Tempestades atingem Haiti, México e Rep. Dominicana
            Josalto Alves - Tribuna da Bahia
Domingo - 04/11/2007
  Equipes se esforçavam ontem para resgatar ao menos 300 mil pessoas que ainda estavam ilhadas nos tetos de edifícios, abrigos e terrenos mais altos das cidades do Estado de Tabasco, no sudeste do México, atingido pela pior enchente em mais de 50 anos.
Cerca de 70% do Estado e 80% do capital Villahermosa estão debaixo d'água, depois das chuvas fortes que caíram desde o domingo passado. Ao menos 900 mil pessoas, dos 2,1 milhões de habitantes, foram afetadas.
Na noite de quinta-feira, um dique se rompeu alagando Villahermosa, de onde parte da população foi retirada. No centro histórico, que data de 1596, sacos de areia tentavam, em vão, proteger os monumentos.
O governador de Tabasco, Andres Granier, comparou a situação à da cidade americana Nova Orleans, devastada pelo furacão Katrina em 2005: "Nova Orleans é pequenina perto do que temos aqui. Perdemos 100% da colheita''. Um gasoduto do Estado, que fica no golfo do México, também foi danificado.
Não há água potável, abrigos ou comida suficiente para os desabrigados. 7.500 soldados e policiais, além de helicópteros e aviões, ajudam no trabalho. Em discurso na TV, o presidente mexicano, Felipe Calderón, disse que a enchente "é um dos piores desastres naturais da história do país'' e pediu ajuda à população. TVs e jornais fazem campanha para arrecadar donativos.
Uma pessoa morreu e não há número de desaparecidos, mas são freqüentes depoimentos de desabrigados em busca de parentes. "Perdemos tudo. Saí de casa sem um peso no bolso e não consigo achar meus irmãos'', disse Manuel González.
FURACÃO NOEL As enchentes em Tabasco, freqüentes nesta época, não estão ligadas à passagem do furacão Noel pelo Caribe nesta semana. O furacão, que matou ao menos 129 pessoas na República Dominicana e no Haiti, começou a perder força e deve chegar à costa do Canadá como tempestade subtropical.
As autoridades haitianas e dominicanas (dois países fortemente atingidos pela tempestade) dedicam seus esforços a resgatar pessoas isoladas pela água em várias comunidades e continuam com os trabalhos para recuperar corpos em diferentes pontos dos territórios.