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EXCLUSIVO
- Esposa do empresário Marcos Marinho conta
sobre os últimos momentos antes do assassinato:
“Não fazia mal a ninguém" |
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A
esposa contou que no dia do crime a mãe dele o
chamou para almoçar, mas ele resolveu ir para
o restaurante. |
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14/03/2023 |
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(Acorda
Cidade) - O Acorda Cidade conversou com exclusividade
com a jovem de 26 anos, Dilmara de Santana Peixinho,
esposa do empresário Marcos Edilho Pereira Marinho,
que foi brutalmente assassinado a tiros na tarde
do último domingo (12), em um restaurante na Avenida
Fraga Maia em Feira de Santana.
Ela trabalha com segurança eletrônica e revelou
que conheceu o marido pela internet em dezembro
de 2020, e oficializaram o casamento há cerca
de um ano em um cartório. |
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Foto:
Arquivo Pessoal |
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“Eu conheci Marcos através do Instagram. Apareceu
como uma sugestão de amizade, eu o adicionei,
e nunca tinha falado com ele. Um dia eu o vi
cantando, aí eu mandei um bom dia, daí ele respondeu:
bom dia, moça bonita. Pronto! Nesse moça bonita
ele pediu meu WhatsApp, a gente começou a conversar.
Isso foi em dezembro de 2020. A gente se conheceu,
e foi tudo muito diferente, tanto que com um
mês a gente já estava morando junto. Ele deixou
o apartamento dele e veio morar comigo numa
quitinete, na Lagoa Salgada. Ele era separado
da esposa, mas não tinha finalizado ainda, e
foi muito difícil no começo por causa da esposa,
filhos, mas a nossa relação sempre foi muito
intensa. Todo mundo que via a gente falava da
gente, porque a gente se amava muito. Depois
nós resolvemos alugar essa casa aqui, a gente
arrumou do nosso jeitinho, adotamos um cachorro,
e viemos pra cá em março do ano passado. Dois
dias depois a gente casou no cartório”, recordou
Dilmara em entrevista ao repórter Ed Santos,
do Acorda Cidade. |
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Rotina |
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Foto:
Arquivo Pessoal |
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Emocionada,
ela disse que pensa em sair da casa onde eles
viviam porque escolheram o imóvel e a decoração
juntos, fato que a faz lembrar dele em cada
cômodo da residência.
“Minha vida vai mudar toda. Eu não quero mais
ficar nesta casa porque a gente escolheu tudo
juntos e tudo aqui tem um pedacinho dele. Não
tenho condição de ficar aqui porque tudo aqui
me faz lembrar dele”, declarou emocionada. |
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Dilmara
também falou sobre a rotina deles e de sua relação
com os filhos dele, com a ex-mulher. |
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Foto: Reprodução/Instagram |
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“A
gente vivia intensamente. Ele trabalhava, eu
trabalhava, tínhamos nosso momento de curtição,
a gente gostava de beber, ele gostava de dançar,
a gente gostava de ir para o interior. Os filhos
dele começaram a frequentar a nossa casa em
abril do ano passado, quando a mãe permitiu
que os meninos viessem pra cá. Eles ficavam
aqui, a gente saia juntos para comer pizza,
MCDonald ‘s… Marcos era uma pessoa muito carinhosa
comigo, eu nunca fui tão amada na minha vida
como fui nestes dois anos. Ele viu algo em mim
que eu não enxergava. Não chegamos a ter filhos
juntos. Eu saía às 8h para trabalhar, deixava
o café dele pronto, ele sentava a mesa com Toby
(o cachorro), se arrumava entre 9 e 10h, os
stories dele era sempre ele cantando, indo para
o trabalho, e ia para Charmant. Às vezes ele
pedia a marmita dele fitness. E chegava aqui
às 18h e íamos malhar juntos aqui no bairro
mesmo”, contou. |
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O
dia do crime |
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Foto:
Reprodução/Stores do Instagram |
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Dilmara
detalhou durante a entrevista ao Acorda Cidade
como foram os últimos momentos com o marido.
No dia do crime a mãe dele o chamou para almoçar,
mas ele resolveu ir para o restaurante.
“A gente acordou mais tarde, era um domingo,
saímos pela manhã de carro, a gente pegou a
moto que estava na garagem do escritório dele,
e fomos comer um pastel com caldo de cana. Lembro
que ele até colocou um áudio de Bolsonaro. Aí
a gente foi pra casa, ele deixou a moto, coisa
que ele nunca deixou e neste dia ele deixou
na frente de casa. A gente entrou, assistimos
uma séria que a gente já estava vendo, e depois
a gente tomou banho e fomos comer a carne de
porco (no restaurante onde ocorreu o crime).
