Orçamento secreto: menções ao
termo crescem 510%, e vídeo de Tebet viraliza
Monitoramento
diário feito pela Quaest registrou pressão sobre
cortes na Educação e críticas ao mal uso das
emendas de relator por opositores de Jair Bolsonaro
12/10/2022
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(O
Globo) - As menções ao orçamento secreto cresceram
510% na semana passada, em relação aos sete
dias anteriores, conforme mostra o levantamento
“Bit by Bit”, realizado diariamente pela Quaest.
Ao todo, o termo foi citado 541 mil vezes em
Facebook, Twitter e Instagram, por cerca de
232 mil usuários entre os dias 4 e 10 de outubro.
Para a maioria dos usuários, o assunto tem sido
mal explorado por opositores do presidente Jair
Bolsonaro (PL) durante a corrida eleitoral,
e também foi usado para pressionar o Ministério
da Educação contra os cortes nas universidades
públicas.
O levantamento identificou que 58% do total
de menções ao orçamento secreto foram negativas,
o que indica maior mobilização de opositores
ao bolsonarismo no assunto.
Outras 32% das menções foram de teor neutro
ou informativo sobre esse sistema de verbas
para os parlamentares, composto pelas emendas
de relator, com pouca transparência e que tem
sido usado por Bolsonaro para garantir o apoio
especialmente na Câmara dos Deputados.
No debate sobre o orçamento secreto, cujo pico
nas redes aconteceu nos dias 6 e 7 de outubro,
três linhas de discurso se destacaram. Uma delas
aponta que o tema tem sido mal explorado pela
oposição a Bolsonaro e deveria ser tratado como
um grande escândalo de corrupção da gestão do
presidente.
Um dos gatilhos para isso foi um vídeo, viral
na última semana, que traz trecho da participação
da senadora Simone Tebet (MDB-MS) no podcast
Flow. Na fala de Tebet, ela explica o funcionamento
das emendas de relator e o classifica como “o
maior esquema de corrupção do Planeta Terra”.
Eh muito mal explorado
o orçamento secreto. Eh sem dúvida o maior
esquema de corrupção já visto. Somados todos
os escândalos anteriores, não dão 10% disso.
Esse vídeo da Tebet explica bem, só faltou
lembrar ser um esquema BILIONÁRIO pic.twitter.com/uZLUkjEU8x
Outro
ponto de destaque, lembrado em tuíte do influenciador
e youtuber Felipe Neto, é que a expressão “orçamento
secreto” não comunica bem o que seria, segundo
ele, um “esquema de propina do Bolsonaro”.
Parem de falar "orçamento
secreto".
Isso não comunica NADA pra massa, q não
tem tempo de ir entender cada detalhe do
q se trata. Soa até profissional.
Expliquem o "esquema de propina do
Bolsonaro pra comprar políticos" de
maneira clara, evitem "mas e o orçamento
secreto?". pic.twitter.com/oUtrbZiQXx
“Parem
de falar ‘orçamento secreto’. Isso não comunica
NADA pra massa, que não tem tempo de ir entender
cada detalhe do que se trata. Soa até profissional.
Expliquem o ‘esquema de propina do Bolsonaro
pra comprar políticos’ de maneira clara, evitem
‘mas e o orçamento secreto?’”, escreveu Felipe
Neto.
Pressão contra os cortes
na Educação
O terceiro ponto de ampla repercussão sobre
o assunto, conforme o relatório da Quaest, foi
a pressão nas redes contra os cortes na Educação.
À frente do MEC, o ministro Victor Godoy havia
determinado que a pasta estaria impedida de
gastar R$ 2,4 bilhões, com a promessa de que
o valor voltaria a ser liberado em dezembro.
Amplamente criticada, a medida gerou revolta
nas redes sociais e internautas destacaram sua
relação com a manutenção do orçamento secreto,
que teve mais de R$ 15 bilhões previstos em
emendas no orçamento deste ano.
Para manter o Orçamento
Secreto e apoio político, Bolsonaro corta
verbas da educação (paralisa universidades),
da prevenção e controle do câncer, das estruturas
hospitalares para gestantes e bebês, dependentes
de drogas e pessoas com deficiência. Um
governo literalmente de morte.
“Para
manter o Orçamento Secreto e apoio político,
Bolsonaro corta verbas da educação (paralisa
universidades), da prevenção e controle do câncer,
das estruturas hospitalares para gestantes e
bebês, dependentes de drogas e pessoas com deficiência.
Um governo literalmente de morte”, escreveu
a deputada Marina Silva (Rede-SP), no Twitter.
A pressão foi tamanha que, na última sexta-feira,
o ministro voltou atrás. Godoy publicou vídeo
afirmando que as universidades, institutos federais
e a Capes terão recursos desbloqueados.