frente um para o outro, foram
as que mais intensificaram o fluxo de sangue no
órgão erétil feminino.
Contudo, a força exercida pelo contato do clitóris
com a pele do parceiro foi mais intensa quando
ela estava por cima, o que também resultou em
orgasmos mais poderosos.
O objetivo da pesquisa era identificar como a
parte biomecânica do corpo e as forças empregadas
(tanto pelo casal como pela gravidade) podem influenciar
no prazer feminino. O estudo foi conduzido pelos
médicos Kimberly Lovie e Amir Marashi, do departamento
de imagens médicas da clínica New H Medical.
O artigo "Coital positions and clitoral blood
flow: A biomechanical and sonographic analysis"
(Posições sexuais e fluxo sanguíneo clitoriano:
uma análise biomecânica e ultrassonográfica, em
português) foi publicado na edição digital de
julho da revista Sexologies, periódico da Federação
Europeia de Sexologia.
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"De
acordo com os resultados, as posições face a face
são mais propensas a levar ao orgasmo porque maximizam
a estimulação do clitóris e o fluxo sanguíneo.
Além disso, posições em que a parceira feminina
tem mais controle sobre a pressão exercida no
clitóris [quando mulher está por cima] produzem
aumentos mais uniformes no fluxo sanguíneo clitoriano",
afirmam os autores no artigo.
Para os pesquisadores, os resultados podem ajudar
no tratamento médico de disfunções sexuais, como
a dificuldade em atingir o orgasmo.
Foram observadas as seguintes posições: parceiros
deitados face a face com mulher em cima do homem;
sentados um de frente para o outro; deitados face
a face com o homem por cima da mulher; deitados
face a face com o homem por cima da mulher e ela
apoiada em um travesseiro; e homem ajoelhado atrás
da mulher realizando a penetração vaginal traseira.
Das cinco, apenas nesta última não houve maior
fluxo de sangue para o clitóris, justificado pela
falta de contato direto com a região. Na posição
com o homem por cima, o sangue ficou mais difuso
na pelve da mulher e menos concentrado no clitóris,
gerando orgasmo menos intensos do que com a mulher
por cima.
Isso comprovou que o sucesso das posições face
a face não é devido apenas à capacidade de facilitar
a comunicação verbal e física entre os parceiros,
mas também ao modelo biomecânico do encaixe.
O face a face com homem em cima da mulher não
está entre as posições com maior probabilidade
de levar ao orgasmo, mesmo sendo a posição mais
comum. Ainda assim, isso pode ser corrigido com
um travesseiro. A ideia é equilibrar a distribuição
de forças para uma penetração mais profunda, algo
que pode ser obtido com uma almofada sexual de
posicionamento (triangular e mais consistente
que o travesseiro comum). Ela deve ficar embaixo
da mulher e em contato com a cama.
Para identificar o fluxo sanguíneo foram feitos
ultrassons com um casal voluntário de médicos
de 32 anos de idade. Eles estavam em uma relação
monogâmica heterossexual, eram conhecidos dos
pesquisadores e fizeram os testes em casa. Cada
posição durou dez minutos e foi feita em um dia
diferente. O orgasmo não era obrigatório, mas
foi constatado nos cinco testes.
Os autores ressalvam que as mulheres podem ter
respostas diferentes nessas posições e também
são influenciadas pela parte psicológica e pelos
graus de força de impulso que o parceiro pode
ter.
Segundo a psicoterapeuta Evelyn Ribeiro Lindholm,
especialista em sexualidade e comportamento, pesquisas
que olham para o prazer sexual da mulher são de
suma importância, visto que outras fontes de consulta,
como a pornografia, não estimulam uma sexualidade
madura ou mesmo real.
FOLHAPRESS, POR DANIELLE CASTRO
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