Antes de sairmos, a mãe dele ligou e chamou
ele para almoçar lá. Ele disse que não ia porque
queria comer carne de porco, porque iria fazer
tatuagem. Ele queria encher o braço de tatuagem”,
recordou. |
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A
última foto |
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A
última foto do empresário tirada pela esposa
| Foto: Arquivo Pessoal |
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“A
gente chegou ao restaurante, pedimos a cerveja
que a gente gosta, pedimos tripa, até postei
stories com ele. Aí a gente fechou a conta,
ele estava digitando no celular, me deu o cartão
e falou: amor paga a conta. Eu paguei a conta,
ele me deu a bolsa dele. Como a gente estava
de moto é ruim pra ele levar, e eu levo no meio.
Ele me deu a bolsa, me deu capacete e eu coloquei
na cabeça, e saí. Só que ele ficou parado lá
na frente. Não fui pegar a moto, a moto estava
do lado de um carro. Aí eu tirei o capacete,
olhei pra ele, chamei ele, vamos embora amor,
vamos”
“Tirei uma foto dele lá
fora, porque eu sempre gostei de tirar foto
do meu marido. Estávamos saindo do restaurante
já. Tirei a última foto de Marcos, guardei meu
celular na bolsa, e foi muito rápido. O carro
parou, e eu só vi as portas abrirem e as pontas
das armas. Veio na minha cabeça: é um assalto.
Mas já foram atirando nele. Marcos caiu no chão
e eles saíram”, detalhou Dilmara ao Acorda Cidade. |
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Momento
do crime | Foto: Reprodução/Câmeras de Monitoramento |
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A
jovem informou que entrou em desespero ao ver
o estado em que ficou o marido. Ele foi alvejado
por disparos de calibre 12 e teve o rosto desfigurado.
Ela disse ao Acorda Cidade que não conseguiu
ver quem eram os atiradores porque estavam encapuzados
e que o veículo tinha vidros muito escuros.
“Quando eu vi a situação que ele ficou eu entrei
em pânico total, fiquei muito desesperada, muito.
Eles estavam com brucutu, o carro todo fumê,
não dava para ver nada dentro do carro. E logo
em seguida chegou uma viatura. Desse dia pra
cá eu penso que é mentira, que ele vai chegar
de uma viagem, de uma visita a um cliente como
ele sempre fazia. É muito difícil para mim e
para a família, ninguém aceita isso. Marcos
não fazia mal a ninguém”, declarou. |
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Os
negócios |
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Foto:
Reprodução/Instagram |
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Dilmara
revelou que não pretende seguir com os negócios
de Marcos Marinho, e falou um pouco sobre o
que ele fazia.
“Não vou tocar os negócios
dele. Marcos trabalhava com uma coisa muito
específica, que na América Latina (que eu saiba)
só ele fazia. Ele fazia processamento de dados
jurídicos, ele dava uma reputação nova na internet,
conseguia matérias positivas, removia matérias
negativas que as pessoas não queriam com seus
nomes, era uma coisa que só ele sabia fazer.
Ele sempre postava isso no Instagram, a vida
de Marcos sempre foi uma vida aberta”.
Marcos postava muitas fotos no Instagram, que
demonstravam o sucesso de seus negócios. Na
rede social ele descrevia em seu perfil como
CEO do Grupo Start Holding, uma empresa de consultoria
de negócios, que prestava serviços de gerenciamento
de reputação, marketing e remoção de conteúdos
na internet, além de produção de press releases
e atuação com engajamento orgânico. Em seu perfil
social, ele tinha um milhão de seguidores. O
perfil da empresa tem mais de 20 mil. |
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Ostentação |
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Foto:
Reprodução/Instagram |
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“O
povo fala em ostentação. Eu não sei o que isso,
ostentar. Ele tem uma casa legal, tem um escritório
que ele batalhou por 15 anos pra ter, tem os
carros que ele sempre sonhou ter, mas ele não
era de ostentar. Marcos chegava em casa e comia
arroz e pronto. Eu sou do interior, Marcos ia
pra roça, comia tripa. Ele conquistou aos poucos
tudo o que ele tinha”, declarou.
A Polícia Civil está investigando a autoria
e a motivação do assassinato. Dilmara contou
ao Acorda Cidade que ainda vai prestar depoimento.
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Empresário
é morto a tiros em Feira de Santana na Bahia
— Foto: Redes sociais |
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