EBDA incentiva produção de abacaxi
em Itaberaba
               Josalto Alves Tribuna da Bahia
 
O Mais de 70% da produção de abacaxi, da safra 2007, em Itaberaba, já foi comercializada para os estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Brasília, e para Salvador. A produção estimada é de 60 milhões de frutos, com um valor médio da unidade em torno de R$ 0,80.
O preço, comparado ao de 2006, teve incremento de 30%, enquanto o custo de produção, de R$ 9 mil por hectare gerou uma rentabilidade de 100% do valor investido, já que o rendimento total alcançou a média de R$18 mil por hectare, beneficiando mais de 1.200 produtores familiares do município.
A Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EBDA) é a responsável pela implantação e desenvolvimento da cultura na região e, hoje, forte aliada do grupo gestor, entidade criada pelo Governo do Estado a partir do reconhecimento de diversos órgãos e instituições ligadas a esse segmento.
Segundo o técnico de extensão da EBDA, Augêncio César Ferraz Santos, a cultura do abacaxi, em Itaberaba, representa a principal atividade do agronegócio regional, particularmente para o agricultor familiar. As ações técnicas, coordenadas pela empresa, são a mola propulsora para o crescimento da produção, da produtividade e da qualidade do produto.
"Outro fator importante foi o lançamento da variedade pérola, que contou com a participação da Embrapa Mandioca e Fruticultura e que permite frutos mais doces e plantas mais resistentes ao clima e a doenças. Essa variedade proporcionou uma marca de qualidade ao município, nacionalmente reconhecida e respeitada", garantiu Augêncio César.
Uma das maiores preocupações da empresa vem sendo com a fusariose, doença das mais devastadoras do abacaxizeiro e que começa a tomar proporções na região. O fungo fusarium subglutinaus infecta as mudas, plantas em desenvolvimento vegetativo e frutos, causando podridão aos tecidos contaminados e, se não houver controle, pode dizimar todo um pomar e expandir-se.
Para combater a praga, a EBDA, juntamente com a Embrapa e a Adab, desenvolveu um plano de ação, conhecido entre os técnicosA? como "os dez mandamentos para a convivência com a fusariose". O plano abrange a introdução da variedade pérola, resistente à doença, e a adaptação de novas tecnologias, incluindo o manejo correto da cultura, o controle e monitoramento semanal e sistemático da doença, das mudas e das áreas cultivadas, de onde o material contaminado deve ser retirado, queimado e enterrado. Outras ações são voltadas para o estímulo ao trabalho participativo, na formação de associações e cooperativas, à oferta de assistência técnica especializada e acesso ao crédito.
Cursos de capacitação para agricultores familiares, reciclagem dos técnicos, seminários, projetos de pesquisas para o controle da fusariose, certificação de produtores de mudas e a utilização de maquinário para a eliminação obrigatória de restos culturais são outras ações implementadas para o controle da doença, visando o desenvolvimento regional a partir da cultura do abacaxi.
"Essas ações são de extrema importância para garantirmos a sustentabilidade da atividade na região, buscando aumentar a produção e garantir renda aos agricultores familiares", afirmou Unaldo de Sena Santos, gerente regional da EBDA, em Itaberaba.
Segundo dados da Embrapa, só na região de Itaberaba, são mais de 1.200 produtores dos quais a maioria é composta por agricultores familiares, com uma área total de mais de três mil hectares cultivados e uma receita anual de mais de R$ 30 milhões. A Bahia é o quarto maior produtor de abacaxi do Brasil, com 4,8 mil hectares de área plantada e colheita de 143 mil toneladas por ano.
Os produtores de Itaberaba, que já exportam para diversos estados do Sul, Sudeste e Nordeste do país, através da Coopaita, estão buscando ampliação desse comércio, com exportações do fruto para a Europa. Contudo, o produto da variedade Pérola, que é a mais cultivada na região, apesar de mais doce, contém a polpa esbranquiçada, o que está dificultando a aceitação do produto pelo consumidor europeu, que tem sua preferência no fruto com a polpa amarelada.
Durante anos, o municA?ípio de Itaberaba, localizado no semi-árido baiano, teve como principais atividades agrícolas de subsistência o cultivo de feijão, milho, mandioca e a pecuária extensiva, porém, com baixa produtividade e inexpressiva geração de empregos, intensificando o êxodo rural.