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Recentemente,
a ipiraense Kethley Santos, de 20 anos,
que morava em Salvador, foi enterrada
em Ipirá. De acordo com entidades que
defendem o direito das pessoas trans,
Kethely foi morta a tiros na madrugada
de quinta-feira (11) na capital baiana,
o corpo foi transferido para Ipirá (BA),
mas o anúncio sobre a morte, na cidade,
feito por familiares, não divulgou a morte
respeitando nome social de Kethely.
De acordo com as entidades, ao não ser
enterrada com o nome social, que é o nome
pelo qual pessoas transexuais, travestis
ou qualquer outro gênero preferem ser
chamadas cotidianamente, em contraste
com o nome oficialmente registrado, que
não reflete sua identidade de gênero,
Kethley, foi discriminada e não foi respeitada
quanto pessoa, em existência.
"Ao noticiar o falecimento, alguns
parentes, professoras, professores e conhecidos
seus de Ipirá não respeitaram o seu nome
e sua existência enquanto mulher, enquanto
pessoa trans". Protestam as entidades,
em trecho da carta.
O documento é assinado pela Associação
Nacional de Travestis e Transexuais (Antra),
Associação dos Estudantes Ipiraenses (Aeipi),
Associação Brasileiroa de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transexuais, Associação
Baiana de Travestis, Transexuais e Transgêneros
em Ação e o Coletivo de trans pra frente.
Ainda, segundo o documento, as pessoas
trans na cidade enfrentam dificuldades
com relação a sua preferência de gênero
e orientação sexual.
"É muito complexo discutir questões
de gêneros e sexualidades e o respeito
às identidades de pessoas trans e travestis
em Ipirá. Uma cidade no Sertão Baiano
que ainda é fortemente ordenada pelo crivo
moral religioso-cristão e submetida à
uma dinâmica política oligárquica. O desconforto
e o medo de andar pelas ruas, acompanha
as existências das pessoas trans, em qualquer
cidade, seja no interior ou nas capitais.
Porque nenhum lugar é seguro para pessoas
trans e travestis". Relata um dos
trechos da carta.
O documento faz um apelo à sociedade para
reforçar o combate a transfobia. As entidades
citam dados de violência e homicídios
de pessoas trans contabilizados pela Antra.
De acordo com trechos do documento, em
2019 a entidade registrou 124 casos notificados
de assassinatos de pessoas trans e travestis.
Desse total, 82% eram pessoas negras.
As informações de 2020 também são citadas,
a carta informa que nos dois primeiros
meses deste ano foram 38 notificações
de assassinatos de pessoas trans. As
informações são do Bahia Notícias |
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Kethley
Santos, de 20 anos, que morava em Salvador,
foi enterrada em Ipirá — Foto: Redes Sociais |
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