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MUDO Bolsonaro recebe cantores sertanejos no Palácio do Alvorada, em outubro:
ele só voltou a despachar no Planalto 20 dias após perderas eleições (Crédito: Ueslei Marcelino)
 
 
Bolsonaro enfrenta 28 processos que podem levá-lo para a cadeia após deixar o governo
 
     
   
Bolsonaro responde a dezenas de processos que podem encerrar sua carreira política, seja pela inelegibilidade, seja pela prisão. Assustado com a chance de ir para trás das grades, o presidente mantém o silêncio, sendo obrigado a usar os aliados para divulgar suas teses golpistas e manter a horda extremista mobilizada nas ruas.
     
    26/11/2022
   
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(ISTOÉ) - Jair Bolsonaro habitou o Alvorada com medo da cadeia por metade do mandato presidencial. Admitiu isso pela primeira vez em agosto de 2021, quando, no auge da crise com o Supremo Tribunal Federal, buscava insuflar sua horda.

“Eu tenho três alternativas para o meu futuro: estar preso, morto ou a vitória”, declarou. “Pode ter certeza que a primeira alternativa não existe. Estou fazendo a coisa certa”, emendou o capitão, que, dias depois, afirmou que não acataria mais decisões de Alexandre de Moraes.

O risco do xilindró ganhou força à medida que o presidente dobrava a apostava de incitar a extrema-direita contra as instituições. Seu objetivo era, após ser reconduzido ao Planalto, manter os órgãos de investigação sob rédea curta.


Como foi derrotado, o plano ruiu. Não à toa, isolou-se na residência oficial, voltando a despachar apenas 20 dias após perder o pleito. A roupagem de mártir não lhe serviu — e chegou a hora de acertar as contas com a Justiça.


Bolsonaro é atormentado por pelo menos 28 processos no STF, no TSE e na Justiça Federal. Como na mitologia, o mandatário sente a espada de Dâmocles pendendo sobre sua cabeça.

Por isso, passou a calcular cuidadosamente seus passos depois da eleição. Como um ventríloquo, começou a usar Valdemar da Costa Neto para falar em seu lugar. Por pressão do capitão, o manda-chuva do PL valeu-se da estrutura partidária para contestar o resultado do pleito e apontou, sem provas, problemas em urnas.

Trata-se de uma via de mão dupla: enquanto Valdemar atende aos caprichos do Planalto, Bolsonaro mantém a promessa de ceder o capital político para impulsionar o partido nas eleições municipais de 2024 e voltar à cena em 2026.

O ex-mensaleiro não é o único personagem do show de horrores. Candidato a vice na chapa de Bolsonaro, o general Walter Braga Netto recebe aliados do presidente na mansão que serviu como comitê da campanha. São políticos e militantes engajados na defesa de uma intervenção militar, conforme revelou o portal Metrópoles.

     
   
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”XERIFÃO” Ministro Alexandre de Moraes é relator de inquéritos que ameaçam Bolsonaro e não teria disposição de fazer algum acordo para livrá-lo da punição (Crédito:EVARISTO SA)
     
   
Enquanto extremistas percorrem o País pregando um golpe, o presidente mantém-se em silêncio monástico e foge dos holofotes. Faz isso não somente por causa da erisipela que o acometeu e que, aliás, já deu trégua — porque, mesmo recluso, ele poderia muito bem conversar com seus apoiadores radicais por meio das redes, como sempre fez. Trata-se de um cálculo jurídico, segundo aliados.

Ele quer evitar a prisão. Os maiores riscos para Bolsonaro, a curto e longo prazo, concentram-se nos processos que correm no STF, em especial o inquérito das fake news.


Inquérito vai crescer

Criminalistas e constitucionalistas lembram que o processo, aberto em 2019, dois anos depois passou a mirar diretamente no presidente.

Ele crescerá com os acontecimentos recentes. Receberá a identificação dos caminhões e veículos que participaram ativamente dos bloqueios e das manifestações pós-eleições.


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    Fonte: ISTOÉ, por ANA VIRIATO
     
     
   
Frase do Dia
   
'Não adianta apelar para quartéis ou seres extraterrestres'
     
   
   
© Ministro Luis Roberto Barroso, do STF
   
“Eles [bolsonaristas] repetem que Supremo é o povo. É isso mesmo. Soberania popular significa a supremacia da vontade do povo, que se manifesta nas eleições. Não adianta apelar para quartéis ou seres extraterrestres.” (Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal)”. Metrópoles | Blog do Noblat - 26/11/2022
   
   
     
     
   
Charge do Dia
     
   
   
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